Nesta quinta feira (28), chega aos cinemas Capitão América: Guerra Civil, filme que abre as portas para a fase 3 da Marvel. Dirigido pelos irmãos Joe e Anthony Russo, a trama nos mostra Steve Rogers (Chris Evans) liderando o grupo de vingadores (recém-formado em Os Vingadores: A Era de Ultron) sempre com o esforço e a determinação de proteger a humanidade. Porém, após os acontecimentos em A Era de Ultron (em Sokovia) e uma grande catástrofe em Viena envolvendo todos eles, a pressão política toma uma posição para instaurar um sistema de contagem liderado por um órgão governamental para supervisionar e dirigir a equipe. Tal sistema é conhecido como o Tratado de Sokovia. A partir daí, temos o arco principal que dará o desenrolar complexo da história. De um lado, Capitão América defende a ideia de que os herois devem permanecer livres para defender a humanidade sem a interferência do governo; do outro lado, temos a introdução do Homem de Ferro/Tony Stark (Robert Downey Jr) que toma a surpresa decisão em defender a posição do governo.
Pronto, está dada a largada para a Guerra Civil e posso dizer com todas as letras que o terceiro filme do Capitão América é um Vingadores 2.5 (como muitos estão falando) e pode ser considerado o melhor filme da Marvel até agora (não que os outros sejam ruins, tá?). A trama é dividida em três atos: no primeiro, temos a catástrofe que dará espaço para o governo entrar com sua autoridade provocando, assim, a origem do conflito; O segundo ato nos mostra as dúvidas de cada um e como eles reagem diante dessa situação, gerando a grande batalha entre eles; por fim, o terceiro ato nos surpreende com um ótimo plot twist que mostrará o vilão Zemo (Daniel Brühl), colocando o Homem de Ferro e o Capitão América em uma batalha épica.
Aqui, o roteiro é visivelmente ótimo, pois além de ser bem estruturado, ele nos explica minuciosamente os problemas políticos em meio a várias cenas de ação frenéticas e dinâmicas. Em nenhum momento o espectador vai se sentir cansado de acompanhar o filme, muito pelo contrário, ele irá desejar ver mais e mais daquilo. Além disso, a trama dá espaço para todos os herois, sem que nenhum fique de escanteio, ou seja, o público acompanha a dúvida e a tomada de decisão de cada personagem ao escolher o lado pelo qual irá lutar. Em Capitão América: Guerra Civil, não há bons e maus, apenas herois que tem argumentos muito fortes para defender aquilo que eles acreditam. Além das suas crenças, fica nítida a lealdade e a honestidade de cada um deles, mas também, há momentos em que eles irão confessar suas derrotas e suas escolhas erradas, afinal, eles são humanos e erram, como qualquer outra pessoa.
Outro ponto positivo do filme é a dosagem equilibrada que o roteiro traz entre cenas políticas, dramáticas e cômicas. O espectador absorve perfeitamente as informações que explicam a origem do conflito e, nesse meio tempo, essa parte é quebrada com momentos tristes e cômicos sem que uma cena ofusque ou quebre o ritmo da outra.
De qual time você é?
Vou ser bem sincera. É difícil escolher um lado para torcer, pois, como disse acima, tanto Tony Stark quanto Steve Rogers apresentam razões fortíssimas para defender e, ás vezes, é difícil você discordar deles. Porém, tenho que admitir que fiquei levemente inclinada para o time do Homem de Ferro.
Antes de explicar porque sou #TimeHomemDeFerro, tenho que falar que a interpretação de Robert Downey Jr, como sempre, é espetacular. Ele rouba a cena toda vez que aparece. Não há um momento em que você possa dizer que ele está ruim. Porém, em Guerra Civil, temos um Homem de Ferro menos sarcástico, com menos piadas e mais obscuro, pois, no fundo, ele se sente culpado pelos últimos acontecimentos e, agora, quer retratá-los de alguma forma. Porém, a grande revelação que acontece no terceiro ato mostrará a verdadeira razão para ele lutar contra o Capitão América e, foi por essa razão que eu torci mais para o seu time.
