Após dois anos de espera, finalmente a 3ª temporada de The Umbrella Academy chega na Netflix para dar continuidade à aventura apocalíptica da família de super-heróis disfuncional.
Esta nova temporada é boa, os personagens continuam cativantes à sua maneira permanecendo no favoritismo dos fãs da série, porém apresenta um desenvolvimento da trama a se questionar se realmente era necessário acontecer certos pontos ou não; aprofunda ainda mais nos conflitos internos tanto individual quanto em grupo; apresenta novos personagens, reviravoltas intrigantes que se ramificam em mais dúvidas que, talvez, possam confundir o espectador, levando a um final aberto, com vários ganchos para uma possível nova temporada. Mesmo com algumas ressalvas, o saldo da 3ª temporada de The Umbrella Academy ainda é positivo e, acredito, que muitos vão gostar.
******CONTÊM SPOILERS******
Como disse, The Umbrella Academy retorna com novos episódios após quase dois anos da estreia da 2ª temporada, devido à pandemia ter afetado o cronograma das gravações, o que é totalmente compreensível. No entanto, este intervalo maior pode fazer com que muitos tenham esquecido o que aconteceu na temporada anterior, como foi o meu caso, um detalhe que pode deixar o espectador um pouco perdido nesta 3ª temporada. Minha sugestão é que leiam ou assistam algum resumo, explicação ou, até mesmo, reassistam a 2ª temporada para refrescar a memória, pois isso ajudará muito a recordar de alguns detalhes cruciais da história.
Com relação à construção da narrativa, a 3ª temporada de The Umbrella Academy entrega um roteiro que opta em desenvolver a história de forma mais fragmentada, se comparada com as temporadas anteriores, ou seja, algumas informações surgem distanciadas, aparentemente de forma aleatória, mas que terá fundamento para a reta final da temporada. Por um lado, a ideia é interessante por causar curiosidade, mistério e suspense sobre a nova missão que o grupo terá que lidar, junto aos novos obstáculos. Do outro lado, tal escolha também pode causar certa confusão ao juntar as peças deste novo mistério, especialmente ao tentar explicar o que se passa na nova linha do tempo, o que está acontecendo, quem causou e como solucionar.
Mesmo que as respostas venham até o último episódio, a série faz questão de deixar ganchos para que o próprio espectador crie teorias sobre o rumo da história e o futuro da série que, provavelmente, será renovada pela Netflix.
Quem é a Sparrow Academy?
Com 10 episódios de 50 minutos, a 3ª temporada de The Umbrella Academy parte exatamente dos eventos finais da 2ª temporada em que o grupo Umbrella coloca um fim no apocalipse e, finalmente, retorna para 2019, mas não exatamente para a linha do tempo original, o que faz o grupo chegar na casa e encontrar o pai Reginald Hargreeves vivo e liderando um novo grupo chamado Sparrow Academy, na qual Ben está vivo.
The Umbrella Academy: crítica da 2ª temporada
Final explicado da 2ª temporada da série
O 1º episódio não perde tempo e logo apresenta cada integrante da Sparrow Academy, junto as suas respectivas posições e poderes, mostrando que o grupo é famoso na cidade ao manter o controle, a segurança e o equilíbrio para todos. Marcus (Justin Cornwell) é o número 1, o líder do grupo, o mais forte, cuja beleza e performance o faz ter vários fãs pela cidade. Marcus seria a versão oposta de Luther; Ben (Justin H. Min) é o número 02, cujo poder é ter grandes tentáculos fortes. Completamente o oposto de sua outra versão (morta), este Ben é arrogante, chato e prepotente, com sérios problemas de complexo de inferioridade na qual ele deseja ser o verdadeiro líder do grupo para chamar a atenção e ser o orgulho de Hargreeves.
Fei (Britne Oldford) é a número 3 e tem um poder bem interessante, uma vez que ela não tem os olhos, mas controla os corvos e usa os olhos das aves para observar e ficar ligada a tudo ao redor. É um personagem que divide os sentimentos, ora você gosta dela, ora você a detesta e tal dúvida permanece até o final.
Alphonso (Jake Epstein) é o número 04, que tem parte do rosto e corpo desfigurado e o poder de revidar qualquer golpe que leva, ou seja, se você socá-lo no rosto, sentirá mesmo impacto em seu rosto. Sloane (Genesis Rodriguez) é a número 5, cujo poder é levitação e força com as mãos. Já a Jayme (Cazzie David) é a número 6, na qual possui um poder bem peculiar na saliva. Ao cuspir em alguém, ela mantém a vítima presa em sua consciência revivendo algum sonho, pesadelo, uma vontade ou saudade reprimida, o que se torna extremamente divertido de assistir, como vemos em um exemplo formidável neste 1º episódio. Por fim, Christopher é o número 7, o enigmático cubo telecinético flutuante, na qual não ganha nenhuma forma humana, sendo tratado normalmente como um dos irmãos Sparrow.
Neste início de temporada vemos o embate entre a Sparrow e a Umbrella na qual rende uma sequência memorável ao som de ‘Footloose’ em que eles disputam na base da dança, tudo fruto da imaginação do Diego que foi afetado pela saliva de Jayme. A partir daqui, vemos o quão a Sparrow Academy é bem preparada fisicamente, com um controle superior aos poderes e extremamente unidos, mas frios, um grupo oposto ao Umbrella que, mesmo disfuncionais, o lado emocional fala mais alto e os mantêm unidos.
