Os filmes High School Musical seguem vivo até hoje, com uma base de fãs apaixonados pela história e os personagens. Que tal atrair uma nova geração para conhecer essa história de um jeito diferente? Para homenagear os personagens e a produção de sucesso, o Disney Plus fez High School Musical: O Musical: A Série, um nome grande, mas que faz sentido. É um remake? Um reboot? É divertido? Vale a pena assistir? Eu vou te contar tudo.
Já posso adiantar que a série do High School Musical vai agradar muitos, não só os nostálgicos fãs dos filmes, como também os apaixonados por séries musicais ao estilo Glee. Devo dizer que o início da série não me conquistou 100% e achei que largaria a série precocemente, mas deem uma chance, pois a trama melhora cada vez mais com o passar dos episódios.
Trama e narrativa
A trama se passa na Escola East High, local onde foi gravado os três filmes High School Musical. Assim, a série segue um grupo de estudantes que decide participar de uma produção teatral baseada no primeiro filme da trilogia. É nesta construção da peça que acompanhamos as histórias de cada personagem, velhas amizades sendo testadas, amores surgindo e ressurgindo, rivalidades, discussões, novas amizades e uma nova família nascendo à medida que o poder teatral transforma cada um deles.
A série High School Musical tem apenas 10 episódios de 30 minutos, o que passa super rápido. E já adianto que a série está renovada para 2ª temporada que chega em 2021, e ainda haverá um episódio especial de Natal que será exibido no dia 11 dezembro no Disney Plus.
O espectador acompanha as histórias dos personagens com a trama de High School Musical como pano de fundo. Ou seja, não se trata de um remake ou reboot e, sim, de uma nova série que se passa no mesmo universo, faz uma homenagem aos filmes, além de ter a sua história original que rende bons arcos.
Um ponto que, talvez incomode no começo – mas é uma questão de costume – é que a série segue o estilo mockumentary – como The Office -, ou seja, os personagens conversam e comentam com o espectador sobre o que está acontecendo, o que pode acontecer, o que acham e o que pretendem fazer. Há uma quebra da quarta parede que se torna natural ao longo dos episódios, aproximando ainda mais o personagem e o público.
Qual é a história?
É no desenvolvimento da história que o público mergulha nas tramas de cada personagem, fazendo a gente se apaixonar ou não por cada um deles. Algumas tramas começam com o pé esquerdo, fazendo o público não curtir tanto, mas no meio da temporada, a narrativa muda o rumo de forma positiva e gradativa, tornando a série crescente e cada vez melhor, o que é algo muito bom. Talvez se tais mudanças não tivessem ocorrido de imediato, a série poderia decair rapidamente e afastar uma boa parcela do público.
Na trama a gente acompanha o Ricky e a Nini, protagonistas da trama que, por sinal, na peça interpretam o Troy e a Gabriela. Mas diferente dos personagens originais, os dois seguem afastados após o namoro terminar de um jeito bem chato, uma vez que Ricky (Joshua Bassett) não aceita muito bem quando Nini (Olivia Rodrigo) abre o jogo e revela estar bem apaixonada. Agora, cabe o garoto correr atrás do prejuízo, o que vai ser difícil, já que Nini está namorando com EJ (Matt Cornett), o garoto popular da escola, que faz parte do time que faz referência aos Wildcats.
Ao acompanhar esta trama que se mistura aos ensaios e a construção da peça de teatro High School Musical, o público passa a conhecer os demais personagens que são cativantes, como é o caso do Carlos (Frankie A. Rodriguez), que é o coreógrafo da peça; a Kourtney (Dara Renee), melhor amiga da Nini, uma pessoa descontraída, divertida e que tem os melhores conselhos e puxadas de orelha; a Ashlyn (Julia Lester), prima do EJ, uma pessoa adorável; Big Red (Larry Saperstein), o nerd da turma que “odeia teatro e high school musical”, mas se junta ao grupo involuntariamente; e, é claro, a Sra. Jenn (Kate Reinders), professora do teatro que alega ter participado do filme e, agora, quer comandar o musical com maestria. Mas ela guarda um segredinho que vocês descobrem no decorrer da temporada.
