Uma das séries mais aguardadas do ano finamente está entre nós. Percy Jackson e os Olimpianos estreia no Disney Plus com os dois primeiros episódios. O Pipoca na Madrugada assistiu e já adianta o porquê do hype ser grande e o quanto vale a pena acompanhar esta produção semanalmente.
Percy Jackson e os Olimpianos é baseado na saga de cinco livros do autor Rick Riordan que, por sinal, também ajudou na construção da adaptação para as telas. Ao todo serão oito episódios nesta 1ª temporada que irá focar na história do primeiro livro Percy Jackson e o Ladrão de Raios.
Obviamente, quem já leu os livros, sabe exatamente do que se trata a história e o que esperar. Mas para quem desconhece e terá o contato com este universo pela primeira vez, Percy Jackson e os Olimpianos acompanha Percy Jackson, um menino de 12 anos, filho de uma humana com um deus, mas ele desconhece totalmente a sua origem…até agora.
Alcançando a fase da pré-adolescência, Percy começa a sentir com mais força coisas estranhas, desde visões de criaturas mitológicas até o fato dele ter dificuldade em estudar na escola, uma vez que sua mente é programada para ler escritas gregas e não inglês, daí o fato dele ser diagnosticado com dislexia. Seu único amigo na escola é Grover, parceiro de conversas e brincadeiras, o único em que Percy confia, já que os demais somente tiram sarro e fazem bullying.
Mas, um dia, durante um passeio ao museu, um grande incidente ocorre quando a criatura maléfica Alecto – conhecida como a professora Mrs. Dodds (Megan Mullally) – sente seu rastro e inicia o ataque na qual ela é instantaneamente derrotada com a Contracorrente, a famosa ‘caneta’ que Percy ganha do professor.
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Por conta do ocorrido, o incidente com a Nancy e o fato de Grover ‘delatar’ o amigo (algo que não acontece no livro, daí a primeira mudança), Percy é suspenso da escola, o que faz a mãe Sally Jackson (Virginia Kull) abrir o jogo e revelar ao filho que ele é um semideus, ou seja, um meio-sangue.
Com a descoberta de um meio-sangue no mundo real, Percy é levado diretamente para o Acampamento Meio-Sangue, local onde os filhos dos deuses do Olimpo são treinados para enfrentar os obstáculos e o mal que o cercam, além de proteger o universo real e o mitológico.
No meio do caminho até o local, Percy faz novas descobertas, como o fato do melhor amigo Grover ser um sátiro – meio humano, meio bode – e seu guardião, uma vez que conhece a identidade real de Percy. Junto a tudo isso, ainda há o fato do trio lutar contra um Minotauro, disposto a dar o fim no semideus, uma luta incrível que se encerra com a chegada de Percy no Acampamento.
Isto é o que vemos neste início de Percy Jackson e os Olimpianos, que deixa um gostinho de ‘quero mais’ ao espectador, tanto pelo fato da duração ser curta (até 30 minutos), quanto pelo ótimo gancho. Acredito que a duração dos episódios será mesclada entre curta e longa duração (no máximo 45 minutos), dependendo do episódio e o que irá ser contado.
O primeiro ponto positivo é que a série mantém a essência da obra original, algo irá agradar os fãs da saga. No entanto, já pontua pequenas e leves mudanças na trama, mas que não alteram o resultado do produto drasticamente, o que é normal em uma adaptação, justamente para se aperfeiçoar ao novo formato que ganha, além de atrair o público que terá o contato com a história pela primeira vez, o que é muito importante também.
E mesmo com pequenas alterações, Percy Jackson e os Olimpianos dá a sensação de que estamos lendo o livro em uma grande tela, seguindo a história original e desenhando todo o universo que fora moldado em nossas mentes a cada página lida.
Aqui, temos a cena icônica do ataque em frente ao The Met; as referências aos doces na cor azul que a mãe de Percy faz quando o filho está triste; a Contracorrente no formato de caneta que se transforma em espada; a Névoa que separa o mundo real do mitológico; as criaturas mitológicas como Alecto e o Minotauro, cujo CGI é satisfatório e agradável neste início (espero que seja até o final); o Colar de Contas que Percy usa, entre outras coisas.
