Este ano algumas séries como Hannibal e The Whispers me surpreenderam e The Flash, da emissora The CW, não foi diferente. A maratona da primeira temporada foi espetacular. A cada episódio temos uma surpresa, um novo vilão, um novo amigo, uma nova descoberta e um desfecho emocionante. Mas, do que se trata a estória? Criada por Greg Berlanti, Andrew Kreisberg e Geoff Johns, a série retrata a vida do jovem cientista forense Barry Allen (Grant Gustin). Há 15 anos, Barry sofre pela morte de sua mãe, Nora Allen (Michelle Harrison) e a injustiça de ver seu pai preso por um crime que não cometeu. Todos acreditam que ele matou a esposa, mas a verdade é que são as “luzes amarela e vermelha” quem tira a vida da mãe do garoto. Após o ocorrido, Barry fica sob os cuidados do policial/detetive Joe West (Jesse L. Martin), e sua filha Iris (Candice Patton).
Adulto, Barry passa a trabalhar na polícia com Joe, na área da perícia. Ao mesmo tempo, ele nutre um amor platônico por Iris, que inicia um namoro com o detetive Eddie Thawne (Rick Cosnett). Logo no primeiro episódio, conhecemos um pouco de cada personagem, inclusive aqueles que viriam se tornar amigos e companheiros de batalha de Barry. Dr. Harrison Wells (Tom Cavanagh) é um grande cientista e criador da STAR Labs. Ao lado da cientista Caitlin Snow (Danielle Panabaker) e de Cisco Ramon (Carlos Valdes), um gênio da engenharia mecânica, Wells inicia a apresentação de sua última grande criação: o acelerador de partículas. Porém, ao ligá-lo, há uma grande explosão na cidade de Central City, matando muitas pessoas e criando os meta-humanos, inclusive Barry. Após nove meses em coma, nosso protagonista acorda e descobre que tem habilidades de se mover mais rápido que qualquer ser humano. Com isso, ele se transforma no famoso velocista das histórias em quadrinhos, o heroi Flash que, agora, usa sua nova identidade para combater o mal.
Praticamente essa é a premissa da série. Prefiro não estender mais sobre o enredo para não estragar a estória para aqueles que ainda não assistiram. Mas, o que torna a série única é a sua narrativa. A trama de The Flash se passa entre o passado, presente e futuro. São por essas três linhas temporais que conhecemos a história de todos os personagens e o porquê deles estarem naquela atual situação. A narrativa é desenvolvida gradualmente e, em nenhum momento, ela cai, devido ao seu dinamismo. A cada episódio conhecemos um novo meta-humano e, a partir daí, acompanhamos a evolução de Barry, como ele progride como super-heroi, a forma como lida com os seus medos e relacionamentos e como o seu passado interfere o seu presente. Ao mesmo tempo, também conhecemos os personagens à sua volta, já que eles são a grande ligação entre Barry e tudo o que acontece na série.
Flash X Arrow
A série The Flash é situada no mesmo universo fictício de Arrow, o que explica a grande participação de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards) e Oliver Queen (Stephen Amell). Acredito que esse foi um dos crossovers mais aguardados de 2014. Logo no primeiro episódio, temos o grande encontro desses dois super herois, pois Barry o procura para pedir ajuda sobre o que fazer com o seu poder. Além disso, em outros episódios, o arqueiro desafia nosso velocista a deixar de lado o impulso e a improvisação para lidar com os novos desafios com inteligência, perspicácia e planejamento. Felicity é uma das conselheiras mais fofas de Barry, pois ela diz a coisa certa na hora certa, sem contar que sua expertise “dá um empurrão” no desenrolar do episódio que participa.
Mas, não se preocupe! Se você não acompanha a série Arrow, não significa que você não vá entender The Flash. Uma história não interfere tanto na outra. Pode ser que o espectador não compreenda algumas menções ditas a respeito de Oliver Queen, mas isso não influenciará no entendimento da trama. Claro que, se você assiste Arrow, The Flash ficará ainda mais emocionante para assistir.
