Em 2017, Hollywood traz para o cinema a história clássica de Baywatch (S.O.S Malibu no Brasil) uma série norte-americana que se tornou um grande sucesso na televisão ao colocar salva-vidas na posição de heróis que patrulhavam as mais lotadas praias de Los Angeles, na Califórnia. O programa durou 11 temporadas (1989-2001) e eternizou nomes como Pamela Anderson e David Hasselhoff na pele dos personagens C.J Parker e Mitch Buchannon, além de ter como marca registrada o movimento lento dos corpos atraentes dos salva-vidas correndo.
Dirigido por Seth Gordon, Baywatch revive o lendário Mitch Buchannon (Dwayne Johnson), devoto e líder dos salva-vidas que precisará unir forças para desmascarar uma conspiração que ameaça o futuro da baía onde trabalha. Ao mesmo tempo, o seu time formado por C.J Parker (Kelly Rohrbach), Stephanie Holden (Ilfenesh Hadera), Summer Quinn (Alexandra Daddario) e Ronnie Greebaum (Jon Bass) precisa se entender com o novo integrante Matt Brody (Zac Efron), um novo recruta prepotente que acredita ser um grande salva-vidas só porque ganhou duas medalhas de ouro nas Olimpíadas. Eles precisam lidar com as diferenças e se unir para derrotar a misteriosa Victoria Leeds (Priyanka Chopra), que usa a baía como local de negócios ilegais e pontos de venda de drogas.
Em primeiro lugar, quero deixar claro que não assisti a série, mas sei que o filme faz referências marcantes ao programa. No entanto, Baywatch apresenta um roteiro que não deve ser levado a sério. O desenvolvimento da história está recheado de diálogos estranhos e chulos, isso sem contar nos inúmeros momentos clichês. Temos o líder fortão, defensor da baía e devoto à sua profissão; o recruta marrento que acredita ser o melhor do grupo; as salva-vidas que colocam seus corpos sarados em ação ao estilo “bond girl”; o rapaz “loser” que ganha uma chance para entrar no time e ainda vive um romance avassalador com uma das salva-vidas; e a vilã sensual que mata quem for preciso para executar seus planos maquiavélicos.
Além do clichê, a trama ganha ação em um tom bem exagerado. É explosão em alto-mar, assassinato, drogas, tiros, porradas, perseguição de jet ski, entre outras coisas, tudo feito com muito movimento em câmera lenta, afinal, é Baywatch e isso jamais poderia faltar! É claro que essas cenas surreais acontecem devido ao fator Dwayne Johnson. É uma espécie de Velozes & Furiosos aquático. Isso sem contar nos momentos de alívio cômico que, por sinal, são muitos. O personagem de Zac Efron é provocado do começo ao fim, ganhando apelidos que vão desde a “High School Musical” até nomes de Boy Band, além de um nome específico de uma das figuras icônicas da série Grey’s Anatomy. Quem conhecer as bandas, os filmes e esta série, vai captar as piadas instantaneamente. Além disso, há cenas absurdas envolvendo seios, bunda e pênis. Se você achou que não teria isso, você não sabe de nada, inocente rs.
Apesar desses momentos hilários, repito que o filme não deve ser levado a sério, afinal, Baywatch é uma grande mistura de ação, comédia e aventura, mostrando que o filme não tem um caminho certo para seguir. Uma hora temos os personagens executando o seu trabalho como salva-vidas; outra hora eles agem como grandes investigadores do FBI para desvendar os assassinatos. O filme se autoprovoca, justamente por ter a noção do quão surreal isso pode ser. A história poderia ser mais consistente se o alívio cômico fosse reduzido e mais equilibrado; ou a história poderia ganhar um tom mais “sombrio”, em que as ações fossem mais realistas para dar consistência ao roteiro. Eu poderia falar várias coisas sobre o filme, como a história poderia ter sido e não foi. Mas a verdade é que a trama é uma verdadeira salada mista que para você se divertir, você tem que aceitar o jeito que ela é. O filme tem problemas? Muitos, mas não vou ficar citando, até porque tiraria a graça e ainda daria spoilers. Assista e tire suas próprias conclusões.
Os que mais se destacam, é claro, são Mitch e Matt. A química de Dwayne Johnson e Zac Efron funciona bem na tela, especialmente nos momentos de provocação. O público vai rir bastante com os dois e isso é fato. Outro personagem que também ganha destaque na trama é Ronnie, que ganha cenas ao estilo American Pie, só que um pouco mais exagerado. As atrizes também seus momentos de brilhar nas cenas, mas as interpretações não são tão relevantes, apenas satisfatórias.
A antagonista interpretada por Priyanka Chopra é outra personagem que também não deve ser levada sério. Suas cenas não trazem muita credibilidade como vilã, justamente por não causar tanto temor no público. O espectador sabe que ela fará maldades, mas que será derrotada pela equipe de salva-vidas.
Considerações finais
Baywatch revive momentos marcantes da clássica série dos anos 90 (inclusive, temos a participação especial de Pamela Anderson e David Hasselhoff), mas que o público não deve analisar a ferro e fogo. O exagero, o absurdo e o humor são marcas registradas do filme, por isso, divirta-se, pois é o melhor que você tem a fazer, afinal, Baywatch tem grandes chances de se tornar um filme esquecível. Uma pena.
E aí, o que acharam do filme? Deixem nos comentários!
Ficha Técnica
Baywatch
Direção: Seth Gordon
Elenco: Dwayne Johnson, Zac Efron, Alexandra Daddario, Priyanka Chopra, Kelly Rohrbach, Ilfenesh Hadera, Jon Bass, Yahya Abdul-Mateen, Hannibal Buress, Rob Huebel, Jack Kesy, Amin Joseph, Oscar Núñez, Pamela Anderson e David Hasselhoff.
Duração: 1h57min
Nota: 5,0