A temporada de filmes natalinos começou. E o primeiro filme que vamos falar é Operação Natal (Red One), protagonizado por Dwayne Johnson e Chris Evans, que precisam salvar o Papai Noel sarado, antes que o Natal seja destruído. Esta comédia de ação natalina cumpre com a proposta que oferece, às vezes se leva à sério a mais do que o necessário, mas, no fim das contas, entrega uma história divertida e aconchegante à época de final de ano.
Com direção de Jake Kasdan, Operação Natal acompanha o Papai Noel – conhecido pelo codinome Das Neves – que trabalha 364 dias para que tudo dê absolutamente certo na Noite de Natal, desde a preparação dos presentes, até a agilidade e pontualidade das entregas na casa de cada cidadão.
Mas Das Neves não está sozinho e conta com uma equipe para lá de eficiente, desde toda a organização administrada pela esposa Mamãe Noel (Bonnie Hunt); os elfos, gnomos e outras criaturas fantásticas que realizam toda a produção, além de cuidar do local; e a segurança, liderada pelo chefe de segurança do Polo Norte, Callum Drift, o braço direito, fiel escudeiro e grande parceiro do Papai Noel.
No entanto, Drift já não vê mais o brilho e lado bom das pessoas que, agora, vivem brigando e discutindo por qualquer coisa, alimentando o mau comportamento e, consequentemente, colocando mais nomes na temida Lista Nefasta do Papai Noel.
Mas tudo se complica quando o Das Neves é repentinamente sequestrado, deixando Drift desesperado e pronto para executar todos os planos possíveis para resgatá-lo. Para isso, ele vai contar com a ajuda de Zoe, diretora da organização que protege seres mitológicos; e de Jake O’Malley, um infame caçador de recompensas que não gosta do Natal, muito menos acredita no Papai Noel ou qualquer outra história contada às crianças. A contragosto, os dois se unem para encontrar o responsável pelo sequestro, pois sua intenção não é só destruir o Natal, como também castigar todos aqueles que já foram ou ainda são malcriados.
Crítica: Pássaro Branco – Uma História de Extraordinário
Operação de Natal cumpre o papel de forma satisfatória de ser uma boa comédia de ação natalina. Não vou negar, algumas vezes, o filme se leva a sério demais, quando não há necessidade, algo que é reforçado pela dinâmica dos protagonistas, que entregam uma seriedade mais elevada que a própria comédia. Ainda assim, não é algo que prejudica no desenvolvimento da história que, por sinal, consegue prender bem a atenção.
O primeiro ponto positivo é toda a construção do mundo mitológico do Natal, desde o poder em torno da figura do Papai Noel, os portais que conectam o mundo real com o natalino, as criaturas fantásticas que executam toda a produção do Natal – com destaque aos gnomos, trolls, elfos e o urso polar Garcia, que faz parte da segurança – além da ótima ambientação no Polo Norte onde é a matriz do Natal e o lar doce lar do bom velhinho.
Você vai notar que alguns elfos falam português no filme, uma tática divertida para homenagear o país. Acredito que Operação Natal fará essa dublagem específica para cada país, para fazer tal referência.
E por falar em bom velhinho, Operação Natal apresenta um Papai Noel fora dos padrões do que estamos acostumados. Das Neves é sarado, se exercita constantemente para manter a força e agilidade em seu trabalho. Seu poder único mantém o equilíbrio de tudo, desde a funcionalidade do Polo Norte, a sabedoria e boa memória do que cada criança deseja ganhar de presente. Ele também está ciente da famigerada Lista Nefasta, mas não acredita que possa ser o responsável a punir as pessoas pelo mau comportamento.
A atuação de JK Simmons é boa e na medida certa, mesclando sabedoria, força, seriedade e um toque de comédia, tudo em equilíbrio. E a parceria dele com Dwayne Johnson funciona satisfatoriamente. Das Neves percebe que o Drift perdeu o brilho do Natal. E com o desparecimento do Papai Noel, esta é a chance do chefe de segurança recuperar a esperança nas pessoas ou seguir para outros caminhos definitivamente.
