Jovens Bruxas – Nova Irmandade (The Craft: Legacy) é a nova versão do clássico de 1996, produzida pela Blumhouse. Na verdade, depois que você assiste ao filme, descobre que o longa também pode ser considerado uma sequência. Mas será que é bom? Confira a crítica sem spoilers em texto ou em vídeo.
Dirigido e escrito por Zoe Lister-Jones, de forma bem resumida, no novo Jovens Bruxas acompanhamos um eclético quarteto de adolescentes aspirantes a bruxas, que recebem mais do que jamais esperavam, ao se aprofundar no uso de seus recém descobertos poderes.
Na trama, o público conhece a protagonista Lily, que muda de cidade e vai morar com o namorado da mãe e os três filhos do rapaz. A partir daqui, acompanhamos a rotina da garota e sua nova adaptação, uma vez que escola, amigos e família são coisas novas para ela.
É na escola, e durante um bullying constrangedor, que Lily conhece Lourdes, Frankie e Tabby e descobre ter o dom da magia e fazer parte de um coven de bruxas. Assim, elas iniciam o ritual para completar o círculo e adquirir os poderes que tanto esperavam.
Jovens Bruxas – Nova Irmandade repagina o clássico de 1996, trazendo os mesmos elementos da trama original, um roteiro similar, mas aborda temáticas interessantes e atuais, como bullying, homofobia e machismo. Por exemplo, na trama, temos o Timmy, o garoto valentão da escola que faz bullying com todos, especialmente com a Lily; na trama original, temos o mesmo personagem Chris (Skeet Ulrich). Assim como o primeiro, Timmy também sofre uma mudança radical por conta do quarteto e se torna um cara mais sensível, educado, respeitoso e um melhor ouvinte, características que se encaixam em nossos dias atuais e ao tema discutido na trama.
Assim que o quarteto é formado, o filme passa a desenvolver a trama sombria que ronda as meninas, trazendo consequências desagradáveis, como o fato do namorado da mãe, Adam, ter uma personalidade estranha e rude e atitudes controversas, que faz Lily não ficar só incomodada como muito desconfiada, e inicia uma investigação sobre o que se passa na casa e, é claro, com o novo padrasto.
Crítica: O Que Ficou Para Trás
É na metade do filme que temos uma boa reviravolta que chacoalha a trama, traz um mistério maior e até emociona, no entanto, o filme perde duas grandes oportunidades: a de ousar e de explorar os demais personagens.
No primeiro filme, o público teve a chance de conhecer cada personagem, cada conflito e como cada uma usava o poder a seu favor. Infelizmente Jovens Bruxas – Nova Irmandade foca somente na Lily e perde a chance de explorar o restante do quarteto, uma vez que as meninas também chamam a atenção e o espectador se interessa por elas, mas não ganha informações, como tivemos no filme original, o que é uma pena.
Além disso, o filme também perde a oportunidade de explorar mais o quarteto e ousar mais nas cenas em que o mistério fica cada vez mais forte até chegar ao confronto final que, por sinal, é legal, mas poderia ter sido bem melhor, assim como foi no filme original.
Personagens
Dos personagens, o destaque vai para Lily (Cailee Spaeny), que tem toda a atenção da trama voltada para ela e o público descobre várias coisas sobre seu passado, além do seu dom da magia.
O trio Lourdes (Zoey Luna), Frankie (Gideon Adlon) e Tabby (Lovie Simone) é divertido e cativa o público rapidamente, mas como disse, não temos um aprofundamento maior das personagens. O Timmy (Nicholas Galitzine) é quem move mais a rotina do quarteto das bruxas e o que mais faz diferença na trama e traz boas reviravoltas.
Michelle Monaghan e David Duchovny são Helen e Adam, mãe e padrasto de Lily e que também vão ajudar no mistério e trazer alguns plots interessantes.
Os filhos de Adam, Jacob (Charles Vandervaart), Isaiah (Donald MacLean Jr) e Abe (Julian Grey) não fazem a menor diferença no filme. São personagens completamente desnecessários, esquecidos na trama e esquecíveis para o espectador. Sinceramente, não sei o porquê de criarem personagens assim se nem vão explorar, não é?
Considerações finais
O 3º ato do filme traz os últimos conflitos que provam a irmandade das bruxas, além de trazer o desfecho do mistério que é legal, mas poderia ter sido mais ousado. No entanto, é o final que mostra que o filme pode ser considerado uma sequência, ao trazer uma revelação bastante interessante, além de deixar portas abertas para um possível terceiro filme.
Jovens Bruxas – Nova Irmandade traz uma nova versão do clássico de 1996, com uma nova roupagem e assuntos importantes e atuais que se encaixam bem na trama. No entanto, o filme foca apenas na protagonista e esquece de explorar o restante do quarteto, assim como perde a oportunidade de ousar mais em certas cenas, especialmente no final.
É um filme ruim? Sinceramente, é uma história divertida e descontraída, mas que não deixa os erros passarem despercebidos aos olhos do espectador.
Ficha Técnica
Jovens Bruxas – Nova Irmandade
Direção: Zoe Lister-Jones
Elenco: Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone, Zoey Luna, Nicholas Galitzine, Michelle Monaghan, David Duchovny, Charles Vandervaart, Donald MacLean Jr e Julian Grey.
Duração: 1h37min
Nota: 6,5