Quando o amor é singelo e forte, mesmo em diferentes formas, ele é capaz de aguentar qualquer coisa, principalmente quando a vida coloca todo o peso em suas costas ou obstáculos que não são solucionados por completo, mas podem ser superados. Pelo menos essa é a mensagem que consegui extrair de Sol da Meia-Noite (Midnight Sun), dirigido por Scott Speer. Na trama, Katie é uma jovem de 17 anos que vive protegida dentro de sua casa desde a infância com a seguinte regra: sair na rua somente à noite. Ela é obrigada a ficar confinada entre paredes durante o dia devido a uma doença rara que faz com que a menor quantidade de luz solar seja mortal. Ou seja, se Katie tomar um segundo se quer de banho de sol, a doença é desencadeada provocando lesões em seu corpo e degenerando o cérebro. Assim, ela passa anos mantendo uma rotina completamente oposta ao tradicional. Com a ajuda do pai, ela estuda dentro de casa e dorme parte do dia; à noite, ela aproveita a cidade ao lado de sua amiga Morgan, toca vilão (seu amigo de todas as horas) e canta em uma estação de trem. Um dia, a situação muda radicalmente quando ela conhece Charlie e um romance começa.
Sol da Meia-Noite é um filme ‘água com açúcar’. O romance é bem clichê e com um estilo jovem melodramático. Mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário, o roteiro é simples e sem rodeios, caminhando corretamente para o desfecho previsto. No primeiro ato o público conhece Katie, fica ciente do tipo de doença que ela tem e quais são os seus graves efeitos colaterais, além de conhecer o pai e entender o significado forte da figura paterna em sua vida. O ponto positivo é que o filme cria um laço bonito e verdadeiro entre pai e filha, especialmente a força que Jack cria ao longo dos anos para aguentar todas as dificuldades com o propósito de proteger e dar toda a felicidade que Katie merece. Rob Riggle traz uma maturidade forte ao seu personagem, que em algum momento é possível questionar se você teria a mesma força e equilíbrio que ele tem. Além do pai, Katie também recebe o apoio de sua melhor amiga. Morgan é outra personagem que traz um leve alívio cômico, mas também emociona por representar uma amizade duradoura e confiável.
Quem assistir é possível que faça comparações com certo filme bastante conhecido, e não posso negar que Sol da Meia-Noite traz elementos semelhantes a essa outra trama. No entanto, mesmo com certas semelhanças, o longa traz elementos emotivos, como a voz suave de Katie e o seu talento com a música. Bella Thorne está bem no filme e, além de mostrar o seu dom de cantora, entrega uma personagem que entende as suas condições, apresenta um mix de alegria e tristeza sem exageros e mantém a cabeça erguida para aproveitar tudo o que é bom e positivo. Às vezes ela precisa de um empurrãozinho? Sim, mas pelo menos dá certo e ela segue em frente.
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O espectador começa a ver que as coisas fluem especialmente no desenvolvimento do romance de Katie e Charlie. Aliás, a química de Thorne e Patrick Schwarzenegger funciona e tem equilíbrio, sem precisar forçar a barra. Claro que neste arco você irá encontrar muitos, mas muitos momentos clichês e até achar o romance perfeito demais, já que tudo acontece no timing certo. Mas há uma razão para o desenvolvimento ser dessa forma a história te dá a resposta.
O final ganha um tom dramático mais forte e acredito que muitos ficarão com um nó na garganta. Já os mais sensíveis vão até chorar. A forma como Sol da Meia-Noite molda toda a história se encaixa perfeitamente com o final que lhe é dado. Se o roteiro desse outro tipo de final aos personagens, a meu ver, toda a trama iria por água abaixo, fazendo o espectador até se sentir enganado. Mas ainda bem que isso não acontece.
Sol da Meia-Noite não traz uma história inovadora, mas acerta no tom do drama, tem momentos divertidos e oscila bem até chegar ao ápice da emoção. Bella Thorne e Patrick Schwarzenegger formam um casal fofo que te conquista, enquanto Rob Riggle e Quinn Shephard roubam a cena em alguns momentos. É um filme para os apaixonados e uma boa dica para amolecer os corações endurecidos.
Ficha Técnica
Sol da Meia-Noite
Direção: Scott Speer
Elenco: Bella Thorne, Patrick Schwarzenegger, Rob Riggle, Quinn Shephard, Nicholas Coombe, Suleka Mathew, Paul McGillion, Tiera Skovbye e Jaeda Lily Miller.
Duração: 1h33min
Nota: 7,0