Assassin’s Creed é um sucesso estrondoso no mundo dos videogames e, para pegar carona neste sucesso, saiu a adaptação cinematográfica do jogo sob a direção de Justin Kurzel, mas será que o resultado é bom? Tenho que reconhecer que há momentos bons, mas, mesmo assim, o filme não entrega uma história profunda e, sim, algo que se torna esquecível em pouco tempo.
A trama conta a história de Callum Lynch (Michael Fassbender), um rapaz que, quando pequeno, viu sua mãe morrer pelas mãos de seu pai. A partir daí, ele teve que fugir e viver a vida longe de tudo e de todos. Trinta anos depois, vemos Callum preso e condenado à morte, porém ele é “salvo” e levado para a Fundação Abstergo, comandado por Alan Rikkin (Jeremy Irons) e sua filha Sofia Rikkin (Marion Cotillard), uma cientista que o usa de cobaia em um aparelho chamado Animus, utilizado para desbloquear memórias genéticas. Assim que Callum se conecta com o aparelho, ele passa a presenciar as aventuras de seu ancestral, Aguilar de Nerha, na Inquisição Espanhola do século XV.
Callum descobre que é descendente da Irmandade dos Assassinos, uma sociedade secreta que luta pelo direito ao livre-arbítrio dos homens e combate a poderosa Ordem dos Templários. Assim, Cal embarca em uma jornada pelo passado, onde vai aprender sobre os incríveis conhecimentos e habilidades acumulados pelos assassinos ao longo de muitos anos. Além disso, seu grande objetivo é encontrar a Maçã de Éden, uma relíquia antiga que contém a semente do livre-arbítrio da humanidade. Aguilar foi a última pessoa a ter o objeto em suas mãos e, agora, cabe a ele e Sofia descobrirem o paradeiro da Maçã.
Sinceramente, não tem muito que falar do roteiro pelo fato dele ser simples demais a ponto de você não se importar nem com a história e nem com os personagens. Pelo menos foi isso que eu senti. O roteiro é exatamente o que contei acima, com uma explicação a mais no final para que o público entenda o propósito de toda a história. Assim que Callum entende que é o ancestral de Aguilar e descobre sobre a Maçã de Éden, os três atos transitam entre passado e presente para que o personagem lute com os antigos inimigos e resgate a relíquia perdida. No entanto, o roteiro não dá uma explicação mais detalhada sobre a Maçã e o que poderia acontecer caso ela fosse aberta. Há apenas uma apresentação da peça preciosa, mas o seu real significado fica superficial no filme. Além disso, pode ser que algumas pessoas fiquem confusas com as cenas entre passado e presente, mas acredito que muitos vão entender logo o que está acontecendo, pois a história em si é simples demais. Outro ponto que fica a desejar são os diálogos pobres do filme. As frases não tem impacto para criar algum tipo de tensão no público.
O lado bom do filme (sim, há um lado bom e eu tenho que reconhecer isso) são as cenas de ação, um prato cheio para os fãs do game. As cenas de luta tiram o fôlego, pois é uma porrada atrás da outra, um pulo de um muro para outro sem parar. O figurino está excelente e tenho que admitir que até fiquei com vontade de ter uma lâmina oculta (arma tradicional dos assassinos) em cada punho. A fotografia é bonita, principalmente nas cenas do passado, quando a câmera abre e mostra Aguilar em um lugar alto vendo toda a paisagem em tons amarelados e o Salto da Fé, a cena mais icônica do game.
A trilha sonora é estrondosa demais e pode até incomodar um pouco devido ao som ser muito alto, mas é um elemento fundamental que faz o espectador ser absorvido para dentro do filme. Sem essa trilha de fundo, talvez a trama perdesse mais ainda a sua graça.
Personagens
Michael Fassbender é um excelente ator e ele até que está bem na pele de Callum/Aguilar, mas, por mais que o ator se esforce e se entregue ao filme, quando a história não é boa, não é bem desenvolvida e os diálogos são pobres, a interpretação é prejudicada. Nota-se que Fassbender carrega boa parte do filme nas costas e executa muito bem as cenas de luta.
Infelizmente não dá para defender Sofia, personagem de Marion Cotillard. Sua interpretação é seca, robótica e não desperta nenhum tipo de emoção para conquistar o público. Você não torce nem contra e nem a favor a ela. Você simplesmente não se importa com ela.
Assim como Sofia, Alan Rikkin, interpretado por Jeremy Irons, também não esbanja nem simpatia e nem antipatia. Você entende o propósito do personagem, mas também não se importa com ele. Simples assim.
Considerações finais
A cena final é previsível e não causa nenhum grande impacto no público. Assassin’s Creed é um filme que tem boas cenas de ação e luta, uma trilha sonora estrondosa e uma fotografia bonita. No entanto, a história é rasa e superficial, com diálogos fracos e interpretações que ficam a desejar. Assassin’s Creed é um filme que pode agradar os fãs do game em alguns pontos, mas a história é facilmente esquecível.
Deixem nos comentários o que acharam do filme!
Ficha Técnica
Assassin’s Creed
Direção: Justin Kurzel
Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, Brendan Gleeson, Charlotte Rampling, Michael K. Williams, Denis Ménochet e Ariane Labed.
Duração: 1h56min
Nota: 4,9