A ambientação do Acampamento Meio-Sangue ganha um cenário pitoresco que mistura o contemporâneo e mitológico, dando a sensação de termos um pedacinho do Olimpo na Terra.
Aliás, o 2º episódio começa a mergulhar no universo do acampamento onde conhecemos os famosos chalés que resguardam os filhos dos deuses; as dinâmicas realizadas, assim como as recompensas e os castigos caso quebrem alguma regra; os treinos para destacar as respectivas habilidades de cada um, entre outras coisas.
Claro que temos o esperado momento em que Percy é reclamado por Poseidon surgindo, assim, a grande missão que veremos nesta 1ª temporada. Aliás, gostei da cena que revela quem é o pai do protagonista, assim como a motivação que engatilhará Percy a engatar na missão.
Trio maravilha e demais personagens
Claro que não se pode falar de Percy Jackson e os Olimpianos e não falar do trio de protagonistas que faz tudo acontecer. Walker Scobell, Leah Jeffries e Aryan Simhadri são a escolha ideal para interpretarem Percy, Annabeth e Grover. Cada um joga na tela a personalidade dos personagens do livro e isso dá gosto de ver. Ainda é cedo para concluir algo, afinal, a série acabou de começar, mas acredito que o trio vai carregar muito bem a história não só nesta temporada, mas até o fim da série.
Prepare-se para se rir e se emocionar com o lado sarcástico, meio piadista e debochado de Percy; a inteligência, o foco e a determinação de Annabeth; e o lado adorável, ingênuo e astuto de Grover que, misturados entregam a melhor fórmula da parceria para uma grande aventura.
Claro que Percy Jackson e os Olimpianos apresenta outros personagens que são o complemento fundamental da trama, como o chato do Gabe (Timm Sharp) que, por sinal, está menos detestável na série do que no livro; Sally, mãe de Percy; o professor Quíron (Glynn Turman), Dionísio (Jason Mantzoukas) que adora ser a pedra no sapato de Percy; e os meio-sangues Clarisse La Rue (Dior Goodjohn) e Luke Castellan (Charlie Bushnell), em que um desafia e provoca, enquanto o outro estende a mão e apoia o protagonista.
A 1ª temporada também vai contar com muitos outros personagens importantes que darão o toque especial à trama como Hades, Hermes, Ares, Medusa, Echidna, Poseidon e, é claro, Zeus.
Assim como no livro, a 1ª temporada também deverá funcionar em blocos, em que a cada episódio veremos os personagens em uma aventura diferente, enquanto acompanhamos a história base evoluir, o desenvolvimento dos protagonistas e a relação entre eles se estreitar cada vez mais. A grande missão desta vez, como o próprio título do livro revela, é descobrir quem roubou o raio de Zeus. Percy precisa encontrá-lo para provar a sua inocência e evitar que um confronto maior aconteça.
Considerações finais
Percy Jackson e os Olimpianos começa com o pé direito, entrega ótima fidelidade a obra original, mas confirmando que pequenas mudanças podem ocorrer nesta adaptação, sem alterar drasticamente o resultado, pensando sempre no melhor para a série. O trio de protagonistas tem força para carregar toda a história, conquistando o público logo no primeiro episódio, assim como os demais personagens que cativarão com suas respectivas personalidades e objetivos no decorrer da série.
Entre efeitos especiais, ambientações, figurinos e referências, a série não fica nada a desejar neste início, com a torcida de que qualidade se mantenha até o final.
Percy Jackson e os Olimpianos promete agradar os fãs da saga e conquistar um novo público que também irá se apaixonar pela história.
Ficha Técnica
Percy Jackson e os Olimpianos
Criação: Rick Riordan e Jonathan E. Steinberg
Elenco: Walker Scobell, Leah Jeffries, Aryan Simhadri, Viriginia Kull, Timm Sharp, Glynn Turman, Charlie Bushnell, Jason Mantzoukas, Dior Goodjohn, Olivea Morton, Megan Mullally.
Duração: 1ª temporada (8 episódios)
Nota: 4,5/5,0 (2 primeiros episódios)