O que você faria para conseguir a justiça que tanto merece? Jennifer Garner vai até as últimas consequências em A Justiceira (Peppermint), dirigido por Pierre Morel. Na trama, a atriz interpreta Riley North, uma mulher que tem uma vida simples e feliz com sua família no subúrbio. No dia do aniversário da filha, Carly, um contratempo não deixa a festa acontecer e, assim, ela e o marido Chris decidem levar a garota ao parque para ter o dia mais incrível de sua vida. No entanto, o pior pesadelo acontece e Riley presencia o assassinato de sua família a sangue frio.
Apesar de ter sobrevivido e reconhecido os autores da tragédia, todos são inocentados. Ao ver uma injustiça tão escancarada, Riley transforma sua raiva em motivação pessoal. Após anos escondida, ela aperfeiçoa mente, corpo e espírito para se tornar a justiceira, aquela que dará fim a todos os envolvidos na morte de sua família.
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Clichê e previsível, pode se dizer que A Justiceira é a versão feminina do filme O Justiceiro (2004), por apresentar um roteiro similar e sem muitas surpresas. No entanto, o filme é pura ação que vai prender a sua atenção até o fim, com muitas cenas violentas hipnotizantes.
O que mais atrai em A Justiceira é que a história não dá rodeios ao guiar a personagem enquanto ela faz justiça com as próprias mãos. Riley volta completamente transformada e com um único objetivo: se vingar de todos aqueles que a prejudicaram no passado. De mãe e esposa amorosa, ela se transforma em um anjo frio e calculista, dando o fim mais violento e brutal aos seus arqui-inimigos, deixando o próprio grande vilão receoso e vulnerável diante de suas atitudes. Riley luta, atira, esfaqueia, sem pretensão nenhuma de averiguar fatos, muito menos perder o seu precioso tempo com questionamentos superficiais. A condenação foi consumada e, agora, ela só quer acertar as contas e, felizmente, ela tem uma execução satisfatória.
A personagem carrega uma personalidade dúbia diante de nossos olhos, pois ao mesmo tempo em que ela mata, ela é vista com uma guardiã dos mais oprimidos, desprotegidos e injustiçados, o que a torna a sensação nas redes sociais e até consegue vozes que a apoiam diante das autoridades. Jennifer Garner atua bem e entrega uma boa personagem, especialmente nas cenas de luta que, por sinal, está bastante badass.
A história até ganha um tom exagerado, em que ela consegue chegar perto do verdadeiro autor da tragédia com tanta facilidade, mas, mesmo assim, o espectador continua torcendo para que a protagonista saia vencedora. Isso causa um mix de sentimentos entre o certo e errado, especialmente quando julgamos as ações de Riley.
A Justiceira pode ser um filme de ação que entretém, mas o roteiro apresenta algumas falhas que poderiam ter sido ajustadas. Assim que descobrimos o motivo que leva a tragédia e, consequentemente, ao tribunal, a história não se aprofunda no julgamento e em detalhes que poderiam causar um mistério sobre quem poderia estar protegendo os criminosos. Infelizmente, esse plot fica superficial e óbvio demais, sem ao menos criar uma atmosfera de suspense que aguçasse mais a raiva e inconformidade da protagonista, além da frustração (proposital) no público diante de uma grande injustiça.
Outro ponto que fica a desejar é quando Riley desaparece e retorna para dar início ao seu plano. O filme apenas mostra fatos rasos do que ela fez enquanto estava fora e como ela se preparou para enfrentar um grande mal que estava por vir. Acredito que muitos ficarão curiosos em saber mais sobre o treinamento de Riley e como ela se manteve escondida e anônima por tantos anos, mas infelizmente o filme carece dessas informações.
Considerações finais
A Justiceira é clichê e previsível, mas o filme é atrativo por ter boas cenas de luta e violentas, uma motivação que faz a história caminhar bem, mesmo com alguns tropeços, e uma protagonista que age sem rodeios. É um filme de ação que vai entreter bastante, não mais que isso.
Ficha Técnica
A Justiceira
Direção: Pierre Morel
Elenco: Jennifer Garner, John Ortiz, John Gallegher Jr, Juan Pablo Raba, Annie IIlonzeh, Jeff Hephner, Pell James, Method Man, Tyson Ritter, Richard Cabral, Chris Johnson, Cailey Fleming e Johnny Ortiz.
Duração: 1h35
Nota: 6,7