Novos agentes, novos alienígenas, novos cenários e uma nova missão. Este é MIB: Homens de Preto – Internacional (Men In Black: International) que chega para dar um refresh aos filmes estrelados por Will Smith e Tommy Lee Jones, desta vez, protagonizados por Tessa Thompson e Chris Hemsworth que esbanjam carisma em meio a uma jornada arriscada que pode colocar a MIB em perigo. É um longa que não ousa muito, mas é um positivo ponta pé que apresenta os novos personagens, traz certa nostalgia e referências aos filmes anteriores e introduz novamente o público a este universo de humanos e extraterrestres.
Com direção de F. Gary Gray, a trama começa com uma narrativa não linear revelando a última missão dos agentes H e T: destruir a Colmeia, grande grupo extraterreste que ameaça a tomada e destruição da Terra. Após esse evento, o espectador é levado ao passado em que vamos conhecer Molly, que vê os famosos agentes em seus ternos pretos apagar a memória de seus pais, enquanto caçam uma criatura solta pela vizinhança. Ao invés de revelar a localização do monstrinho, a garota não só o protege como também esconde tal descoberta que fez.
Os anos passam e, após tomar o conhecimento sobre a existência dos agentes secretos, Molly está determinada a encontrar a agência MIB, custe o que custar. Ela estuda, se forma na área e mostra tamanha inteligência e perspicácia para ir atrás do seu objetivo e, finalmente, consegue. Sob a liderança da agente O, Molly é recrutada como a agente M e inicia um período de experiência que passará em Londres, onde será chefiada pelo agente T e terá o agente H como parceiro para a sua primeira missão: saber quem é o espião infiltrado na MIB e quais são suas verdadeiras intenções.
Sem rodeios, MIB: Homens de Preto – Internacional faz uma boa introdução de seus protagonistas e desenvolve uma grande jornada não só para reintroduzir este universo ao público, como também concretizar que este filme tem como missão provar o valor da agente M. Não tem como falar deste longa sem mencionar Tessa Thompson, afinal, ela é a alma da trama, o ponto de encontro em que tudo acontece, a chave para juntar as peças principais deste quebra-cabeça enigmático que rola pelos corredores da agência. Tessa consegue incorporar uma agente equilibrada entre o amadorismo e a coragem de encarar sua primeira missão; um deslumbre comedido, ao mesmo tempo que parece estar familiarizada com os alienígenas, armas de última geração, tecnologia da melhor categoria, transportes públicos altamente eficazes, capazes de voar e ir de um continente a outro em um piscar de olhos.
É pelo ponto de vista da protagonista que o público mergulha neste universo que poderia facilitar a rotina da sociedade. Mas também, é pela experiência temporária da nova agente que o filme nos entrega um olhar mais triste sobre o que é necessário fazer e abrir mão para se tornar um MIB, uma escolha que deve ser feita racionalmente e emocionalmente, colocando na balança todas as perdas e ganhos ao optar por essa vida secreta.
Por meio desta nova missão, conhecemos o agente H, interpretado por Chris Hemsworth, considerado um dos melhores do grupo, podendo chegar ao cargo de líder. Ele é sarcástico, perspicaz, um pouco lento no raciocínio, mas rápido em suas ações. Às vezes, ele dá a entender que colocará tudo a perder, mas no final, ele sabe exatamente o que está fazendo, uma vez que tem conhecimento com quem ou o que está lidando. Diferente de M que é guiada pelo racional, H é nutrido pela emoção, o que o torna mais atrativo aos olhos de aliados e inimigos.
Ao juntá-los, o filme ganha um bom equilíbrio, sem que um ofusque o outro. E assim que eles iniciam a grande missão e descobrem o que está se desdobrando nos bastidores da agência, a trama ganha um desenvolvimento que pode ser, para alguns, um pouco previsível, já que é possível compreender de imediato a reviravolta que molda toda a história. Mesmo com a cereja do bolo já prevista, a trama entrega outro plot twist que até surpreende o público, colocando à prova a lealdade dos agentes.
Aliás, outro ponto que fica a desejar são os dois alienígenas que perseguem M e H o tempo todo. O público toma conhecimento das motivações deles, no entanto, tal perseguição não passa de um jogo ‘toma lá dá cá’, que não entrega boas informações complementares sobre os personagens e um arco mais consistente dentro do filme. Eles são bons, mas poderiam ter sido melhores aproveitados.
Além da dupla de protagonistas, Liam Neeson e Emma Thompson dão um bom complemento ao elenco e, é claro, à história, especialmente por introduzir o público feminino neste universo, dando um empoderamento ainda maior e divertido de acompanhar. Quem também se destaca é Kumanil Nanjiani que dá a voz ao alienígena Pawny, que se torna o novo súdito/assistente de M, o melhor companheiro sarcástico e carismático que alguém pode ter. O filme também tem a participação do Pug Frank, mas que poderia ter aparecido mais. Rebecca Ferguson tem um papel bem pontual na trama, mas que sinceramente, não faria a menor falta se não existisse. Acrescenta-se também uma participação especial um tanto quanto peculiar, que torna o filme mais engraçado.
Considerações finais
MIB: Homens de Preto – Internacional leva o público novamente ao universo de humanos e alienígenas sob o ponto de vista de novos personagens carismáticos e fortes, que introduz e empodera o público feminino, carregando satisfatoriamente uma trama menos ousada, um pouco previsível, mas sólida o suficiente para dar o pontapé para uma futura franquia.
Ficha Técnica
MIB: Homens de Preto – Internacional
Direção: F. Gary Gray
Elenco: Tessa Thompson, Chris Hemsworth, Liam Neeson, Emma Thompson, Kumail Nanjiani, Rebecca Ferguson, Rafe Spall, Larry Bourgeois, Laurent Bourgeois, Marcy Harriell, Inny Clemons e Mandeiya Flory.
Duração: 1h54min
Nota: 7,2