Tenho que confessar que vou ficar com saudades de Scream Queens e do elenco que desenvolveu a primeira temporada de forma espetacular e absurda. Sim, absurda é a marca registrada da série, pois toda a história e seus elementos foram retratados de forma trash, explícita, engraçada e aterrorizante ao extremo. Quem aceitou e abraçou esse formato de contar uma história, adorou do começo ao fim; quem não aceitou, ficou com o pé atrás o tempo todo. Mas, tudo bem. Gosto é gosto.
O final de Scream Queens não poderia ser de outro jeito: sangrenta, absurda, com grandes revelações e destinos traçados. Desde o começo, o espectador já sabia que havia mais de um Red Devil, e Boone e Gigi faziam parte dessa lista. Alguns acreditaram que Grace seria um dos assassinos (eu acreditei), mas dois nomes surpreenderam: Pete e Hester. Pete me surpreendeu ao declarar ser um dos assassinos, pelo fato de ser muito óbvio. Mas Ryan Murphy resolveu seguir a linha do óbvio, deixando o elemento-surpresa para seu gran finale. Parte da declaração de Pete revela pistas que levam a todos nós ao último Red Devil. A explicação dada pelo personagem é plausível a ponto de aceitarmos a sua morte. Infelizmente, ele estava ciente do que poderia acontecer e qual seria o seu destino. Mas seu papel foi fundamental desde o começo e seu lado jornalista investigador funcionou muito bem.
Nosso grande elemento-surpresa é Hester. Ao ligar os pontos e conectar cada fato apresentado durante a temporada, a personagem de Lea Michele tinha todas as características de um assassino. Mas a surpresa não é essa e, sim, como a garota conseguiu ser tornar-se a Final Girl e ainda colocar toda a culpa nas Chanels. Com uma jogada espetacular, Hester planejou arquitetonicamente sua entrada na faculdade e qual seria o seu objetivo. Mas, como fazer tudo isso sem ser notada? O colar cervical! Para se tornar invisível, Hester opta por ser uma garota que seria facilmente excluída da sociedade. A arte imitando a vida? Sim. Já vimos histórias tristes e trágicas como essa e, infelizmente, é uma realidade dura. Hester foi moldada por pessoas preconceituosas, mesquinhas e egoístas, muito bem representadas pelas Chanels. Foi dessa forma que a garota conseguiu eliminar o mal e tornar a Kappa Kappa Tau um lugar melhor.
Hester saiu ilesa e vitoriosa. A única que sabe de toda a verdade é a reitora Munsch, mas como seu passado a condena, é melhor que ela fique na sua. E as Chanels? O que era para ser um final bem triste tornou-se libertador para as três. Sim, as Chanels, especialmente Chanel Oberlin, também viviam sob pressão e, ao se desligar de uma vida recheada de futilidade, elas encontraram a paz, mesmo que tenha sido em um sanatório. Finalmente, elas puderam ser elas mesmas e até comeram comida de verdade (chega de algodão com molho rs).
Em uma ordem não cronológica, o espectador acompanhou o final de Scream Queens de trás para frente: vimos o final feliz de cada personagem e depois acompanhamos o que realmente aconteceu para chegar-se naquele final. Gracie e Zayday Williams são as novas líderes da KKP, junto com Hester como assistente; o pai de Gracie, Wes, e a diretora Munsch estão vivendo uma paixão pra lá de ardente (até que gostei dos dois juntos); Chad e Denise tiveram um relacionamento intenso, mas que infelizmente acabou (a cena deles foi perfeita!); e, é claro, nossas Chanels viveram felizes para sempre em um sanatório, até o Red Devil aparecer. A aparição do Diabo Vermelho seria uma indicação de que os personagens poderiam retornar na segunda temporada? Não sei! Quem está por trás da máscara novamente? Nunca vamos saber.
Segundo Ryan Murphy, teríamos apenas quatro personagens vivos, mas ele resolveu deixar mais alguns à solta. Não entendi o porquê, mas mesmo assim eu gostei daqueles que viveram para contar essa história aterrorizante, trash e absurda. Scream Queens é uma série cuja história cutuca certas feridas da sociedade e, explicitamente, dá um tapa na cara dela.
O que acharam da season finale? Deixem nos comentários!
PS 1: E a cena com os pais da Chanel nº 5 entregando a filha pra policia? Sensacional! Mas fiquei com dó dela.
PS 2: Chanel Oberlin divou do começo ao fim. Parabéns!
PS 3: E o entregador de pizza que explodiu? Ual!
Avaliação
Melhor personagem: Hester, Pete, Chanels, Denise, Chad e Munsch
Melhor cena: Hester enfiando o salto alto no olho. Gzuis!
Nota: 10