The Walking Dead chega a mais uma mid season finale, com mais mortes, com um Negan ainda mais cruel e sarcástico, com um grupo desolado e sem ter pra onde correr, mas também com uma ponta de esperança. Hearts Still Beating, como o próprio título já diz, mostrou que os corações ainda batem e muito fortes, que as nuvens negras estão ali, mas só de passagem e que há, sim, uma possibilidade de sair debaixo dessa escuridão. É preciso se unir, pensar, criar estratégias, mas, acima de tudo, acreditar e ser leal um ao outro.
Posso dizer que, comparado aos demais, foi um episódio bom, mas também não é o episódio que deixa a gente de queixo caído. Aqui, vemos uma série de erros nesse acordo entre os salvadores e Alexandria. De um lado temos Rick que, mesmo contra a vontade, está correndo atrás dos suplementos para proteger a sua família e a comunidade. Porém, há integrantes que, por raiva por estar nessa “escravidão”, discordam e agem como se nada fosse acontecer; como se uma simples palavra ou atitude radical fosse resolver tudo. Do outro lado temos Negan, que continua segurando as pontas da série com sua performance magnífica, e disso não podemos reclamar. Ele é o líder e gosta quando todos seguem as regras. Mas se alguém vai contra ou age, ele reage. Foi assim no primeiro episódio e agora, já que Carl invadiu sua propriedade e matou alguns de seus capangas.
Como disse na review anterior, Carl teve muita coragem ao fazer isso e mostrou que não é fraco, mas seu ato traria consequências e estas apareceram mais rápidas do que imaginávamos assim que Negan botou os pés em Alexandria antes do combinado. Além de vir buscar o que lhe pertence, Negan instaurou no ar aquele terror que ele costuma fazer e que, de fato, assusta mesmo. No entanto, alguns personagens pensaram que poderiam enfrentá-lo ou, pior, que poderiam fazer algum tipo de acordo com ele. A começar por Spencer. Não, eu não tive pena dele e podem me julgar. Ele procurou pelo pior e encontrou. Tentou “furar o olho” de Rick, que está fazendo o impossível para evitar mais mortes, e o único que enxergou isso foi justamente Negan.
Mas, o que esperar de um vilão? O pior é claro. Estava óbvio que Spencer levaria a pior, afinal, ele queria tirar Rick do posto de líder e ainda ficar de “amizade” com Negan. Mas o líder dos salvadores não quer amizade, ele quer pessoas trabalhando para ele, algo que Spencer não estava fazendo. Infelizmente, ele se encontrou com a morte. Precisava matá-lo? Não, mas em se tratando de Negan, era claro que faria isso e na frente de todos para mostrar, mais uma vez, quem manda no pedaço.
Desnorteada por ver mais um amigo morrer na sua frente, Rosita não hesitou em atirar a única bala que tinha, errar a pontaria e acertar Lucille. Mais uma vez, Negan não deixou barato e tirou a vida de outra pessoa, mas não de Rosita e, sim, de Olivia, que não tinha nada a ver com isso. Por que é assim que as coisas funcionam. Você comete o erro, mas quem paga o pato é outra pessoa que não tem nada a ver com o assunto. Fiquei com dó da Olivia.
Ainda tivemos o grande susto de quase perder Aaron, que levou uma baita surra por causa de um bilhete estúpido que nem foi ele quem escreveu, mas que poderia ter sido tirado da caixa de suplementos. Foi um erro bobo, mas quem imaginaria que os salvadores tivessem um pavio tão curto? Graças a deus Aaron está vivo, mas bem machucado e espero que ele se recupere logo. Gostei muito de ver a parceria dele com Rick e ainda perceber que ele entende a atitude do líder, afinal, Aaron também estava no momento em que Negan matou Gleen e Abraham. E agora, o grupo perdeu mais dois integrantes e isso continuará se agirem contra Negan sem um plano, sem uma estratégia, sem um reforço.
Já Michonne, além de encontrar uma luz no final do túnel, fez com que Rick finalmente enxergasse algo diante do caos instalado na comunidade. Michonne viu o tamanho da comunidade dos salvadores, não arriscou em ir até lá e ainda eliminou mais um integrante do grupo, uma atitude inteligente para não ser entregue. A conversa entre Rick e Michonne é bonita e clara e é a partir daqui que Rick irá para Hilltop para conseguir aliados. O reencontro com Sasha e Maggie foi bonito, mas lindo mesmo foi ver Daryl de volta ao grupo, graças a Jesus. O abraço dos dois foi simples, mas muito significativo. É sinal de que as coisas irão mudar até o final da temporada e estou louca para ver isso.
Quem também vai entrar nessa jogada é o Reino, pois um de seus integrantes já deu sinal de que Ezekiel precisa lutar, precisa desfazer o acordo e acabar com Negan. Claro que Carol e Morgan estão relutantes com isso, mas acredito que no instante em que eles souberem quem é o líder dos salvadores e o que ele está fazendo com Rick e o grupo, eles vão mudar de ideia. Por mais que Carol queira estar sozinha e longe de toda essa violência, seu lado badass vai falar mais alto e tenho quase certeza que ela vai arrasar nessa batalha. Não vejo a hora disso acontecer!
E aí, o que acharam do episódio? Deixem nos comentários! The Walking Dead retorna com os episódios regulares em fevereiro de 2017. Até a próxima review!
PS: Infelizmente quem também levou a pior foi Eugene que partiu junto com os salvadores. Quero ver se ele vai resistir lá dentro.
Avaliação
Melhor cena: o reencontro de Daryl e Rick; Negan mata Spencer.
Melhor personagem: Negan, Rick, Michonne, Aaron, Daryl e Jesus
Nota: 8,0
Fotos: IMDB/Gene Page/AMC