Os herois
Como não se apaixonar por Barry Allen? Grant Gustin já mostrou o seu talento musical em Glee e, agora, em The Flash, ele garante que tem tudo o que precisa para ser um super heroi. Logo de cara, o espectador se emociona com o personagem e por tudo que ele passa. O seu relacionamento com Joe e seu pai biológico Henry (John Wesley Shipp) trazem as cenas mais bonitas e tristes da série. Além disso, o amor que ele nutre por Iris o deixa ainda mais forte para lutar contra o mal. No decorrer da primeira temporada, o personagem dá um grande salto em sua evolução, transparecendo, principalmente, os seus medos. O que mais admiro no personagem é que ele não é um heroi rebelde, teimoso, cheio de grandeza. Ele tem falhas, qualidades, comete erros, mas aprende com eles, tornando-se alguém melhor.
Joe West é um detetive que tem amor pelo que faz. É racional, direto e objetivo. É um pai protetor e de enorme coração. Vemos isso, principalmente, através do seu relacionamento com Barry. Ele briga quando é necessário e admite os seus erros nas horas certas. Seu grande medo é que algo ruim possa acontecer com Iris. Por isso, ele pede para que Barry não revele o seu segredo à amiga, o que traz uma série de confusões, mas, ao mesmo tempo, dá o grande tempero no relacionamento dos três.
Iris West é filha de Joe, melhor amiga e amor platônico de Barry Allen. Ela namora o detetive Eddie, deixando Barry bastante abalado em vários episódios. Jornalista e ávida por descobrir o que acontece em Central City, a garota cria um blog para relatar os últimos acontecimentos que ocorreram na cidade, envolvendo um raio vermelho. Mesmo sem saber sua verdadeira identidade, Iris passa a ter encontros escondidos com Flash e, sempre que pode, pede ajuda a ele para descobrir algum caso importante. Alguns acham a personagem bastante chata. Sinceramente, eu não tenho nada contra ela. Sim, há momentos em que ela irrita, mas eu a entendo, pois ela é a última a saber sobre o segredo do amigo. No momento em que ela fica ciente sobre a verdade, ela se torna um plus no grupo.
Quem é Harrison Wells? Essa é uma pergunta que o espectador irá fazer diversas vezes enquanto estiver assistindo a série. Criador do acelerador de partículas, cientista brilhante e mentor de Barry, o personagem de Tom Cavanagh te envolve pela inteligência, pelo charme e mistério. Logo de cara ele revela um jornal do futuro que dá a notícia sobre o desaparecimento de Flash. Como ele sabe disso? De onde ele vem? Somos apresentados ao personagem em uma cadeira de rodas, mas, logo descobrimos que isso é somente uma farsa (isso acontece logo no primeiro episódio). No entanto, o espectador não consegue odiá-lo de imediato, pois ele ajuda muito no crescimento de Barry, tornando-se um terceiro pai para o garoto. No decorrer da primeira temporada, o público vai descobrindo, aos poucos, quem é o verdadeiro Harrison Wells, quem está por trás daquela cadeira de rodas e quais são suas verdadeiras intenções. É assistir para saber.
Cisco Ramon é o gênio da engenharia mecânica e é ele quem traz mais humor à série. O personagem de Carlos Valdes é carismático, mega inteligente, esperto e rápido no que faz. Ele cria os melhores apelidos aos vilões, tem as melhores tiradas e consegue arrancar boas risadas do espectador. Quem assiste The Flash quer ter Cisco como seu melhor amigo.
Danielle Panabaker é a fofa da Dra. Caitlin Snow. Séria e centrada no que faz, Caitlin demonstra seus sentimentos quando se lembra do noivo Ronnie (Robbie Amell), que sumiu durante a explosão do acelerador, mas, quem já assistiu, sabe que ele volta para os braços da amada. Ela se torna amiga fiel de Barry e, junto com Cisco e Wells, ajuda em todos os casos criminosos que ocorrem em Central City. Uma das melhores cenas é quando ela fica bêbada com Barry e os dois cantam Summer Night (Grease) em um bar karaokê. Melhor ainda quando ele tem que ajudá-la a trocar de roupa. Quero Caitilin bêbada mais vezes!
