Eficiente em sua proposta, Megatubarão (The Meg) entrega uma história repleta de ação, sustos e uma pitada de suspense. Eletrizante e com momentos descontraídos, o filme dirigido por Jon Turteltaub prende a atenção do começo ao fim, resultando no puro entretenimento que funciona bem.
O filme já começa apresentando ao público Jonas Taylor (Jason Statham), um mergulhador especializado em resgates em águas profundas que passa por uma situação extremamente delicada. Ao ter que tomar uma decisão rápida e fria, ele salva boa parte da tripulação, enquanto outros ficaram para trás. Tudo isso se deve a um ataque furioso de uma criatura gigantesca que, a princípio, todos desconhecem. Devido a essa atitude, Jonas é julgado injustamente, o que o afasta de sua profissão. Meses se passam e a situação volta a se repetir quando um programa internacional de observação subaquática envia uma tripulação ao fundo do mar e este fica preso no submarino devido a um novo ataque. Sob o comando de um visionário oceanógrafo chinês (Winston Chao), ele recruta Jonas novamente para salvar a tripulação, uma decisão contra a vontade do grupo, especialmente de sua filha Suyin (Li Bingbing). Mas desta vez, todos descobrem o que está causando esses ataques mortais: um tubarão pré-histórico com mais de 20 metros de comprimento, conhecido como Megalondonte.
Mesmo com um roteiro até bom (nada espetacular), o que torna Megatubarão interessante é a boa montagem, seguida de ótimos efeitos especiais em alto-mar. Pra começar, o filme mistura ação, aventura e suspense, causando adrenalina e um pouco de medo em que está assistindo. O roteiro consegue criar uma atmosfera de tensão sem entregar rapidamente a verdadeira faceta do tubarão, utilizando cenas escuras a fim de criar um medo por desconhecer o perigo que está ao seu redor. Mas quando os personagens e o público conhecem o tubarão, o roteiro não hesita em entregar diversas cenas de sustos e ataques que fazem o espectador prender a respiração.
Com relação ao próprio tubarão feroz, posso dizer que estou satisfeita com o megalondonte apresentado, no entanto, o filme parece confundir os tamanhos entre um tubarão (normal) e o monstruoso, o que pode fazer alguns questionar isso enquanto estiver assistindo. Claro que há ocasiões em que isso é feito de propósito e vocês vão entender assim que assistir. Mas no geral, Megatubarão acerta ao apresentar um peixe enorme que em apenas ‘uma bocada’ é capaz de destruir tudo ao seu redor e engolir qualquer coisa ou pessoa que estiver na sua frente. É assustador ver isso.
Já os efeitos especiais estão ótimos, especialmente quando os personagens estão em áreas de grande risco, o que faz o público pensar várias vezes: ‘agora todo mundo vai morrer!’ e não é exagero. É claro que por se tratar de um monstro enorme que nada em alta velocidade para te abocanhar, as cenas são violentas e com bastante sangue. É grotesco, visceral e exagerado? Não, mas a violência do animal vem na medida acerta para criar o clima de pânico. A cena do barco em alto mar e a da praia são as minhas favoritas, pois causam muita angústia em que está assistindo.
Aliás, eu tive a chance de ver e ainda sentir alguns desses efeitos ao vivo, já que vi em uma sala 4DX, com direito a poltronas se mexendo e jatos de água. Achei divertido e foi uma boa experiência, ainda mais por ter visto um filme no mar e com um tubarão gigante. Mas caso você tenha problemas de tontura ou se irrite facilmente com espirros repentinos de água em seu rosto, sugiro que assista em uma sala normal do cinema.
Com relação aos personagens, o grupo em si funciona muito bem na tela. Separadamente, Jason Statham é a estrela do filme e gostei bastante da forma como ele age na posição de mergulhador salvador da pátria. Se você parar para pensar, lutar contra um megatubarão é algo muito absurdo, certo? Neste caso, o filme consegue tornar essa situação mais plausível e aceitável, pois mesmo ficando cara a cara com o monstro, tanto Jonas como os demais personagens demonstram medo e vulnerabilidade, uma vez que ninguém quer parar dentro do estômago do animal.
Quem também se destaca é Li Bingbing e Sophia Shuya Cai, na pele de Suyin e filha. Mais do que filha do líder, Suyin mostra uma coragem que muitos não teriam no quesito salvar as pessoas que ama. Além disso, ela preza pelo trabalho para provar que pode ser tão boa quanto o seu pai, interpretado por Winston Chao, outro personagem que te conquista naturalmente. Já Sophia entrega uma personagem doce, corajosa como a mãe e muito sincera. Todas as suas cenas ao lado de Statham são emocionantes e divertidas, entregando um leve alívio cômico para o público respirar em meio ao caos no mar.
Por termos o megatubarão como antagonista, Rainn Wilson entrega um personagem digamos que um pouco “embuste”, já que ele não ajuda muito e as decisões que toma não são tão favoráveis. Mas ainda assim, Morris é interessante justamente por dar um toque especial na trama. Não vou falar muito sobre ele, mas assista ao filme e descubra.
Já os atores Cliff Curtis, Ruby Rose, Robert Taylor III, Page Kennedy, Jessica McNamee, Mais Oka e Ólafur Darri Ólafsson não ganham um destaque maior, mas funcionam bem em grupo, especialmente nas cenas de perigo. Eu curti e fiquei satisfeita.
Considerações finais
Megatubarão acerta na proposta e entrega um roteiro razoável, mas boas cenas de ação, aventura e suspense que causa angústia, medo e sustos em diversos momentos. Todos os personagens funcionam muito bem em grupo, mas o destaque é de Jason Statham e, claro, do tubarão gigante. Megatubarão é puro entretenimento, mas é um entretenimento que dá certo.
Ficha Técnica
Megatubarão
Direção: Jon Turteltaub
Elenco: Jason Statham, Li Bingning, Winston Chao, Rainn Wilson, Sophia Shuya Cai, Cliff Curtis, Ruby Rose, Robert Taylor III, Page Kennedy, Jessica McNamee, Mais Oka e Ólafur Darri Ólafsson.
Duração: 1h54min
Nota: 7,9