Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War) é muito mais do que uma reunião icônica dos maiores super-heróis do cinema. É um espetáculo que marca os 10 anos do universo cinematográfico Marvel da melhor maneira possível. Desta vez, tanto os heróis quanto nós, meros mortais, nos deparamos com uma ameaça mortal, visceral, que não tem escrúpulos para atingir o que quer, resultando em momentos que o espectador não terá intervalos para respirar; o tremor subirá pelos braços e a tensão instalará na cervical a cada embate, conflito, disputa e uma joia a ser conquistada. Quando li e ouvi comentários a respeito do estado de espírito das pessoas pós-guerra infinita, pensei: “estou ansiosa, mas será que não é um exagero?”. A resposta é não. Nesta fase, a Marvel entrega uma obra surpreendente que derruba teorias pré-estabelecidas e deixa muitos anestesiados na cadeira.
Vingadores: Guerra Infinita parte dos últimos acontecimentos vistos em Thor: Ragnarok. Caso você não tenha assistido (aconselho que assista), o filme se preocupa em relembrar os fatos principais para situar o espectador dentro da cena. Engana-se aquele que supõe que o inimigo demorará a aparecer. Em pouco tempo de tela, Thanos dá as caras cercando Thor, Loki e toda tripulação asgardiana que se encontra na nave. É neste momento em que temos a comprovação de que Thanos é um vilão de alto nível que vai fazer todos os personagens trabalhar os músculos e o cérebro arduamente. Eu não sei vocês, mas achei a atuação de Josh Brolin muito boa, mesmo com todos os efeitos especiais sob ele. Thanos é inescrupuloso, frio e bastante objetivo. Quando o assunto é reunir todas as joias do infinito, ele move céus e terras para conseguir o que quer, contando ainda com a ajuda dos ‘Filhos de Thanos’ que, por sinal, amedrontam, impactam e mostram força à altura dos vingadores. A partir daqui até o final de quase três horas de filme, o vilão desestrutura tudo e todos, hipnotizando quem está assistindo.
Por se tratar das poderosas joias do infinito – união mais importante e perigosa que move os personagens – o roteiro faz questão de trazer uma breve explicação sobre cada joia, com direito a significado e consequências. Achei isso bem legal, pois revive as lembranças de quem já havia esquecido o conceito e os efeitos colaterais sobre cada pedra quando postas em mãos erradas. Aliás, quem é fã e está muito curioso sobre os detalhes da história, se perguntou em algum momento se o filme revelaria o paradeiro da ‘Joia da Alma’, a única joia que nunca fora vista em todos os filmes da Marvel. Não se preocupem, pois o longa entrega uma resposta plausível a respeito disso. É só isso que eu tenho a dizer. O resto vocês descobrem assistindo ao filme.
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Assim que nos deparamos com o vilão e tomamos conhecimento sobre suas verdadeiras intenções, o filme nos transporta para diversos ambientes onde acompanhamos os grandes embates. Um dos meus maiores receios era saber como Vingadores: Guerra Infinita encaixaria tantos super-heróis de alto escalão em um único filme, sem que um roubasse a cena do outro, ou se transformasse em apenas um figurante. Novamente, os irmãos Joe e Anthony Russo elabora uma obra-prima, dividindo os personagens em grupos, mas, mais do que isso, os diretores fizeram questão de escolher ‘a dedo’ quais duplas, trios e quartetos seriam montados, equilibrando a força, o conflito de ideias e, é claro, o duelo de egos.
