Como já havia dito, só vou fazer review se o episódio me chamar muita atenção. Não que o anterior tenha sido ruim, pelo contrário, ver Girls abordar um assunto delicado como assédio, ainda sob a perspectiva de Hannah, foi fantástico, tocante e muito reflexivo, mas este episódio mexeu bastante comigo, não só pelas atuações que continuam incríveis, mas também porque ele aborda mais de um assunto que, a meu ver, faz muitas pessoas pensar sobre como levam a vida, como lidam com as coisas lá fora e, é claro, como agem diante de uma situação que, talvez, seja irreversível.
Já vou começar com Hannah, pois seu plot, mesmo simples, trouxe à tona uma descoberta que poderá mudar a vida da personagem pra sempre. Desde o primeiro episódio, vimos que Hannah finalmente está amadurecendo. Ganhou prestígio com o seu artigo sobre relacionamento, fez uma viagem incrível para descobrir mais sobre os seus gostos e o que ela realmente quer; provou ser uma amiga mais compreensível e menos julgadora e egoísta com Marnie; e, agora, quer seguir com a carreira de escritora firme e forte. Aliás, a garota anda visitando diferentes escritores para saber como é essa vida e quais sacrifícios são necessários para obter sucesso nesse mundo. O mais engraçado é que a escritora tocou em um assunto frágil e decisivo para as mulheres: filhos. Segundo ela, ter filhos atrapalharia a vida de uma escritora. Assim como Hannah, nós apenas escutamos os conselhos dessa personagem, sem ao menos saber que esse tópico se tornaria o estopim do episódio.
E é com uma simples infecção urinária que Hannah descobre algo que pode mudar a vida dela para sempre: ela está grávida. No hospital, ela é atendida pelo médico com quem ela teve um caso uma vez. Lembram-se dele? Acredito que o personagem vivido por Patrick Wilson apareceu na 4ª ou 5ª temporada. E a reação de Hannah foi a mais verdadeira possível. Acredito que muitas garotas teriam essa mesma reação. O mais foda dessa cena foi o médico aconselhar o aborto. Oi? Faço a mesma pergunta que Hannah fez: porque eu abortaria? Por que pensariam logo nessa opção? Será que ninguém leva em consideração que a mulher (sendo jovem ou não) queira seguir com a gravidez? Por que não a Hannah? Sem julgamentos, ela tem todo o direito, independente de como está a sua vida. É uma decisão única e exclusivamente dela. Agora, resta saber o que Hannah vai fazer.
Enquanto isso, o episódio apresenta outro plot muito interessante sob a perspectiva de Ray. A forma como ele vem levando a vida e o seu o relacionamento com Marnie levantou certas questões como “será que você está escolhendo as pessoas certas para ouvir?”; “será que você está levando a vida como quer?”; “O que você realmente deseja?”. Ray é um personagem inteligente e, no fundo, ele já percebeu que há algo de errado nos passos que ele está dando. Sua relação com Marnie não é mais do que apenas sexo; a amizade dele com Shoshanna é bem mais forte do que com sua “namorada”; ele trabalha em um café, mas nunca vimos ele almejar algo maior em sua vida. Mas a ficha dele só cai quando um dos clientes e o dono do café morrem repentinamente. É sempre nessa hora que vem o mesmo pensamento: “a vida é curta demais para ficar na mesmice”. Esse plot e o de Hannah mexeram muito comigo, pois questiona sobre as nossas escolhas e a forma como estamos levando nossas vidas. Será que estamos fazendo algo que nos deixa feliz? Será que estamos aproveitando nossas vidas mesmo?
Entre esses dois plots, voltamos ao caso de Marnie e Desi que, para mim, não tem mais solução. Marnie precisa deixar Desi ir embora para ambos se desintoxicarem de uma vez por todas. A cena dos dois juntos com o psicólogo questiona se Marnie realmente se importa com a condição de Desi, e a resposta é não. Ela pensa nela, na vida dela, em como sua carreira vai ficar, enquanto Desi luta para sair do mundo das drogas, provando que amou Marnie esse tempo todo. Na minha opinião, já está na hora deles se separarem de vez.
Por fim, o plot de Jessa e Adam foi o que menos chamou a atenção. Irritado com o seu trabalho como ator, Adam quer fazer algo em que ele mesmo tenha o controle de tudo. Eis que Jessa surge com a ideia deles fazerem o próprio filme, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Realmente não é, mas é preciso começar de algum ponto. No entanto, eles querem seguir os mesmos passos de Hannah: falar de relacionamento. Ela teve sucesso, mas será que eles também vão? Aliás, até hoje me sinto perdida com relação à Jessa. Afinal, o que ela quer para a sua vida? Ela não tem ambição de seguir uma carreira? Trabalhar? Ela é uma das personagens que mais me intriga nessa série e acho que vai ser assim até o final.
E aí, o que acharam do episódio? Deixem nos comentários!
Avaliação
Melhor cena: Hannah conversando com a mãe no banheiro; Hannah no hospital; Ray conversando com o chefe do café
Melhor personagem: Hannah e Ray
Nota: 9,0
Fotos: IMDB e Recap Guide