Uma Razão Para Viver (Breathe) poderia ser um filme trágico e triste, mas a história ganha um caminho diferente em que ressalta o amor e a superação diante da resiliência de um homem e das circunstâncias nada favoráveis. Quer saber por que vale a pena assistir ao filme estrelado por Andrew Garfield e Claire Foy? Confira os cinco motivos!
Baseado em uma história real
Roteirizado por William Nicholson, Uma Razão Para Viver é baseado na história real do britânico Robin Cavendish, um grande defensor de pessoas com deficiências. Durante uma viagem ao Quênia, Robin contraiu a poliomielite aos 28 anos. Inicialmente, ele recebeu a sentença de que viveria apenas três meses, uma vez que a doença paralisa do pescoço aos pés e impede que a pessoa respire normalmente, ficando dependente de um respirador mecânico. Devido à sua condição, Robin juntou forças e, ao lado de sua esposa, ajudou a desenvolver uma cadeira elétrica e lutou pela independência de pessoas com paralisia.
Parece uma história romântica com um final trágico, mas Uma Razão Para Viver é uma história de amor, altruísmo, coragem e uma linda lição de superação. O primeiro ato se encarrega de mostrar o lado feliz dos protagonistas, desde o primeiro encontro até o diagnóstico da doença, o que muda completamente o rumo do casal. A partir daí, a história ganha um tom triste ao ter que lidar com uma doença incurável, mas ao mesmo tempo, o filme parte para o caminho da força e superação em que Diana e Robin criam uma cadeira especial para ajudar aqueles que se encontram nessa mesma condição.
Andy Serkis na direção
Este é o primeiro filme que o ator Andy Serkis (Planeta dos Macacos) dirige e devo dizer que ele começa com o pé direito! Serkis constrói cenários bonitos e rústicos, desde o hospital até a casa onde o casal mora. O figurino e a fotografia ganham uma paleta de cores pastel que ajudam a retratar tanto os momentos difíceis quanto os felizes. Além disso, o diretor se preocupa em mostrar o progresso da doença, a deterioração do personagem e trazer uma explicação científica sem sair do foco principal da trama.
Junto à parte trágica, o diretor consegue dar um toque leve, cômico e romântico ao filme. As cenas da construção da cadeira com o respirador, o amor sublime de Diana e Robin que não diminui em nenhum momento, os momentos divertidos e engraçados como as festas em família, flertes e a viagem inesperada para a Espanha (minha cena favorita) são alguns exemplos. Por fim, Serkis faz um ótimo trabalho com a câmera, dando closes nos personagens para tirar o máximo da emoção e interpretação, especialmente do ator Andrew Garfield.
Andrew Garfield
Novamente, Andrew Garfield surpreende com uma excelente performance, transmitindo alegria, tristeza, dor, força e foco apenas com o olhar e expressões. Garfield também faz um trabalho incrível com a voz, já que a o personagem respira com a ajuda de um aparelho preso a sua traqueia, o que impede as suas cordas vocais funcionarem 100% normal. Os detalhes do olhar, das piscadas, do sorriso e até do leve movimento da cabeça são bem trabalhados. É possível sentir tudo o que o personagem está sentindo apenas com esses traços e trejeitos.
Claire Foy
A atriz não fica para trás em nenhum momento e nos entrega uma interpretação digna, bonita, real e repleta de amor. Diana podia muito bem abrir mão de Robin para focar no seu filho, na sua vida e felicidade, algo que, sinceramente, não é condenável. Mas o filme constrói um amor tão puro e sublime que Diana seria incapaz de ter uma atitude egoísta. Claire Foy nos dá uma personagem inteligente, esperta, forte, determinada, altruísta e excelente mãe e esposa. Ela abre mão dela mesma para cuidar de Robin e do filho, e ainda se junta na missão de mostrar o quanto a liberdade é essencial aos deficientes e a importância da inclusão deles à sociedade.
Elenco formidável
O elenco do filme contribui tanto para as cenas leves quanto para os momentos tristes. Destaque para o ator Tom Hollander que interpreta os irmãos gêmeos de Diana; Hugh Bonnewell é Teddy Hall, a pessoa quem constrói a cadeira especial para Robin; e Amih Shah é Dr. Kan, médico que trabalha com pacientes com pólio e que é obrigado a aceitar os tratamentos e as circunstâncias tristes e um pouco cruéis do hospital.
Ficha Técnica
Uma Razão Para Viver
Direção: Andy Serkis
Elenco: Andrew Garfield, Claire Foy, Tom Hollander, Hugh Bonneville, Diana Rigg, Ed Speleers, Miranda Raison, Dean-Charles Chapman e Camilla Rutherford.
Duração: 1h57min
Nota: 8,0