A assombrada casa de Amityville ganhou a fama obscura por carregar uma maldição e, desde então é cenário de inúmeras tragédias que foram desenvolvidas em 15 filmes. São eles: Terror em Amityville (1979); Amityville 2: A Possessão (1982); Amityville 3: O Demônio (1983); Amityville 4: A Fuga do Mal (1989); Amityville 5: A Maldição; Amityville 6: Uma Questão de Hora (1992); Amityville 7: Uma Nova Geração (1993); Amityville 8: A Casa Maldita (1995); Horror em Amityville (2005); The Amityville Hauting (2011); The Amityville: Asylum (2014); Amityville: Death House (2015); The Amityville Playhouse (2015); Amityville: No Escape (2016); e Amityville Exorcism (2016).
Em 2017, chega aos cinemas Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening), 16º filme da franquia dirigido por Franck Khalfoun. A trama se passa na assombrada casa em Long Island, nº 112 da Ocean Avenue, mesmo endereço em que foram praticados os assassinatos originais de Amityville. Desses, o filme ressalta a tragédia de 1974, em que Ronald DeFeo Jr matou sua família com tiros de espingarda enquanto dormiam. Quarenta anos se passam e, agora, uma nova família se muda para a casa. Após um acidente ter deixado James (Cameron Monaghan) debilitado, Belle (Bella Thorne) se muda com sua mãe Joan (Jennifer Jason Leigh), seu irmão e sua irmã mais nova Juliet (Mckenna Grace) para esta casa sem saber a sua verdadeira história. Como a família passa por momentos difíceis, Belle não se entende muito bem com sua mãe, uma vez que ela dá mais atenção ao seu irmão do que para as filhas. Além desse relacionamento familiar não ser um mar de rosas, Belle também estranha a nova escola e sua nova rotina. Com o passar dos dias, coisas estranhas e sobrenaturais passam a acontecer dentro de casa. À medida que ela vai pesquisando sobre a casa e o que os seus colegas de classe dizem a respeito, Belle descobre que a casa foi palco de um assassinato devido a uma maldição que a rodeia. Enquanto ela desvenda esse mistério, a garota precisa defender sua família e sair de lá antes que seja tarde demais.
Não, eu não assisti todos os filmes, mas, mesmo assim, seria necessário adicionar mais um filme na vasta franquia Amityville? Não, mas já que o longa está aqui a gente assiste. Amityville: O Despertar não é um filme detestável, mas também não é um filme inovador que irá te surpreender. Por utilizar a mesma fórmula (uma casa amaldiçoada) e aplicar novas histórias em cima dela, as situações já não trazem muitas novidades, inclinando para cenas clichês em que vemos a protagonista indo em direção ao perigo, gritando a famosa frase “tem alguém aí?”, como se o mal fosse responder “estou aqui comendo um lanche na cozinha”. Na pele de Belle, Bella Thorne cumpre o seu papel, mas não traz nada de novo em sua atuação. Por mais que a personagem esteja envolvida no mistério, a sensação que dá é que todas as pistas caem em seu colo sem a necessidade de ir atrás de verdade. Por exemplo, os amigos da escola contam sobre a lenda da casa e Belle até chega a ler alguns relatos sobre o que passou ali anos atrás, mas fica apenas nisso. Tudo é facilitado para que a protagonista caminhe nesse mistério sem investigar a fundo.
Talvez o arco mais explorado seja o de James e sua debilitação, o que abre portas para o mal ser desenvolvido e para sabermos mais sobre o relacionamento dele com a mãe e, é claro, dela com as filhas. Enquanto o roteiro acerta nesse ponto, ele deixa de lado justamente o desenvolvimento de Joan, que carrega uma energia estranha, uma “escuridão” em seu olhar e tem atitudes muito estranhas. Fica no ar o que poderia estar acontecendo com ela e, infelizmente, não sabemos ao certo se a mãe estava sob alguma influência maligna ou não.
Outra personagem que se torna superficial na trama é Candice, interpretada por Jennifer Morrison (Once Upon a Time). O filme não fala quem é ela logo de cara, deixando o público tirar suas próprias conclusões. Ela é a corretora que apresenta a casa? Uma amiga da família? Mas assim que Belle a chama de tia, descobrimos que ela faz parte da família. Além disso, há uma cena em que ela aparece de supetão na casa e simplesmente não sabemos o porquê dela estar naquele exato momento e quem a chamou. Fica um tanto quanto estranho.
Mesmo com alguns personagens não tão bem desenvolvidos e cortes bruscos entre as cenas, Amityville: O Despertar acerta em fazer boas referências a filmes antigos da franquia como Terror em Amityville e ainda satiriza os remakes. Achei uma ideia muito legal e não fica nada forçado no filme.
Considerações finais
Amityville: O Despertar é mais um filme a ser adicionado na grande franquia da casa amaldiçoada. A fórmula é a mesma, mas com uma história um pouco diferente. Apesar dos problemas citados ao longo do texto, o filme não é detestável, mas também não é uma obra-prima que fará diferença na indústria cinematográfica. Cabe a cada um assistir para julgá-lo se é bom ou não.
Ficha Técnica
Amityville: O Despertar
Direção: Franck Khalfoun
Elenco: Bella Thorne, Jennifer Jason Leigh, Jennifer Morrison, Cameron Monaghan, Mckenna Grace, Kurtwood Smith, Thomas Mann II e Taylor Spreitler
Duração: 1h25min
Nota: 5,5