Bad Boys Para Sempre (Bad Boys For Life), sem dúvidas, é o melhor da trilogia, mas impossível tirar o mérito dos longas anteriores que introduziram uma dupla de detetives que refrescou o universo do gênero polícia nos anos 90 e se renovou em 2003 com muitas explosões garantidas pela direção de Michael Bay Agora, o terceiro filme equilibra tudo o que foi visto antes: ação, aventura, humor, tiros e explosões em uma história que traz o tempero da novela mexicana, aprende a não se levar a sério e, justamente por isso, entrega um roteiro coerente. Will Smith e Martin Lawrence retornam e afirmam que esta dupla será eterna para os fãs, mas esta é a última missão, cumprida com diversão e maestria.
Dirigido por Adil El Arbi & Bilall, Bad Boys Para Sempre mostra Mike Lowrey e Marcus Burnett 17 anos após os eventos do último filme, revelando que o tempo chega para todos, mas que para essa dupla, a justiça sempre irá correr em suas veias. De um lado temos Marcus que, agora, se tornou avô e admite que seu tempo de detetive está chegando ao fim, uma vez que não tem mais a jovialidade de antes para continuar arriscando a pele, uma vez que a família é sua prioridade. Do outro lado temos Mike, que continua charmoso, mas que a fama de “malandro e pegador” já não é mais a mesma. O romance com a irmã de Marcus não continuou e ele também não construiu uma família, mas continua firme com aquilo que mais ama: seu trabalho.
Com 25 anos de carreira e muitas missões nas costas, Marcus e Mike adquiriram inimigos e, infelizmente, um deles retorna para iniciar uma vingança implacável. É com esta premissa que Bad Boys Para Sempre inicia a última jornada desta dupla. Tornando-se o alvo principal, Mike passa por um momento assustador, enquanto Marcus teme que o pior possa acontecer. Nem mesmo o espectador espera por isso, mas quando acontece, a atmosfera de tensão é instalada, afinal, qual será o rumo que os roteiristas escolheram para os protagonistas e porque tal decisão tão radical logo no início do filme?
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Assim que o clima é amenizado, o filme divide as expectativas dos personagens: de um lado, Marcus quer paz, enquanto Mike busca por justiça. Tal divergência de desejos não impede as decisões de ambos, mas é o laço fraternal que faz com eles realizem essa jornada pela última vez, de forma bem-humorada e arriscada.
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O que realmente move esta história é a dupla de protagonistas. Will Smith retorna na pele de um Mike Lowrey mais maduro, com charme e menos sex appeal como de costume. Já Martin Lawrence é o destaque deste filme e, sem dúvidas, a melhor surpresa da trama. Se antes Marcus vivia reclamando de tudo e sempre colocando a culpa no amigo por tudo que lhe acontecia, desta vez, isso é amenizado. Com mais equilíbrio, Marcus continua a reclamar, mas entrega um lado bem mais engraçado que rende cenas muito divertidas e alívios cômicos até nos momentos mais preocupantes. O tempo amadureceu e melhorou estes personagens que, na minha opinião, não perderam a força com o passar dos anos.
Enquanto o roteiro entrega um lado repleto de ação com tiros, lutas e muitas explosões, a trama também dá um mergulho na dramaticidade ao apresentar os oponentes. Isabel Aretas (Kate Del Castillo) retorna das cinzas para vingar a sua família e, agora, conta com a ajuda do filho Armando (Jacob Scipio), que se torna responsável em eliminar todos os obstáculos. É um personagem que desperta raiva o tempo todo, o que prova que o ator consegue provocar positivamente o público como antagonista. É a origem desses e suas motivações que fazem o público entender toda a trama de Bad Boys Para Sempre, e devo dizer que as boas reviravoltas se encontram aqui, pois não só dá um tempero inesperado ao filme, como entrega plot twists bem ao estilo novela mexicana: exagerado, dramático e divertido. E por mais absurdo que seja, as explicações são plausíveis e bem contextualizadas na história.
Assim que a caça entre detetives e inimigos iniciam, o filme ganha uma sequência de cenas de ação bem elaboradas. É aqui também que Mike e Marcus contam com a ajuda a AMINO, uma nova divisão de segurança e tecnologia de alta capacidade que utiliza de armas e equipamentos de ponta.
Na trama, conhecemos a tenente Rita (Paola Nuñez), líder da equipe e affair de Mike, uma mulher que sabe dar as ordens e não tem medo de agir nos momentos arriscados. Seu grupo conta com os assistentes de ponta Dorn (Alexander Ludwig), Kelly (Vanessa Hudgens) e Rafe (Charles Melton). O trio funciona e ganha um ótimo equilíbrio nas cenas, sem que nenhum fique de escanteio. Ver a divergência de pensamentos e atitudes entre a antiga e a nova geração, englobado com a nova tecnologia dentro da equipe, torna tudo ainda mais divertido e mais desafiante para os protagonistas, que estão acostumados com a boa e velha moda de caçar bandidos.
Quem também retorna ao elenco é Joe Pantoliano na pele do Capitão Howard, que está junto com Mike e Marcus desde o primeiro filme. A presença é nostálgica, mas também especial para guiar Mike diante das escolhas difíceis que precisa fazer.
Considerações finais
A reta final ganha um tom a mais de dramaticidade, colocando todos os personagens em risco e aumentando o clima de tensão de que algo ainda possa acontecer. Mas o desfecho não poderia ser melhor, mais nostálgico e divertido, um final de dever cumprido. Os Bad Boys são para sempre, mas será que este é o fim mesmo? O final deixa em aberto para um possível quarto filme.
Bad Boys Para Sempre é o melhor da trilogia ao entregar uma trama que mistura ação, humor, drama e exageros em um roteiro conciso, equilibrado e que sabe não se levar a sério em alguns momentos, provando o seu bom desenvolvimento. Mas se a trama é boa é graças aos protagonistas veteranos que não perdem a essência e entregam cenas sensacionais ao lado de um elenco bom e funcional. Will Smith e Martin Lawrence provam, pela última vez, que são os melhores bad boys do cinema.
PS: Há uma participação especial fenomenal! rs
Ficha Técnica
Bad Boys Para Sempre
Direção: Adil El Arbi & Bilall
Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Joe Pantoliano, Paola Nuñez, Vanessa Hudgens, Charles Melton, Alexander Ludwig, Kate Del Castillo, Jacob Scipio, Nicky Jam, DJ Khaled, Bianca Bethune e Theresa Randle.
Duração: 2h04min
Nota: 8,0