Você arriscaria entrar em um lugar onde o tempo parasse para você, enquanto lá fora tudo acontece? Essa é a pergunta que pipoca em nossa cabeça ao assistir A Caverna (Time Trap), um filme de 2017 que chegou recentemente no catálogo da Netflix. Se você é fã e saudosista da série Dark, gosta de ficção científica e viagem no tempo, este filme é um prato cheio para você assistir e se entreter. É uma história simples (nem se compara a grandeza de Dark), mas que prende sua atenção com momentos instigantes, boas reviravoltas e um desfecho que surpreende.
Em A Caverna, acompanhamos o personagem Hopper (Andrew Wilson), um professor de arqueologia do Texas, que sai em busca dos seus pais hippies que desapareceram na década de 1970. Os pais de Hopper estavam à procura da fonte da juventude quando sumiram, porém, a kombi em que eles viajavam segue no mesmo lugar há anos, com os seus pertences que podem ajudar a reencontrá-los.
Assim, Hopper decide explorar a caverna para saber o que há dentro e se, de fato, seus pais entraram lá. Porém, no instante em que o professor entra na caverna, coisas estranhas começam a acontecer, o céu muda constantemente e há uma parede úmida, invisível que fica na entrada da caverna. Assim que ele ultrapassa, o professor some.
Desaparecido, os seus assistentes, Taylor (Reiley McClendon) e Jackie (Brianne Howey), decidem procurar pelo seu mentor, e eles vão contar com a ajuda da amiga Cara (Cassidy Gifford), de sua irmã Veeves (Olivia Draguicevich) e seu colega blogueiro, o jovem Furby (Max Wright). Eles partem para a caverna, mas não contam aos pais para onde realmente vão. Ao chegar lá, os quatro entram no local, enquanto Furby fica do lado de fora, caso precise pedir ajuda a alguém. E da mesma forma que o professor some, o grupo também demora a retornar à superfície.
O primeiro ponto positivo é que A Caverna tem apenas 1h27min de duração, o que passa rápido. Com isso, o roteiro não demora a engrenar e logo já vemos os protagonistas dentro da caverna, perdidos e questionando sobre os eventos estranhos que começam a acontecer lá dentro, como por exemplo, as cordas de segurança e para escalar são cortadas bruscamente. Eles acreditam que tenha sido uma brincadeira de mau gosto do Furby, mas quando eles escalam e descobrem que a corda arrebentou porque já estava velha, eles começam a notar que algo está errado.
Além disso, há um plot twist durante essa investigação e, após esse momento, o quarteto encontra um vídeo gravado por Furby que revela que o garoto está há dias esperando pelos amigos, enquanto o grupo só está há pouquíssimo tempo dentro da caverna. Isso leva a principal revelação do filme: quem está dentro da caverna, o tempo para; mas na Terra, o tempo passa normalmente e muito mais rápido para quem está dentro da caverna. Entendem o que eu quero dizer?
A Caverna não dá detalhes em números como dias, meses ou anos. O público descobre junto com os personagens que o tempo está passando muito rápido na Terra quando um deles consegue chegar a superfície e vê a mudança repentina no céu e no clima, o que nos leva à conclusão de que anos já se passaram enquanto eles estavam apenas a algumas horas dentro da caverna. Pode ser que 1 minuto equivale a 1 dia; que 1 hora equivale a 1 ano. À medida que o céu muda, significa que as estações transitam, ou seja, anos e anos já se passaram. A superfície já não é mais a mesma e há uma mudança drástica na Terra.
Dentro da caverna, o grupo se depara com homens primitivos, os famosos ‘homens das cavernas’, que entraram lá e pararam no tempo, o que traz uma cena muito interessante: o encontro entre passado, presente e futuro, tudo ao mesmo tempo. Como muito tempo já se passou, Taylor, Jackie, Cara e Veeves também conhecem a nova era do ser humano, um homem que chega todo equipado, com roupa de astronauta, e enorme, dando a entender que o humano evoluiu, aumentou no tamanho e já não mora mais na Terra, uma vez que este homem não consegue respirar o ar do local.
Este homem revela ao grupo o que aconteceu na Terra. O planeta tornou-se um lugar inóspito para viver e, assim, a humanidade sobrevivente encontrou outro planeta para viver. Além disso, os jovens assistem notícias antigas que falam sobre o desaparecimento deles e o desespero dos pais, ressaltando ainda mais o medo de ficar preso no tempo.
Já assistiu A Barraca do Beijo 2?
Ao chegar na reta final do 3º ato do filme, o público questiona se o grupo vai conseguir sair ou não da caverna. O final traz uma sensação de desespero, afinal, ficamos na expectativa se eles vão arriscar subir à superfície que já não é mais a mesma, ou ficar na caverna para sempre, o que seria perigoso também. O desfecho é bom e surpreende.
****** Final explicado (contêm spoilers) ******
Para quem estiver curioso e ansioso para saber sobre o final e não se importa com spoilers, segue a sobre o que acontece.
Após a chegada do humano evoluído, o grupo tem acesso a uma escada tecnológica capaz de levá-los à superfície o mais rápido possível, para fugir da ira dos homens primitivos que desejam matá-los. Mas o grande objetivo dessa aventura perigosa é encontrar o professor Hopper. Assim, Taylor não desiste desta promessa e, antes de sair da caverna, ele encontra o professor que, consequentemente, reencontra seus pais. O público também entende a razão dos pais hippies terem entrado na caverna: eles encontram a fonte de juventude e querem pegar a água para trazer a irmã mais nova de Hopper de volta. Por isso, toda esta confusão acaba acontecendo. Além disso, você compreende a razão da fonte da juventude estar protegida na caverna, ou seja, todas as consequências que o humano sofre para tocar a água.
Na fuga, Cara é sugada para a superfície e não sabemos o porquê. Enquanto o grupo se esquiva dos homens das cavernas, eles salvam Hopper e os pais e, logo em seguida, todos são sugados para a superfície. Ao chegar lá, descobrimos que todos foram salvos por alienígenas, levando todos eles a um lugar novo para viver.
E aí, gostaram de A Caverna? O que acharam deste final?
Ficha Técnica
A Caverna
Direção: Mark Dennis e Ben Foster
Elenco: Andrew Wilson, Cassidy Gifford, Brianne Howey, Reiley McClendon, Olivia Draguicevich e Max Wright.
Duração: 1h27min
Nota: 7,5