Todos esses personagens são incríveis e a cada episódio o público descobre uma qualidade, um defeito, um medo a ser encarado, fazendo a gente se encantar cada vez mais por eles.
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Já outros personagens correram um risco de se perderam na série, mas suas tramas são resgatadas a tempo do espectador não se afastar da história, como é o caso da Gina (Sofia Wylie), que começa como rival da Nini para o papel de Gabriela. A rivalidade é até interessante, mas se perde logo, assim a série engata em outra trama para Gina, envolvendo sua recém-chegada na escola e o fato dela se mudar para várias cidades por conta do trabalho da mãe. Além disso, a tentativa de aproximar Ricky e Gina não funciona, pois, a química se repele automaticamente, o que é algo descartado a tempo.
Seb (Joe Serafini) é um personagem adorável e que faz a versão masculina da Sharpey, mas que de Sharpey não tem nada na vida real, apenas no palco. A trama dele com o Carlos é super fofa e faz você torcer por eles, especialmente na cena do baile da escola, no entanto, a trama solo do Seb é fraca e não exploram muito.
Já o EJ começa bem, mas se perde logo no início com a rivalidade com o Ricky pelo coração da Nini. A série logo resgata o personagem ao trabalhar o lado sincero dele que faz com que ele descubra qualidades e defeitos sobre si que, no final, o faz ter as melhores atitudes.
Além disso, a série também trabalha a rivalidade da Sra. Jenn com o professor de robótica, Sr. Mazzara (Mark St. Cyr), mas essa rivalidade acaba funcionando, pois um passa a enxergar as qualidades do outro, fazendo os dois trabalharem juntos.
No geral, posso dizer que cada personagem carrega uma trama boa que, às vezes, conversa com o personagem que eles interpretam no musical, ou seja, um influencia o outro, despertando qualidades e defeitos de cada um.
E o musical?
Ao longo da temporada, o espectador acompanha os ensaios, as coreografias, os cenários sendo montados, as ideias, discussões, brigas e a união do grupo que acaba se tornando uma família.
O mais interessante é que a série não tem pretensão de apresentar uma peça teatral perfeita, com performances incríveis e coreografias hipnotizantes. Pelo contrário, há erros, falhas, esquecimento de falas, passos errados, o que torna a peça ainda mais realista e muito parecida com que já vimos em peças de escola, certo? Por isso, não espere por um musical perfeito, porque a ideia da série não é esta e, sim, mostrar o que se passa pelos bastidores da peça.
Músicas
Não posso deixar de falar que o elenco canta muito bem e a série do High School Musical homenageia com as músicas do filme, como ‘Breaking Free’ e ‘Status Quo’, assim como tem suas músicas originais que são lindas e viciantes, com destaque para ‘Born To Be Brave’ e ‘Wondering’.
Além disso, a série ainda conta duas participações especiais do elenco original de High School Musical! Só assistindo para vocês descobrirem.
E o final?
O final da 1ª temporada de High School Musical deixa um bom gancho para a 2ª temporada, além de uma nova peça que a Sra. Jenn planeja fazer com os alunos.
Se você é fã da trilogia, vai gostar de acompanhar High School Musical: O Musical: A Série, que constrói uma boa história original, com bons personagens, músicas inéditas e apaixonantes, além de fazer uma homenagem bonita à história de origem que nos encantou desde 2006, e que faz sucesso até hoje. Vale a pena assistir? Só digo para você dar uma chance!
Ficha Técnica
High School Musical: O Musical: A Série
Criação: Tim Federle
Elenco: Joshua Bassett, Olivia Rodrigo, Matt Cornett, Kate Reinders, Frankie A. Rodriguez, Julia Lester, Larry Saperstein, Sofia Wylie, Dara Renee, Joe Serafini, Mark St. Cyr.
Duração: 1ª temporada (10 episódios 30min)
Nota: 7,9