O que era para ser um final de semana repleto de romance se transforma em um grande pesadelo para um casal. O que será que aconteceu? Traffik – Liberdade Roubada conta a história de Brea (Paula Patton) e John (Omar Epps) que, para comemorar a união, os dois vão para as montanhas em uma fuga romântica. Isolados em uma propriedade remota, o casal é surpreendido com a chegada dos amigos Darren (Laz Alonso) e Malia (Roselyn Sanchez). Quando o fim de semana começa a voltar aos trilhos, uma turma violenta de motoqueiros aparece e começa a atormentá-los. O quarteto é forçado a lutar por suas vidas contra uma gangue que fará de tudo para dar continuidade a uma operação secreta.
Dirigido e roteirizado por Deon Taylor, o filme tinha tudo para ser um thriller psicológico que cativasse o público, no entanto, o roteiro entrega um desenvolvimento nada atrativo, irritante e repleto de decisões que ficam muito a desejar. Logo no primeiro ato conhecemos Brea e o seu dia a dia. Jornalista, ela é determinada em entregar grandes reportagens, o que irrita o seu chefe, uma vez que as novidades são instantâneas e as notícias envelhecem rapidamente. Após um desentendimento no trabalho, John a leva para jantar e envolvê-la em um clima de puro romance. O filme gasta boa parte do seu tempo em nos convencer sobre este amor que, uma vez, já estava consolidado para o espectador, no entanto, há cenas desperdiçadas e até mesmo fora de contexto.
Assim que partimos para a sequência da viagem, a atmosfera de suspense começa quando o casal enfrenta situações muito estranhas em um posto de gasolina e, logo em seguida, é perseguido por um grupo de motoqueiros encrenqueiros. Até aí não sabemos quais são as verdadeiras intenções desse grupo, fazendo o filme retornar para os momentos românticos do casal que, infelizmente, acabariam em pouco tempo.
Assim que o clima é interrompido pelos amigos e, logo em seguida, todos descobrem um objeto escondido e se surpreendem com uma visita inusitada, o filme vai ladeira abaixo a partir das péssimas decisões da protagonista, que coloca o dever de jornalista em primeiro lugar, sem ao menos se preocupar com a vida dos amigos e do namorado.
Quando o público descobre as verdadeiras intenções desta perseguição macabra, uma pitada de esperança cresce por acreditar que o filme ganhará um clima claustrofóbico e impactante, mas devido a algumas ações inapropriadas, o espectador se afasta da história e até se irrita com os personagens, especialmente com a protagonista.
Paula Patton é uma boa atriz, mas sua atuação neste filme fica muito a desejar. Por ser egoísta e pensar no lado jornalístico no pior momento de sua vida, Brea coloca em risco a vida de todos por tomar atitudes extremamente estúpidas que, consequentemente, diminuem o clima angustiante. Aliás, outra coisa que incomoda é o fato da atriz sempre falar como se estivesse faltando o ar o tempo todo. É uma personagem que pode irritar bastante o público.
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Omar Epps está bem e a todo instante tenta remendar as ações de Brea, colocando sua sobrevivência em segundo plano. Laz Alonso interpreta o melhor amigo de John, que está sempre estragando o clima romântico do casal, no entanto, ele também vai contra as ideias da protagonista, mas perde pela falta de apoio. Já Roselyn Sanchez tem pequenas participações que não acrescentam em quase nada na trama.
Considerações finais
Mesmo tomando decisões imprudentes, a protagonista descobre o que está por trás dessa perseguição e expõe para a mídia. Claro que tudo isso deixa consequências tristes e trágicas, o que faz o espectador não se impactar com o filme, muito menos simpatizar com a personagem.
Traffik – Liberdade Roubada tinha tudo para ser um bom thriller psicológico e violento e, mesmo abordando um assunto importante baseado em uma história real, quase todos os personagens não são cativantes e o roteiro derrapa com cenas desperdiçadas e decisões erradas, fazendo o filme perder o brilho que poderia ter.
Ficha Técnica
Traffik – Liberdade Roubada
Direção: Deon Taylor
Elenco: Paula Patton, Omar Epps, Laz Alonso, Roselyn Sanchez, William Fichtner, Missi Pyle, Luke Goss, Dawn Olivieri, Scott Anthony Leet e Claude Duhamel.
Duração: 1h29min
Nota: 4,9