Depois de assistir Jurassic World tive a certeza de uma coisa: dinossauros me dão medo. Mas não um medo de sair correndo da frente da tela, mas, aquele medo que faz você querer acompanhar até o fim; faz você torcer para que os personagens saiam daquela situação de perigo e encontrem uma solução o mais rápido possível. Isso para mim é um ponto positivo, pois o filme, dirigido por Colin Trevorrow, me envolveu de uma forma como se eu estivesse dentro do parque, correndo dos dinossauros e prendendo a respiração quando algum se aproximava sedento para matar. Depois de mais de 20 anos, finalmente, vemos Jurassic Park, localizado na ilha de Nublar, abrindo as portas ao público. Agora, temos uma “Disney Jurássica”, onde as pessoas podem conferir shows acrobáticos dos grandes dinossauros e, até mesmo, fazer passeios perto deles, já que agora eles estão domesticados e conectados a um sistema (chip) em que os homens podem controlá-los.
No entanto, o arco principal deste reboot é a criação de dinossauros geneticamente modificados, ou seja, DNA’s de diferentes espécies são misturados para reproduzir um novo. É assim que nasce o vilão Indominus Rex (uma fêmea), um dinossauro equivalente ao T-Rex. Aqui, temos a história do nosso filme: a abertura do parque + equipe que cria novas espécies e domestica + o dinossauro perigoso + personagens herois que encontram a solução.
Mas, o que faz Jurassic World ser um filme tão bom? Na minha opinião, o primeiro elemento que prende a atenção do público é o suspense. Como disse, o medo que os personagens transmitem nas cenas absorve o espectador para dentro da história, nos deixando sem fôlego várias vezes. A segunda coisa é que o filme traz uma carga nostálgica e saudosista que nos leva de volta a 1993, quando o primeiro Jurassic Park é lançado. É a partir dos objetos do antigo parque e da trilha sonora (feita por Michael Giacchino) que vemos o toque especial de Steven Spielberg na produção. Além disso, temos o retorno de um dos dinossauros mais famosos do cinema: T-Rex. O terceiro elemento é o pequeno toque de humor que o filme ganha. Sem exageros, o humor faz tanto os personagens quanto o público esquecerem, por questões de segundos, dos grandes conflitos, sem desfocar da realidade que se passa a trama.
Personagens principais
Na pele de Owen Grady, Chris Pratt surpreende e muito. Aliás, ele vem surpreendendo desde Guardiões da Galáxia. Aqui, seu personagem traz a realidade à tona. Ele mostra que é possível ficar perto dos dinossauros e criar uma relação, como ele faz com os velociraptors, mas também não se pode ultrapassar esse limite, como é o caso da criação de Indominus Rex. O ator nos apresenta um personagem cômico e dramático e ele consegue sair de um e ir para o outro formidavelmente. Outro elemento do personagem que chama bastante a atenção é seu figurino a lá Indiana Jones. Em Jurassic World, Pratt é um heroi que não fica a desejar.
Quem também não fica para trás em nenhum momento é Claire Dearing, interpretada por Bryce Dallas Howard. Liderando a equipe do parque, Bryce nos apresenta a típica mulher workaholic, que não dá atenção aos sobrinhos quando a visita, mas que uma situação inesperada a faz rever suas atitudes e sua forma de levar a vida. O grande destaque da personagem é que, através dela, conseguimos sentir todo o medo e suspense do filme. Ela explora esses sentimentos de forma excelente, chamando o público para sofrer ao seu lado. Agora, uma coisa estranha foi ver Claire correndo do perigo em cima de um salto alto o tempo todo. Pode isso, produção?
Gray Mitchell (Ty Simpkins) e Zach Mitchell (Nick Robinson) são os sobrinhos de Claire. Gray é o típico garoto inteligente, que sabe tudo sobre dinossauros e se encanta rapidamente pelo parque. Já Zach é um adolescente rebelde, meio mal-humorado, que só fica mexendo no celular e olhando para outras garotas. Sinceramente? O personagem é um pouco irritante e ele só fica menos chato, quando está prestes e virar a “nova refeição” de Indominus Rex.
Vic Hoskinks, interpretado por Vicent D’Onofrio, também é irritante. Ele é o tipo de personagem que nem os dinossauros gostam, fazendo o público torcer por fim trágico e gratificante. Ele também é um dos antagonistas do filme, mas acredito que o vilão poderia ter sido melhor desenvolvido, deixando-o mais obscuro.
Considerações finais
Jurassic World é um reboot que deu certo, pois conquista o público não só pela história, como também pela carga nostálgica, trilha sonora, personagens e um CGI (Computer Graphic Imagery) fantástico. O gran finale é muito bom, pois reúne os dois maiores dinossauros da história. A última cena é satisfatória e aceitável, dando uma abertura para um possível Jurassic World 2. Além de alguns personagens, o que também não curti foi assistir ao filme em 3D. Quem assistiu no Imax ou em 4D, provavelmente deve ter gostado, mas em 3D é totalmente desnecessário. As legendas ficavam tortas e as imagens me deram dor de cabeça. Uma pena.
Jurassic World – Mundo dos Dinossauros é sucesso que já desbancou Os Vingadores 2 nas bilheterias. Rapidamente, o filme ultrapassou a marca de US$ 300 milhões de arrecadação nos Estados Unidos, em apenas oito dias. Ao todo, Jurassic World já arrecadou US$ 730.8 milhões nas bilheterias mundiais, segundo o site The Hollywood Reporter. Até os estúdios Marvel parabenizaram o filme pelo grande sucesso. Não é fraco não, hein? rs
E aí, já assistiram Jurassic World? O que acharam do filme?
PS: Desnecessário colocar “Mundo dos Dinossauros” no título.
Ficha Técnica
Jurassic World – Mundo dos Dinossauros
Direção: Colin Trevorrow
Produção-executiva: Steven Spielberg
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Nick Robinson, Ty Simpkins, Judy Greer, Irrfan Khan, Vicent D’Onofrio, B.D Wong, Jake Johnson, Lauren Lapkus, Katie McGrath, Omar Sy, Andy Buckley, Rob Fuller, Brian Tee, Eddie J. Fernandez, Michelle DeVito e John L. Armijo.
Duração: 2h05min
Nota: 9,5