Eddie Thawne é um detetive que vai te conquistar, de primeira, pela beleza. Mas, ele não é apenas um rosto bonito. O personagem de Rick Cosnett é a peça-chave que vai ajudar o grupo a vencer o grande vilão dessa primeira temporada. Seu relacionamento com Iris fica entre altos e baixos, justamente por saber que Barry tem sentimentos pela garota. Esse triângulo amoroso faz o espectador ficar bastante dividido. Afinal, com quem Iris deve ficar? Eddie ou Barry?
Meta-humanos
De todos os vilões meta-humanos que aparecem nessa temporada, o melhor de todos, sem dúvida, é Leonard Snart, interpretado por Wentworth Miller (Prison Break). Conhecido por Captain Cold (Capitão Frio), seu charme e sua voz hipnotizam, mas é a sua maldade que conquista o público. O personagem é frio e objetivo. Ele não mede esforços para conseguir o que quer. Ele engana, ameaça, chantageia, rouba e mata. Central City é sua cidade do coração e ai daquele que tentar fazer algo contra. Mesmo lutando várias vezes, Flash não consegue capturá-lo, mas ambos resolvem dar uma trégua. Um chega a ajudar o outro, mas só assistindo pra você saber como foi esse desfecho. Snart é nota 10!
Há também outros vilões que dão o tempero na história, como Mick Rory (Dominic Purcell), o comparsa de Snart; James Jesse (Mark Hammil) e Axel Walker (Devon Graye), os The Trickers. Esses personagens são uma mistura de Coringa e Charada; Shawna Peek-a-Boo (Britne Oldford), a garota que se teletransporta; o senhor do tempo Mark Mardon (Liam McIntyre), o brigão Tony Woodward (Greg Finley), inimigo de infância de Barry; o General Wade Eiling (Clancy Brown); William Tockman (Robert Knepper), conhecido como o Rei do relógio, entre outros, que vão surgindo a cada episódio. O único vilão desnecessário foi o gorila Grood. Por que colocar um gorila na série? Achei um pouco forçado, mas talvez ele ganhe uma explicação mais plausível na segunda temporada.
E agora, Barry Allen?
A primeira temporada termina com um cliffhanger de deixar qualquer um de queixo caído. Como disse no começo do texto, a história brinca bastante com o tempo, fazendo a narrativa viajar entre o passado, presente e futuro, dando a oportunidade de Flash poder modificar os fatos. Mas, qual seria a consequência se algo no passado fosse mudado? O que o futuro reservaria para os personagens? Na metade da temporada, temos um gostinho dessas conseqüências, o que dá um up na série. A reta final mostra o início de uma catástrofe que só vamos saber o desfecho na segunda temporada.
The Flash não é apenas mais uma série de heroi. Seu principal elemento é a narrativa, que conecta as histórias em um só momento. Os efeitos especiais não ficam a desejar, pelo contrário, são bem feitos a ponto de fazer o público acreditar no impossível, da mesma forma como os personagens acreditam. Aqui, resta saber como Barry/Flash irá salvar Central City deste emaranhado de problemas, como os amigos e a família irão ajudá-lo e quais serão os seus próximos inimigos. A primeira temporada foi perfeita. E a segunda? Também será?
Já assistiram The Flash? O que acharam? Deixem nos comentários!
Ficha Técnica
The Flash
Criadores: Greg Berlanti e Andrew Kreisberg e Geoff Johns
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Rick Cosnett, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Tom Cavanagh, Jesse L. Martin, Robbie Amell, Wenworth Miller, John Wesley Shipp e Michelle Harrison.
Participações especiais: Stephen Amell e Emily Bett Rickards
Nota (1ª temporada): 10