Um dos personagens mais queridos do universo de Shrek está de volta em seu mais novo filme solo. Gato de Botas 2: O Último Pedido (Puss in Boots: The Last Wish) apresenta uma nova aventura do protagonista que, desta vez, terá que enfrentar o seu maior medo e lidar com os seus sentimentos, enquanto analisa o que realmente é importante: apenas ser um grande herói solitário ou compartilhar os momentos com quem realmente importa? A animação é uma divertida e grata surpresa e vou te dizer o porquê.
Com direção de Joel Crawford, Gato de Botas 2: O Último Chamado traz de volta o gato heroico em suas grandes aventuras e missões para salvar pessoas e reinos. No entanto, após lutar contra um troll gigante, o Gato de Botas sofre um acidente. Mas ao recuperar a consciência, ele descobre que suas oito vidas já se foram – de uma forma cômica e bizarra – e, agora, lhe resta apenas uma, o que faz o personagem refletir sobre como deixou isso acontecer e o que fará daqui para frente: continuar suas missões heroicas ou se aposentar para contemplar sua última vida sem riscos?
Em meio a este dilema, o Gato de Botas se depara com um lobo assassino que está à sua procura, o que faz o herói sentir medo pela primeira vez, afinal, qualquer perigo pode ser fatal. Por conta disso, ele decide se isolar com os demais gatos na casa de uma senhora e aposentar suas botas. Mas tal aposentadoria não durará por muito tempo, uma vez que Cachinhos Dourados e sua família de ursos estão à sua procura por conta de um mapa misterioso que está nas mãos de João Trombeta.
Este mapa leva à Floresta Negra para encontrar a mítica Estrela dos Desejos, capaz de realizar qualquer pedido. Ao saber desta informação, o Gato de Botas decide encontrá-lo para restaurar as suas nove vidas, mas tal missão não será fácil por conta dos obstáculos, inimigos e, é claro, do seu maior medo. Assim, ele contará com a ajuda de sua ex-parceira Kitty Pata Mansa e o novo amigo, o cão Perrito.
Crítica – Avatar: O Caminho da Água
A animação garante vários pontos positivos e atrativos ao espectador, desde a narrativa simples e bem construída, personagens veteranos que continuam incríveis, enquanto os novos são cativantes, até os efeitos do filme que encantam os olhos.
Para começar, a narrativa cumpre sua proposta em que vemos o Gato de Botas em uma missão na qual ele precisa enfrentar o seu maior inimigo: o medo. O filme consegue dar forma e ritmo a ideia metafórica em que um herói destemido finalmente entra em conflito com os seus sentimentos, reavalia suas jornadas até este ponto e reflete sobre sua constante solidão enquanto antigas e novas pessoas entram e fazem diferença em sua vida. Mas qual é o medo do protagonista? Só assistindo para descobrir.
Enquanto acompanhamos a caminhada de ascensão, declínio, reclusão e recomeço, o longa apresenta os demais personagens que complementam positivamente a história. De um lado temos Kitty Pata Mansa, que alimenta mágoa e rancor por conta do passado que tem com o protagonista, na qual é bem desenvolvido e o público descobre a razão para esta relação estar estremecida inicialmente. Mesmo com os sentimentos mal resolvidos, a dupla funciona muito bem na tela.
Quem realmente cativa à primeira vista é Perrito, um cãozinho órfão que se infiltra na casa onde o Gato de Botas está recluso, passando-se por gato para não ter que ser expulso. Perrito é doce, fofo, inocente, inteligente, carinhoso e carente, afinal o que ele mais deseja é ter uma família e amigos ao seu lado com quem pode construir uma relação de amizade e confiança. Impossível não se apaixonar por ele e notar a diferença que faz na história.
Do outro lado, temos o grupo de arqui-inimigos que o protagonista enfrenta no decorrer da trama, seja a ambição de Cachinhos Dourados em colocar as mãos no mapa para realizar o seu tão aguardado desejo, com a ajuda de sua família de ursos; a raiva e a sede de poder de João Trombeta que deseja ser o melhor padeiro, uma vez que sofria desprezo quando era criança; e, é claro, a perseguição do lobo, cuja verdadeira identidade é revelada no final e sua presença causa temor por conta do que ele representa.
Enquanto os personagens são introduzidos e as conexões são feitas, Gato de Botas 2: O Último Pedido leva o espectador a uma jornada pela Floresta Negra que muda cada vez que alguém toca no mapa, já que detecta o desejo do personagem, transformando a floresta naquilo que a pessoa realmente pensa e sente. Outro ponto positivo da animação são os bons efeitos especiais e a gráfica animada que ganha traços da arte oriental dos animes, que aparecem durante as cenas de luta e confrontos, além de uma paleta de cores vibrantes sem ter medo de exagerar.
Outro fator relevante em Gato de Botas 2: O Último Pedido é a dublagem brasileira que, por sinal, acerta mais uma vez com vozes icônicas na qual o público irá detectar de imediato, seja a voz que Alexandre Moreno dá ao Gato. Aliás, ele também dubla o personagem Drácula da franquia Hotel Transilvânia; O ator Marcos Veras dubla muito bem o cão Perrito, o que o torna mais carismático; A atriz Giovanna Ewbank dá voz a Cachinhos Dourados, deixando-a mais ousada e impetuosa; Sérgio Malheiros dubla o Bebê Urso, o irmão debochado da Cachinhos. Se você está em dúvida se assiste dublado ou não, aviso que não irá se arrepender ao optar pela dublagem.
Mas a versão original também conta com um elenco forte de vozes como Antonio Banderas, Salma Hayek, Olivia Colman, Harvey Guillén, Florence Pugh, John Mulaney, Ray Winstone e, é claro, Wagner Moura que dubla o lobo.
Considerações finais
O terceiro ato é marcado por confrontos em um ritmo de passo a passo, na qual o Gato de Botas enfrenta cada arqui-inimigo, especialmente aquele que mais teme, transformando alguns em aliados, enquanto outros são derrotados.
O final pode até ser um pouco previsível, mas não deixa de ser bonito, satisfatório, complacente e emocionante na medida certa ao trazer mensagens simples e diretas sobre medo, solidão, confiança, amizade, família e saber desfrutar da vida, afinal, todos têm apenas uma. Tanto o público infantil quanto o adulto ficarão satisfeitos com esta história bem construída e agradável, especialmente aqueles que já são fãs do universo de Shrek. Aliás, a animação abre portas para o retorno de Shrek às telonas.
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Gato de Botas 2: Ó Último Pedido é uma animação que acerta na narrativa, no ritmo, personagens, efeitos especiais e na mensagem a se passar. Um filme para relaxar e se divertir a qualquer hora.
Ficha Técnica
Gato de Botas 2: O Último Pedido
Direção: Joel Crawford
Elenco de voz: Antonio Banderas, Salma Hayek, Harvey Guillén, Florence Pugh, Wagner Moura, John Mulaney, Ray Winstone, Olivia Colman, Samson Kayo e Da’Vine Joy Randolph.
Elenco de voz brasileira: Alexandre Moreno, Marcos Veras, Giovanna Ewbank, Sérgio Malheiros, Miriam Ficher, Isabela Quadros, Ricardo Rossatto, Bernardo Legrand, Sérgio Moreno e Lacarv.
Duração: 1h40min
Nota: 3,8/5,0