Verdade seja dita: clichê ou não, brega ou não, a Netflix sabe conquistar com um bom filme natalino e A Princesa e a Plebeia (The Princess Switch) e a nova aposta e o mais novo acerto do streaming.
Dirigido por Mike Rohl, o filme acompanha Stacy De Novo, uma confeiteira de mão cheia, metódica e determinada. A vida só funciona na base de planejamento, especialmente após o término do namoro de longa data. Para animá-la, Kevin a inscreve em uma competição de confeitaria na nação europeia de Belgravia. É nos bastidores do reality que ela se depara com a duquesa Lady Margaret que, por acaso, é exatamente como ela. A fim de se afastar dos holofotes e da futura vida de princesa para ter uma vida normal, Margaret convence Stacy a trocarem de lugar por alguns dias. No entanto, em pouco tempo, elas vão viver momentos intensos, felizes e ainda se apaixonarem pelo parceiro da outra, o que pode complicar um pouco a situação da dupla.
Vamos ignorar o fato de que a maioria dos filmes da Netflix tem as famosas cenas clichês e admitir que A Princesa e a Plebeia é um filme adorável? Não vou negar, a trama é simples e previsível, cuja história ao estilo ‘Usurpadora’ – só que fofa e feliz – apresenta casais que se apaixonam mais rápido que miojo instantâneo, com direito a vilã que deseja tomar o posto de melhor confeiteira. No entanto, o roteiro prende a sua atenção pela forma leve que o desenvolvimento é conduzido, especialmente pela atuação de Vanessa Hudgens que carrega o filme em dose dupla.
Dez filmes para você assistir no Telecine Play
Não há nada de espetacular na atuação, mas a atriz consegue colocar na tela duas personagens iguais com personalidades, manias e sotaques bem distintos, sem soar forçado demais. De um lado temos a metódica Stacy, uma excelente confeiteira focada no trabalho que tem medo de mudanças. Ela acredita que a vida só se ajeita à base de planejamentos, no entanto, novas circunstâncias mostram que não é exatamente assim que a banda toca e que, às vezes, o livre arbítrio faz questão interferir. Stacy é fofa, competente, ama sua afilhada e é fiel ao melhor amigo, pontos que conquistam o telespectador rapidamente.
Já Margaret tinha tudo para ser mais chatinha e antipática, mas é o seu caráter bondoso e suas dúvidas com relação ao casamento e a mudança de status que a torna mais humana e vulnerável, o que a tira completamente do pedestal. Mesmo imitando uma a outra, não soa forçado e o que é melhor: a personalidade de ambas não se perde em nenhum momento.
Outro ponto positivo é que o filme abre espaço para conhecermos melhor os coadjuvantes. O príncipe Edward poderia ser mais um personagem perdido na trama, que só descobriria toda a verdade no final e, ainda assim, ficar com cara de bobo. Mas novamente a história nos engana e conduz para uma trama harmoniosa entre ele e Stacy (a Margaret substituta), criando uma relação mais íntima e divertida de acompanhar. Já com Kevin e Margaret temos esses momentos um pouco amenizados e gostaria que o filme tivesse aprofundado mais na relação dos dois, mas, ainda assim, eles não ficam de escanteio e muitos menos nos esquecemos deles.
Crítica – Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald
Toda a trama ganha um cenário natalino formidável com direito a muita neve, luzes coloridas, lojas de brinquedos encantadoras e um palácio real de deixar o queixo caído. Está aí uma produção que não fica a desejar. Aliás, uma das cenas que gostei é a de Stacy e Edward no abrigo para crianças, pois faz lembrar bastante da princesa Mia em O Diário da Princesa 2.
Considerações finais
O desfecho não poderia ser mais previsível e encantador. A Princesa e a Plebeia é mais um acerto da Netflix, um bom filme natalino para você assistir sozinho, com o namorado, com as amigas e se entreter com uma boa e velha história não só de amor, mas também de amizade, união e escolhas.
Ficha Técnica
A Princesa e a Plebeia
Direção: Mike Rohl
Elenco: Vanessa Hudgens, Nick Sagar, Sam Palladio, Alexa Adeosun, Suanne Braun, Mark Fleischmann, Sara Stewart, Pavel Douglas, Amy Griffiths, Robin Soans, Ashley Emerson, Jo Cameron Brown, Calliope Jane Taylor e Clara Ciobanu.
Duração: 1h41min
Nota: 7,5