O Predador (The Predator) é um reboot que chega para conquistar tanto o público dos primeiros filmes, quanto novos espectadores, até mesmo aqueles que não são entusiastas dos longas anteriores, pois este traz boas referências antigas dentro de um roteiro original que mistura diversão, humor, suspense e terror sob as atmosferas contemporânea e dos anos 80. E todos esses elementos são tão bons que não é necessário assistir as produções anteriores, pois é possível compreender tudo do começo ao fim.
Dirigido por Shane Black, O Predador acompanha Quinn McKenna, um atirador de elite que, durante uma de suas missões, perde sua equipe ao se deparar com um predador, um dos alienígenas caçadores mais letais do universo, inteligente e forte por causa do aperfeiçoamento e evolução de seu DNA. Ao ficar cara a cara com a criatura, Quinn decide levar alguns equipamentos do ‘monstro’ a fim não só de pesquisar, mas também comprovar para todos sobre o ressurgimento do alienígena. O problema é que seu filho, Rory, acaba mexendo nessas ferramentas, chamando a atenção dos predadores e causando o retorno desses ao planeta Terra. Assim, Quinn, uma bióloga e uma equipe bem desajustada precisam se reunir para evitar o extermínio da raça humana o quanto antes.
Como disse, O Predator segue a linha de continuação da trama dos filmes anteriores, mas cria sua própria história, entregando um roteiro original e muito cativante, pois prende a atenção do público do começo ao fim. Por ser um filme do predador, espera-se um clima de suspense e altas doses de terror e, isso até acontece, mas o impacto dessa atmosfera é menor (e eficiente), pois Shane Black ousa em trazer um ritmo mais cômico, pitoresco e sarcástico ao filme, entregando um humor sombrio como um novo tempero ao filme.
No desenvolvimento temos cenas bem sanguinolentas, com direito a um gráfico violento mais explícito, ou seja, você verá os predadores cortando cabeças e partindo corpos ao meio, momentos fortes, mas dignos à proposta do filme. Junto a esses momentos meio macabros, o público se depara com sequências de ação bem feitas, dinâmicas e impactantes e, o principal, um elenco bom que entrega personagens eficazes que fazem a história crescer.
Outro ponto legal é que o filme faz questão de explicar a razão de darem o nome de ‘predador’ à criatura, trazendo uma discussão jocosa sobre o termo. Além disso, o alienígena assusta com o seu tamanho, garras e presas medonhas.
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Além do roteiro e da mistura entre a diversão e o suspense, os personagens é o que torna tudo ainda melhor. Os atores entregam boas interpretações e carregam bem a trama toda. Aliás, o filme faz questão de apresentar uma ficha completa de cada personagem, para uma compreensão melhor do entrosamento e o papel de cada um dentro da história.
Boyd Holbrook é um bom protagonista que conquista logo de cara fazendo você acompanhá-lo nessa jornada insana à procura do predador. Ele prova ser um soldado eficiente e tem ótimas cenas de ação, principalmente quando está frente a frente com o predador. Junto com ele está seu filho Rory, muitíssimo bem interpretado por Jacob Tremblay (Extraordinário). Tremblay interpreta um garoto no espectro autista, muito inteligente e com uma boa pitada de sarcasmo. Por se tratar de um filme sobre o predador, a ideia de ter uma criança no meio desse caos chega a ser absurda, mas o filme apresenta um propósito bom para Rory estar ali, tornando tudo mais aceitável aos olhos do público.
Olivia Munn é a bióloga Casey Brackett que precisa acompanhar e desvendar a razão do retorno dos predadores à Terra. No entanto, Munn é mais do que uma cientista, tornando-se uma combatente eficiente junto com a equipe, o que rende umas cenas boas.
Já Sterling K Brown faz o típico cientista vilão canastrão, que tem um tom mais sarcástico e irônico do que um gás maldoso. Ele também não fica para trás, mas gostaria de ter visto um pouco mais da veia maléfica do personagem.
Por fim, temos a equipe mais disfuncional e eficiente do filme, composta por Keegan-Michael Key e Thomas Jane, que entregam uma parceira estranha, boa, divertida e com uma pitada de ‘bromance’; Trevante Rhodes é Gaylord Nebraska, o primeiro a ficar ao lado de Quinn e comprar a briga com os predadores; e Alfie Allen e Augusto Aguillera, que complementam o time com suas peculiaridades.
Considerações finais
O Predador é um bom filme por traçar uma linguagem própria que afasta um pouco dos filmes anteriores, sem esquecer da franquia com pequenas e boas referências. As cenas dos predadores em ação são violentas e aumentam o clima de suspense, além do elenco ser eficiente do começo ao fim. É um filme que impacta e diverte.
OBS: O Predador recebeu a classificação para maiores de 18 anos. Jovens de 16 e 17 anos só podem assistir com autorização dos pais ou responsáveis.
Ficha Técnica
O Predador
Direção: Shane Black
Elenco: Boyd Holbrook, Olivia Munn, Sterling K. Brown, Trevante Rhodes, Jacob Tremblay, Keegan-Michael Key, Thomas Jane, Yvonne Strahovski, Alfie Allen, Augusto Aguilera, Jake Busey, Niall Matter e Patrick Sabongui.
Duração: 1h47min
Nota: 8,0