Judy – Muito Além do Arco-Íris é o tipo de filme que te dá uma aula sobre personagem e interpretação. O longa dirigido por Rupert Goold conta os bastidores preto e branco da vida de Judy Garland, a multitalentosa artista considerada uma das principais estrelas da ‘Era de Ouro’ de Hollywood. Um filme que surpreende pela atuação impecável de Renée Zellweger e emociona e choca com a história de uma figura que, talvez, você não conheça a sua história, mas desperta muito a curiosidade para entender os detalhes mais sombrios sobre a estrela do filme de sucesso O Mágico de Oz.
O filme faz dois recortes sobre a vida de Judy Garland: o primeiro se passa no presente e transcorre durante o último ano de vida da artista antes da sua morte, aos 47 anos. Com problemas financeiros e sofrendo com os recentes divórcios, Judy embarca em uma turnê de shows em Londres, durante o inverno de 1968, algo que a fez sofrer especialmente por ter que deixar os filhos nos EUA com o pai Sid Luft (Rufus Sewell).
O segundo recorte é uma série de flashbacks sobre a rígida adolescência de Judy, época em que ela foi contratada para interpretar a personagem Dorothy no filme O Mágico de Oz.
Adaptado da peça teatral End of the Rainbow, de Peter Quilter, Judy – Muito Além do Arco Íris traz o contraposto da vida de Judy Garland, vista como estrela de Hollywood, mas que por trás do seu sucesso, sacrifícios e dores foram submetidos ao seu dia a dia, a ponto de torná-la uma adulta frágil e insegura em várias situações, seja com problemas financeiros, os casamentos fracassados, a dificuldade em retornar aos palcos, a separação sofrível dos filhos e o vício ao álcool e remédios que a levaram a um fim triste.
O primeiro ponto positivo do filme e que nos dá uma ótima base para entender bem a personagem na fase é adulta são os flashbacks que revelam uma adolescência difícil, extremamente regrada e tortuosa para Judy. O filme inicia com o diálogo da jovem Judy (Darci Shaw) e de Louis B. Mayer (Richard Cordery), em que o chefe do estúdio da MGM traz afirmações duras para Judy com relação à sua contratação para protagonizar O Mágico de Oz. Ao mesmo tempo que estimula, ele rebaixa a autoestima da garota, menosprezando sua beleza, a cor dos cabelos, o sorriso, o formato do seu corpo, sempre enfatizando que haverá alguém mais bela do que ela, mas que seu diferencial é a sua voz e, assim, ela terá que correr atrás para alcançar a perfeição que Mayer exige para o seu filme.
Crítica – Jumanji: Próxima Fase
É nesses flashbacks que o público compreende melhor os efeitos colaterais na vida e saúde de Judy Garland adulta. Jovem, ela passou por um controle rígido durante as gravações de O Mágico de Oz, a ponto de privarem a garota de ter uma boa noite de sono e uma alimentação normal e saudável, fazendo-a ter poucas horas de sono e mais horas de ensaio, além de submetê-la a remédios para diminuir a fome, sem que ao menos chegasse perto de um hambúrguer. Há cenas dela tentando comer e levando broncas estúpidas, uma vez que ela poderia deformar o seu corpo e estragar a personagem Dorothy. Tais pontuações no filme faz o espectador pensar até que ponto isso é verdade e ir atrás da história real da artista, tamanho absurdo que é, ao mesmo tempo que não é difícil de imaginar na possibilidade de ser real.
O filme desenvolve toda a base da trama no presente, entregando os detalhes do último ano de vida de Judy Garland. Aqui, acompanhamos a dor da separação de seus filhos, uma vez que ela tinha necessidade de fazer shows em Londres a fim de juntar dinheiro para, finalmente, poder dar a estabilidade merecida à sua família.
É em sua rotina que vemos as consequências árduas que se sucederam desde a sua juventude, como a extrema dificuldade em dormir uma noite inteira, a dor de subir ao palco para cantar, os constantes dias sem colocar absolutamente nada no estômago, ficando à base de bebidas alcoólicas e remédios fortes. A cena dela tentando dormir e comendo um pedaço de bolo criam certa atmosfera de ‘agonia’, tamanha a dificuldade que Judy tem em realizar o básico da vida do ser humano, que lhe foi estragado anos atrás.
Judy – Muito Além do Arco-Íris se engrandece não só pelo roteiro e, sim, ela interpretação fabulosa, crua e triste de Renée Zellweger, que entrega uma Judy sofrida e difícil de lidar no dia a dia; que se abate a todo momento sem esquecer o seu passado, ao mesmo tempo que tenta se reerguer em nome dos filhos, especialmente quando sobe ao palco. Aliás, todas as cenas em que canta, a atriz dá uma aula de atuação, seja incorporando a personagem tanto pelas expressões faciais quanto os gestos com o corpo. É deslumbrante vê-la nestes momentos.
Mas a atriz brilha ainda mais quando destaca o peso que Judy carrega nas costas, seja pela saudade dos filhos, os vícios e o novo casamento em que não se sabe se vingará.
O elenco de apoio satisfaz e complementa as boas cenas, seja as discussões de Judy com o ex-marido Sid, a reaproximação de Mickey Deans (Finn Wittrock), antigo amor da artista; ao apoio da assistente Rosalyn Wilder (Jessie Buckley) que tenta manter Judy sempre de pé e o relacionamento terno e carinhoso com os filhos Lorna (Bella Ramsey) e Joey (Lewin Lloyd). Há apenas uma cena com a filha mais velha, Liza (Gemma-Leah Devereux), que revela quase nada sobre o relacionamento entre mãe e filha.
Além de Renée, o destaque também vai para Darci Shaw que entrega uma jovem Judy deslumbrada com a carreira, mas que, aos poucos, vê sua vida perder as cores com os sacrifícios as quais era submetida.
Considerações finais
A cena final traz uma interpretação muito emocionante de Judy cantando Over the Rainbow, música na qual a artista seria sempre identificada. Impossível não se sensibilizar nesta última parte.
Judy – Muito Além do Arco-Íris traz um recorte do último ano de vida de Judy Garland, revelando um passado que deslumbra e entristece, além das consequências que lhe afeta na vida adulta. É um filme que emociona pela história e hipnotiza pela interpretação crua e bonita de Renée Zellweger. É um filme sobre uma artista cujo arco-íris perde as suas cores.
Ficha Técnica
Judy – Muito Além do Arco-Íris
Direção: Rupert Goold
Elenco: Renée Zellweger, Darci Shaw, Jessie Buckley, Finn Wittrock, Darci Shaw, Rufus Sewell, Michael Gambon, Richard Cordery, Andy Nyman, Daniel Cerqueira, Bella Rampsey, Lewin Lloyd, Royce Pierreson e Gemma-Leah Devereux.
Duração: 1h58min
Nota: 8,5
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