Se você gosta de filmes ‘slasher’, pode ser que Parque do Inferno (Hell Fest) seja uma boa opção de entretenimento do gênero terror, afinal o longa dirigido por Gregory Plotkin apresenta o princípio básico deste subgênero que, por sinal, não fica a desejar: um assassino mascarado que coleciona vítimas aleatoriamente de forma misteriosa, macabra e surpreendente, uma vez que não se sabe os métodos que serão utilizados pelo vilão. O longa diverte do ponto de vista aterrorizante e fantasioso, mas decepciona no roteiro por não aprofundar em quase absolutamente nada nas subtramas.
A trama acompanha a universitária Natalie (Amy Forsyth) que dá um tempo na vida acadêmica para visitar sua melhor amiga de infância, Brooke (Reign Edwards), e a colega de quarto, Taylor (Bex Taylor-Klaus). Como é época de Halloween, elas e seus respectivos namorados decidem ir ao Hell Fest, um parque de diversões com jogos e brincadeiras que excursiona pelo país. Todos os anos, milhares de pessoas acompanham o parque para experimentar o medo do macabro parque temático, repleto de labirintos aterrorizantes. O que era para ser apenas um medo divertido se torna um verdadeiro pesadelo quando um assassino mascarado persegue o grupo. O mais terrível é que as atrocidades cometidas pelo criminoso acontecem na frente do público extasiado pelo local. Eles acreditam que tudo faz parte do show, ignorando os pedidos de socorro.
O que faz Parque do Inferno prender a atenção é que, em primeiro lugar, o filme não se leva a sério e investe em bons jump scares, assassinatos torturantes e um cenário fantástico e horripilante, que instiga a angústia e o desespero no público em saber se há esperança de sobrevivência ou não. Assim que nos deparamos com o parque, cria-se certa ilusão de que o local não é tão grande, mas à medida que o grupo de amigos caminha entre visitantes, figurantes e personagens medonhos, a sensação que dá é que o parque suga os personagens (e o espectador) para um caminho sem saída, oferecendo um cenário horrível (é um elogio), assombroso, nojento e quase real, tornando o ambiente o maior que já se viu.
Um dos objetivos é fazer as pessoas chegarem à Ilha do Inferno e, para isso, é necessário passar por labirintos horripilantes. Neste percurso e nas demais brincadeiras, o público acompanha o assassino mascarado que somente está ali para escolher suas vítimas e matar novamente. Quando digo novamente, significa que essa prática vem acontecendo há anos e, logo no começo do filme, o público já se depara com o primeiro assassinato, descoberto apenas tempos depois, já que o local entrega um cenário que mescla o real e o imaginário, criando truques na mente de todos.
O vilão é frio em seus atos e escolhe a dedo suas vítimas e, por mais previsível que seja quem vai morrer, o espectador não sabe a forma como será feita a execução, aumentando o teor do medo e da surpresa.
Se o filme conquista pelo cenário e cenas macabras, infelizmente perde pontos com um roteiro raso e sem originalidade. No geral, os personagens funcionam bem juntos, mas quando a história apresenta cada um, tudo fica a desejar. De um lado, temos a estudante Natalie que resolve tirar uma folga da dura vida de estudos. Além disso, ela tem a chance de engatar um romance com Gavin (Roby Attal), enquanto demonstra certa antipatia por Taylor. Como melhor amiga, Brooke abre todos os caminhos para Natalie curtir de verdade este momento e, consequentemente, aproveita para ficar ao lado do namorado, assim como Taylor aproveita com o seu parceiro. O roteiro apenas faz essas pequenas conexões entre os personagens, mas nada é aprofundado, muito menos há algum tipo de camada complexa para explorar.
Já assistiu A Princesa e a Plebeia?
Assim que é dada a largada à matança, o que o público faz é apenas torcer para que alguém sobreviva no parque, além de descobrir quem está por trás da máscara. Porém, talvez alguns se sintam um pouco decepcionados com o desfecho. Para mim, o final é irônico.
Considerações finais
Parque do Inferno é puro slasher que vai entreter com um assassino violento em um cenário de labirintos que faz o público cair em uma espiral aterrorizante. Os personagens prendem a atenção no jogo de caça, mas não espere por boas subtramas. É apenas um filme divertido para assustar.
Ficha Técnica
Parque do Inferno
Direção: Gregory Plotkin
Elenco: Amy Forsyth, Reign Edwards, Bex Taylor-Klaus, Roby Attal, Matt Mercurio, Christian James, Benjamin Weaver, Courtney Dietz, Elle Graham e Tony Todd.
Duração: 1h29min
Nota: 6,0