Assim que o anúncio sobre a chegada de Thanos é feita, temos o primeiro grupo composto por Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Homem de Ferro (Robert Downey Jr), Wong (Benedict Wong) e Hulk (Mark Ruffalo). Logo depois que o grupo é reformulado devido a certos acontecimentos, o público passa a acompanhar Doutor Estranho, Homem de Ferro, Homem-Aranha (Tom Holland), Peter Quill (Chris Pratt), Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff). A química entre eles é sensacional, rendendo um alívio cômico bem dosado, mas sem fugir do estilo tradicional Marvel de nos fazer rir. Os egos de Peter Quill, Tony Stark e Stephen Strange batem direto, ao mesmo tempo em que se neutralizam, sem que um se sobressaia mais que o outro. Mesmo impulsivo e agitado com as novidades que aconteceram nas últimas horas do seu dia, Peter Parker tem ótimas cenas e uma presença forte no filme, com direito a referências à cultura pop que ajudam o grupo e divertem o público. Há uma cena de Peter e Tony Stark que, com certeza, fará muitos chorar. Preparem os lenços.
Na galáxia, temos o prazer de observar o primeiro grande encontro dos guardiões da galáxia e Thor (Chris Hemsworth) que, novamente, rende cenas hilárias no timing certo. Devo dizer que o Deus do Trovão faz muito sucesso com as garotas, deixando alguns morrendo de ciúmes, não é mesmo Senhor das Estrelas?
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Na Terra, temos um dos embates mais memoráveis e estarrecedores do filme, que fica por conta de T’Challa (Chadwick Boseman), Okoye (Danai Gurira), Shuri (Letitia Wright) e toda a população de Wakanda ao lado de Capitão América (Chris Evans), Bucky Barnes (Sebastian Stan), Visão (Paul Bettany), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Viúva Negra (Scarlett Johanson), Bruce Banner ‘Hulk’, Sam Wilson ‘Falcão’ (Anthony Mackie), James Rhodes ‘Máquina de Guerra’ (Don Cheadle). Não vou dizer muita coisa, apenas que esta é uma das cenas que vai desestruturar, estremecer e anestesiar qualquer pessoa. Falo isso por experiência própria, pois fiquei completamente tensa e engessada na cadeira até o último minuto. E novamente temos mais um exemplo de química e entrosamento entre os personagens que dá muito certo.
Outra pergunta que não quer calar: quem morre? Óbvio que não darei a resposta, mas preparem-se para o impacto, pois desta vez a Marvel está mais visceral, deixando a piedade e misericórdia na estante de casa.
Considerações finais
Vingadores: Guerra Infinita é uma surpresa, uma reunião magnífica de grandes heróis, um marco que chega para celebrar os 10 anos do universo cinematográfico Marvel. Mas não se deixem enganar: com um excelente vilão impiedoso, o filme desestrutura, abala, derruba teorias e suposições, tira o fôlego com uma cena de ação atrás da outra e não tem clemência na hora de dar a rasteira. Guerra Infinita é mais um acerto do estúdio, com diversão dosada, emoção à flor da pele e impacto profundo. É um filme que aconselho a assistir mais de uma vez. Talvez o meu lado fã tenha falado um pouco mais alto nesta crítica e até tenha deixado de lado possíveis falhas, mas cada palavra escrita foi sincera e de coração.
Agora, corram para o cinema e apreciem essa obra magistral que é Vingadores!
PS 1: Há uma cena pós-crédito e ela é MUITO importante! Fiquem na sala até as luzes acenderem!
PS 2: Claro que nosso querido Stan Lee tem a sua tradicional participação especial em Guerra Infinita!
Ficha Técnica
Vingadores: Guerra Infinita
Direção: Joe e Anthony Russo
Elenco: Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Josh Brolin, Benedict Cumberbatch, Mark Ruffalo, Scarlett Johanson, Chadwick Boseman, Tom Holland, Chris Pratt, Zoe Saldana, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Don Cheadle, Dave Bautista, Tom Hiddleston, Gwyneth Paltrow, Danai Gurira, Sebastian Stan, Letitia Wright, Karen Gillan, Pom Klementieff, Benicio Del Toro, Benedict Wong, Tiffany Espensen, Isabella Amara, Winston Duke, Tom Vaughan-Lawlor, Terry Notary, Carrie Coon, Peter Dinklage, Ross Marquand, Bradley Cooper e Vin Diesel.
Duração: 2h36min
Nota: 10