We’ll Always Have Baltimore focou exatamente naquilo que tanto nos incomoda, mas que é a pura realidade escancarada por Orange Is The New Black: as péssimas condições sociais das detentas, o excesso de poder das autoridades e a ausência de assistência do Estado. De um lado, vemos uma história extremamente absurda: um presídio feminino cuja higiene é tão degradante a ponto de não ter absorventes para as mulheres. Isso mesmo! Absorventes! Por um lado é até estranho ver todas menstruadas ao mesmo tempo, mas tal cena retrata a falta de cuidado e os direitos que essas mulheres têm. O episódio ressalta duas vezes que elas estão ali porque cometeram um crime. Sim, elas são criminosas, mas nem por isso elas devem passar por essa humilhação. Enfiar um copo plástico ou rolinhos de papel higiênico na pepeka é uma humilhação para elas e até mesmo para nós que assistem. É colocar a mulher no chão para que os demais passem por cima.
Do outro lado, acompanhamos Caputo e Linda em uma convenção (CorretiCon, tipo uma Comic Con das cadeias) repleta de ideias e invenções que prometem melhorar as prisões dos Estados Unidos. Claro, desde que esteja dentro do orçamento da CG, tudo pode ser feito. A questão é: qual é o orçamento? Qual é quantia disponibilizada para Litchfield? A piada chega ao ápice quando os personagens passam por um stand de absorventes alternativos para as detentas, os famosos copinhos coletores menstruais. Nem isso eles se propõem a olhar. Mas, quando outro ataca, expõe toda a sujeira e acaba com a diversão dos demais, isso não é legal. Caputo até levanta da cadeira para calar a boca do ex-colega de trabalho e salvar a palestra de Linda. Como recompensa, a mulher lhe dá beijos e outras coisinhas a mais. Como o rapaz disse, “Cuidado, Linda não é flor que se cheire”. Em breve, teremos problemas com esta personagem, pois acredito que ela não está nem aí para as detentas, apenas para o seu cargo, sua reputação e seu sucesso diante das autoridades. Cuidado Caputo, pois você pode ir para o saco também.
Em meio a tantos problemas que as detentas precisam enfrentar como ser apalpadas inadequadamente pelos policiais, o episódio centra na história de Maritza Ramos e como ela levava a vida dando golpes em ricos, seja em baladas ou lojas de carro. Mesmo com um desfecho triste (afinal, ela está na cadeia), Ramos traz um toque de humor no episódio, como quando ela troca a vodka por água e se passa por vendedora de carros e precisa escapar da enrascada em que se meteu. Mesmo com aquela carinha de levada, Ramos é esperta e rápida nas ações, até mesmo com os policiais.
Por fim, Piper reúne as detentas para criar uma comunidade que seja capaz de disseminar as gangues que espalham medo e violência na cadeia. Porém, o que ela não esperava era ser mal interpretada pelas garotas. O que era pra saber algo positivo tornou-se outra gangue a favor das brancas, afinal, já temos os grupos das negras, latinas e asiáticas, não é mesmo? Agora, precisamos de um grupo que defenda as brancas. Só digo uma coisa a respeito desse plot: vai dar merda. Piper comprou uma briga feia assim que foi fofocar com o Piscatella.
O quinto episódio da 4ª temporada centrou em três histórias de forma densa e detalhada, mostrando o quanto Litchfield precisa de uma reforma em todos os setores: direção, organização e leis, garantindo o essencial e conforto às detentas. Além disso, a briga entre gangues está apenas começando. Apenas.
E aí, o que acharam do episódio? Deixem nos comentários!
PS: Adorei as cenas da Morello e Suzanne. Quero que elas encontrem a cagona do chuveiro! rs
PS 2: Tastyee brincando no Google! Me diverti muito!
Avaliação
Melhor cena: a falta de higiene na cadeia; Morello e Suzanne detetives
Melhor personagem: Morello, Suzanne, Tastyee e Caputo
Nota: 9,0