Após dois longos meses de espera, a 14ª temporada de Grey’s Anatomy está de volta para dar continuidade aos grandes acontecimentos no Grey Sloan Memorial Hospital. Pra quem não se lembra, o sistema do hospital foi invadido por hackers, impedindo que médicos ou qualquer funcionário acessasse as informações, prejudicando o andamento dos atendimentos e os diagnósticos dos pacientes. Para piorar ainda mais a situação, o episódio Out of Nowhere conseguiu criar mais dois plots tensos, deixando os telespectadores ainda mais angustiados: o primeiro é o de Jackson e Maggie transportando um paciente no helicóptero que, repentinamente, sofre um grande sangramento; o segundo é o caso do menino que sofreu um AVC e corre o risco de ter um novo derrame que pode ser fatal. O grande problema é que Alex Karev precisa saber qual é o medicamento indicado para o garoto. Correndo contra o tempo, Jo tenta encontrar o médico de plantão que cuidou do pequeno e, no meio do caminho, ela encontra um obstáculo inesperado: seu ex-marido Paul Stadler, interpretado pelo ator Matthew Morrison.
Com a excelente construção de uma atmosfera de suspense, misturada à angústia, desespero e medo, Grey’s Anatomy conseguiu retornar ao bom e velho drama médico pelo qual todos se apaixonaram anos atrás. Não podemos negar que esse clima de tensão cria uma ansiedade para o próximo episódio e, de fato, eu fiquei assim. No entanto, a minha expectativa caiu um pouco com o episódio de retorno. Não que ele tenha sido ruim, pelo contrário, teve seus bons momentos, mas o cliffhanger foi tão bom e impactante que o hiato acabou quebrando o clima moldado anteriormente.
Pra começar, fiquei um pouco desapontada com o plot de Jo Wilson e o ex-marido Paul Stadler. Por se tratar sobre a violência contra a mulher, faltou aquele clima de medo mais forte entre os personagens, principalmente do lado de Jo, já que ela fugiu do marido e, repentinamente, se viu diante dele em seu local de trabalho. Acho que o que eu realmente não curti foi a interpretação da Camilla Luddington. A reação dela foi caricata demais e o telespectador não consegue comprar 100% o seu sofrimento por ter uma pessoa ruim de volta na sua vida. Diferente de Camilla, Morrison entrega um personagem hipócrita, cínico e sarcástico, criando aquela tensão sem se pronunciar às claras sobre o passado. Basta saber sobre os seus atos e olhar para o seu rosto para lhe dar aquele arrepio, afinal, pessoas assim você quer distância, certo? E a forma como ele consegue inverter o jogo, culpando dolorosamente sua vítima, no caso a Jo, é horrível e excepcional. Na tentativa de evitar que uma nova vítima caia nas mãos dele, Jo conta o quanto sofreu para a atual noiva de Paul. O resultado? Ela contou tudo para o médico, que ameaçou novamente Jo. Mesmo divorciados, acredito que Paul irá atormentar mais um pouco a vida da ex. Pra complicar ainda mais a situação, no final do episódio, o personagem aparece acidentado no hospital. O que aconteceu? Será que Jo e Alex tem algo a ver com esse acidente? Será que Paul sobrevive? E sua noiva, está viva? Foi uma tentativa de assassinato? Vamos aguardar os próximos passos.
Com o grande plot encaminhado, o episódio consegue resolver outros plots de imediato. O menino que sofreu o AVC consegue passar por uma cirurgia sem complicações. Já Meredith opera sua paciente com sucesso, graças à ajuda de “Glasses”, o novo interno do hospital, já que ele doou sangue durante a cirurgia. Mesmo desastrado, achei a atitude dele bem legal e fato de que isso também massageia a sua autoestima, mostrando que ele capaz de ir além. Será que ele será o novo George O’Maley? Estou só palpitando.
Enquanto isso, nos corredores do hospital acompanhamos a volta de Maggie e Jackson ensanguentados, bem ao estilo “Carrie, a Estranha”. Sinceramente, eu não sei por que os roteiristas insistem em forçar uma relação, sendo que os dois não tem química nenhuma. Não curto esse plot, muito menos a possibilidade de vê-los como um casal. Pelo menos a Maggie está menos chata e menos falante nessa temporada. Já April e Hunt estão trabalhando juntos nos casos e a todo vapor. Aliás, por um milésimo de segundo senti certo clima entre eles. Será que há possibilidade de rolar algo? Olha, essa ideia eu curto. Seria muito interessante acompanhar esse arco.
Por fim, o grande problema do sistema hackeado do hospital é solucionado, graças ao novo interno (me corrijam se eu estiver errada) que também é hacker. Ele e a Dra. Bailey mandam muito bem nas cenas e é até possível rir e se emocionar um pouco, pois o episódio aborda sobre o transgênero, uma vez que o interno é trans. Espero que a série não deixe o personagem de escanteio e o explore mais.
E aí, o que acharam do retorno da 14ª temporada de Grey’s Anatomy? Deixem nos comentários.
Nota: 8,0
Fotos: IMDB