Eu e uma legião de fãs não queríamos que Hannibal acabasse, mas, infelizmente, essa série magnífica chegou ao fim. Com um final espetacular, digno de aplausos e suspiros em seu último segundo, acompanhamos o destino dos personagens principais de uma trama bem elaborada, com diálogos bem construídos, metáforas e citações utilizadas na cena certa e, é claro, muito sangue que, nada mais é do que a tinta que desenhou toda a narrativa que acompanhamos durante essas três temporadas.
Assim que Hannibal se entrega à polícia, somos apresentados ao Grande Dragão Vermelho. Desculpem-me, mas eu não li os livros, então não farei nenhuma comparação deles com a série. O novo vilão trouxe um ar ainda mais sombrio à terceira temporada. Sua imaginação fértil, ações mórbidas e assassinatos cruéis e frios mostraram quem era Francis Dolarhyde, cuja interpretação impecável ficou por conta do ator Richard Armitage. Ele foi o grande elo entre Hannibal e Will. Mesmo preso, Hannibal conseguiu arquitetar os passos do Dragão para que o Will não se afastasse. Hannibal sempre esteve um passo a frente e ele conseguiu transformar Will. Sim, o famoso serial killer nutria uma paixão sublime por seu colega e, se pudesse, o comeria só para saber o que se passa em sua cabeça. Quantas vezes não vimos diálogos assim nos episódios?
A cartada final para capturar o Grande Dragão Vermelho era usar a isca perfeita que pudesse atraí-lo em segundos. Uma ideia absurda, porém, extremamente brilhante, Will liberta Hannibal para que ele o leve até Francis. Mas, este já sabia do encontro, uma vez que encontrara o detetive antes. Todo o plano estava arquitetado. Era só uma questão de tempo.
O encontro entre os três foi o grande ápice do episódio final. Enquanto Alana Bloom vai embora com a mulher e o filho (sob a ameaça de Hannibal) e Jack Crawford limpa os estragos deixados para trás, Will, Hannibal e o grande Dragão Vermelho se encontram para uma batalha final. Vemos a morte bem desenhada (e desejada por todos) do Dragão. Claro que o vilão não se entregou fácil assim. Ele deixou marcas bem profundas nos dois e, para salvar Will, Hannibal não mediu esforços. Com cada um de um lado, o grande Dragão Vermelho se desfez sob um mar de sangue arrancado pelo detetive e o canibal. Com o mal vencido, Hannibal conseguiu o que tanto queria: ver Will transformado. E sim, ele já estava transformado e achou tudo isso perfeito. A morte dos dois, ao som de Love Crime, dá o final perfeito para a série. Bryan Fuller apresentou a morte como a solução para esse desfecho: Hannibal não seria rejeitado por Will; Will não saberia viver sem Hannibal.
Também podemos dizer que o final ficou aberto. Quem garante que eles, de fato, morreram? Alguns podem não ter gostado do final por esse motivo e, também, porque não tivemos um desfecho definitivo dos outros personagens. Alana foi embora, mas não sabemos para onde; Jack continua na ativa; Frederick Chilton ainda está vivo. Outra personagem que surpreende nos segundos finais é Bedelia Du Maurier. Sim, ela cortou sua própria perna e a serviu no jantar. Ela realmente queria virar comida, mas a refeição principal de Hannibal era outra (e a gente sabe muito bem quem era essa refeição).
Essa ponta solta nos dá a esperança de uma possível quarta temporada, em um futuro distante, em uma emissora que queira dar continuidade a esta história. Mas, enquanto isso não acontece, vamos digerir esse final magnífico e perfeito que o criador da série nos deu.
Hannibal é uma série boa do começo ao fim. Mesmo que você ache os diálogos um pouco complexos e as cenas um pouco lentas, não o julgue antes do tempo. A trama deve ser degustada com prazer e digerida aos poucos. Vai fazer muita falta.
O que acharam do series finale? Deixem nos comentários!
Avaliação
Melhor personagem: Hannibal e Will
Melhor cena: o encontro entre Hannibal, Will e o Grande Dragão Vermelho
Nota do episódio: 10
Nota da série: 10