Não podemos esquecer que Capitão América continua sendo o protagonista do filme e Chris Evans está melhor do que nunca em seu papel. Dividindo a tela com Homem de Ferro, o primeiro vingador não é ofuscado em nenhum momento e é fiel ao que acredita do começo ao fim. No primeiro instante ele chega a ficar um pouco indeciso, mas isso acaba quando Bucky (Sebastian Stan) retorna. O tempo todo, Steve Rogers protege e acredita que o amigo de infância não tem total culpa pelos seus atos, afinal, todos esses anos, seu cérebro foi controlado pela Hydra. Mas, durante o filme, me perguntei várias vezes se valia a pena defender Bucky com unhas e dentes. Afinal, e o Homem de Ferro? Não é amigo e parceiro também? E os outros? Valeria a pena arriscar a vida dos super herois por uma pessoa procurada pelo governo?
Um personagem que ganha grande destaque na trama e admiração do público é o Pantera Negra/T’Challa, interpretado por Chadwick Boseman. Sua presença é constante e o personagem demonstra força e carisma nas telas. No início, suas ações são movidas por vingança, porém, o personagem começa a enxergar e compreender o complexo da história, tomando uma posição mais realista. Além de ser um ótimo personagem, as cenas serviram para nos preparar para o seu filme solo que, com certeza, será demais.
O que dizer do jovem Homem-Aranha que, em apenas 15 minutos de cena, faz a gente considerá-lo pacas? Tom Holland arrasou no papel! O heroi surpreende pelo carisma e pela força (que eu não imaginava que ele tinha por ser apenas um adolescente). Ele é o responsável pela parte cômica do filme e consegue interagir com quase todos os herois da melhor forma possível. Para cada um, ele tinha um diálogo curto, excelente e engraçado. Só ele para admirar o braço de metal do soldado invernal e se sentir honrado em lutar com o Capitão América. Desculpa, mas isso não é para qualquer um rs.
Quem também não fica para trás e solta ótimas piadas é o Homem-Formiga (Paul Rudd). No time do Capitão América, ele não perde a pose e você vê exatamente a mesma pessoa do seu filme solo. Ele é debochado e meio preguiçoso, mas quando tem que lutar, ele usa suas melhores técnicas para colocar o time do Homem de Ferro no chão. Ele e o Homem-Aranha são as melhores coisas que aconteceram no filme. Não dá pra negar.
Digo e afirmo que a Viúva Negra (Scarlett Johansson) me representa. Ela não é apenas um rosto e um corpo bonito. Ela forte, audaciosa e ousada. Suas cenas de luta faz você torcer (e até se mexer na cadeira) por ela e fica claro que a personagem sofreu uma boa evolução desde o primeiro Vingadores.
Outros dois personagens que ganham um bom espaço no filme são o Visão (Paul Bettany) e a Feiticeira Escarlate/Wanda (Elizabeth Olsen). Por não ter um controle total dos seus poderes, Wanda entra em um conflito existencial, pois ela não sabe até que ponto consegue se controlar sem ferir os outros. Visão também se sente assim e expõe seus sentimentos apoiando a Feiticeira, mesmo que ambos estejam em lados opostos.
Considerações finais
Capitão América: Guerra Civil apresenta um roteiro impecável, minucioso, explicando a origem do conflito e dando espaço para todos os personagens, sem deixar nenhum de lado. A interação entre todos é maravilhosa de ser ver na tela e os irmãos Joe e Anthony Russo mostram como é transformar uma história em quadrinhos em um filme grandioso e foda. É um filme bom? Não. É ótimo! O melhor que a Marvel já fez. E já quero assistir de novo.
Capitão América: Guerra Civil estreia hoje nos cinemas. Você não pode perder essa hein!
PS: Não se esqueça: há uma cena extra depois dos créditos. Não saia correndo da sala.
PS2: Já estou ansiosa para assistir aos filmes solos do Pantera Negra e Homem-Aranha.
PS3: Se eu já gostava do Homem-Aranha, agora eu adoro! Ganhou um espaço no meu coração rs.
Ficha Técnica
Capitão América: Guerra Civil
Direção: Joe e Anthony Russo
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Chadwick Boseman, Tom Holland, Anthony Mackie, Don Cheadle, Jeremy Renner, Paul Bettany, Emily VanCamp, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Marisa Tomei, Frank Grillo, Martin Freeman, Daniel Bruhl, William Hurt e John Kani.
Duração: 2h28min
Nota: 10