Além disso, o espectador fica entretido com o funcionamento mágico tanto dentro quanto fora do Polo Norte, desde todo o mecanismo da fábrica, a forma como o Papai Noel faz a entrega dos presentes pelo mundo e as técnicas mágicas usadas por Drift, desde a manopla que lhe dá força ou transforma qualquer brinquedo em algo real, como carros, soldados, animais, entre outros.
Tal magia natalina é interrompida quando mundo fantástico e mortal precisa unir forças para que o Natal não seja destruído. A partir daqui o filme engata em boas cenas de ação que não são exageradas, mesclando o mágico e real com a dinâmica de Drift e Jack.
O ator Chris Evans entrega um personagem que não gosta do Natal, não acredita no Papai Noel ou qualquer outro ser mitológico já contado às crianças. Além disso, é um homem que, desde pequeno, tem um comportamento avesso, o que o transformou em um homem egoísta, debochado, esperto e despreocupado se pode prejudicar o próximo ou não, contanto que isso lhe beneficie.
O maior desafio dele é ser pai, mas as atitudes dizem o contrário, como a ausência e a falta de atenção e carinho que o filho deseja. E tudo isso faz Jack ser colocado na pior categoria da Lista Nefasta, o que trará consequências a frente.
Talvez o espectador estranhe a dinâmica de Dwayne Johnson e Chris Evans, justamente por ambos entregarem seriedade, o que torna esta atmosfera levemente exagerada. Esperava-se um tom mais cômico por parte do personagem de Evans, em contrapartida, isso iria contra aos conceitos de Jack, pelo fato de odiar o Natal, muito menos não crer em absolutamente nada. Mesmo quando ele vê a magia acontecer e criaturas surgirem na sua frente, ele ainda resiste em admitir que acredita.
Ainda assim, os protagonistas carregam bem a história, além das sequências de ação divertidas, como a briga na praia; prisão, fuga e competição de tapas com Krampus, irmão do Papai Noel; a arquitetura e execução dos planos ao lado da diretora Zoe; e, é claro, a procura de Gryla, a Bruxa do Natal, responsável por todo o caos que acompanhamos.
A atriz Kiernan Shipka consegue entregar uma bruxa má convincente, determinada a castigar todas as pessoas que já cometeram erros, alimentando o mau comportamento. E a atriz já está bastante familiarizada com bruxas, desde O Mundo Sombrio de Sabrina, não é mesmo? A intenção de Gryla é radical, mas até que tal castigo funcionaria com certas pessoas, não é? Rs
Considerações finais
A reta final de Operação Natal entrega o confronto esperado para resgatar o Papai Noel, resultando não só no salvamento do Natal, mas também na transformação de Jack como cidadão e pai, além de voltar a acreditar nestas crenças fantásticas. Além dele, Drift volta a ter esperança na humanidade ao recuperar a magia e o brilho natalino.
Operação Natal é uma comédia de ação que explora bem a ambientação natalina, com bons truques e técnicas mágicas desenhadas por efeitos satisfatórios. A história se leva a sério quando não precisa, mas diverte e cria um bom entretenimento ao público, orquestrado pela dinâmica funcional de Dwayne Johnson e Chris Evans, que cumprem a proposta.
Operação Natal é uma boa dica para começar a temporada de filmes de Natal deste ano.
Ficha Técnica
Operação Natal
Direção: Jake Kasdan
Elenco: Dwayne Johnson, Chris Evans, JK Simmons, Lucy Liu, Kiernan Shipka, Bonnie Hunt, Kristofer Hivju, Mary Elizabeth Ellis, Wesley Kimmel, Nick Kroll, Wyatt Hunt e Marc Evan Jackson.
Duração: 2h3min
Nota: 3,5/5,0