Mas tenho que dizer que, apesar da série apresentar um grupo forte, rival e com poderes peculiares e interessantes, infelizmente quase todos os integrantes são desagradáveis de acompanhar na tela. Poucos se salvam como é o caso da Sloane que, logo demonstra um lado doce e amoroso, especialmente quando ela conhece o Luther, iniciando um romance divertido entre os dois na qual o público torce de imediato.
Logo depois, quem ganha o maior destaque é Ben e, ainda assim, o lado arrogante dele mais atrapalha do que ajuda. Em ambas versões, vemos que o personagem tem um passado com uma pessoa chamada Jennifer, porém a série não se aprofunda nos conflitos desta nova versão, o que faria o espectador entender melhor as motivações que o tornam chato. Klaus até tenta puxar o que há de melhor deste Ben, uma vez que ele era a conexão mais forte com o irmão original, mas não obtém tanto sucesso assim. Ainda há chances deste Ben melhorar, mas o espectador terá que ter certa paciência com este personagem.
Os demais são simplesmente insuportáveis como Jayme e Alphonso que são chatos, superficiais e arrogantes. Em nenhum momento a série mostra algo agradável da parte deles, tornando-se insignificantes para a história e, logo, vocês descobrem isso. Marcus também está nesta lista, tornando-se um dos personagens mais inúteis desta temporada. Quem diria que justamente o número 1 seria o maior desperdício na história? Já Christopher ajuda em um momento específico e crucial, mas nada que cause surpresa ou faça o público gostar mais ou menos dele.
A sequência inicial entrega uma luta bem executada entre o grupo, apresenta um Hargreeves submisso aos filhos Sparrow, mas que a série faz questão de explicar este ponto que vai render nesta temporada, além de uma união forçada entre as famílias, pois um novo fim do mundo está chegando e eles precisam unir as forças para impedir mais este novo mal.
Novo fim do mundo?
Com a chegada da Umbrella nesta nova linha do tempo, a 3ª temporada apresenta que um novo fim do mundo vai acontecer, uma vez que os personagens se encontram no espaço e tempo errados novamente, causando uma nova série de efeitos colaterais que geram o grande colapso do universo.
Vale a pena assistir The Umbrella Academy?
Talvez seja no desenvolvimento sobre o novo fim do mundo que a série causa certa confusão ao entregar uma narrativa fragmentada em que as informações são jogadas a cada episódio, tornando-se em algo coerente apenas na reta final. Sendo assim, é normal se sentir confuso pela enxurrada de explicações e teorias que causam mais dúvidas, curiosidades e indagações até que a temporada finalmente entrega uma conclusão plausível de tudo o que vimos. Por isso, não tire conclusões precoces e assista até o fim.
Com a mudança na linha do tempo, o grupo precisa encontrar um jeito de arrumar a situação, o que faz eles teorizarem a possibilidade da versão de Reginald Hargreeves de 1963 ter escolhido outros bebês ao invés deles para formar a Sparrow Academy. Com isso, Cinco pensa na possibilidade deles encontrarem seus sósias nesta linha do tempo, o que acontece apenas com Cinco e não os demais, ou seja, os Umbrellas não existem nesta linha do tempo. Qual a razão para isso?
A razão para a Umbrella Academy não existir é porque nenhum deles chegou a nascer, uma vez que as mães morreram exatamente no dia 01 de outubro de 1989, data em que os bebês ao redor do mundo nasceram, como vemos novamente no 1º episódio.
E o motivo para estas mortes acontecerem é o Harlan, Lembram que na temporada anterior, Vanya/Viktor acaba passando seu poder para o garoto, tenta removê-lo, mas deixa resquícios? Aqui, vemos como Harlan e Sissy (Marin Ireland) sobreviveram ao longo dos anos, em que ambos mudavam de cidade em cidade à medida que Harlan não conseguia controlar seu poder e sentia uma forte vibração com o Viktor e suas ações. Exatamente no dia 01 de outubro de 1989, Sissy morre e, com isso, Harlan perde o controle causando um grande estrago e atingindo exatamente as mães biológicas dos bebês, incluindo os Umbrella Academy.
Ao sentir uma forte conexão com a Viktor, um Harlan mais velho e abatido pelo poder encontra ele com os seus irmãos nesta linha do tempo, o que faz Viktor descobrir e entender o que realmente aconteceu com as mães biológicas, um segredo que causa um estrago maior e afeta os irmãos, especialmente a relação de Viktor e Allison, o que gera novas consequências negativas.
Além disso, a chegada do Harlan provoca uma combustão ainda maior entre os Umbrellas e os Sparrows, uma vez que ele mata Jaimie e Alphonso numa tacada só durante uma nova briga entre os grupos (o que eu adorei), já que os Sparrows acusam de ter sequestrado Marcus, enquanto os Umbrellas exigem que eles devolvam a maleta para viajar no tempo.
Mas toda esta confusão é causada por outro grande problema que é o Kugelblitz, a formação de uma bola relâmpago, uma espécie de buraco negro que absorve todas as linhas do tempo, colapsando todo o universo, um efeito causado pela chegada do grupo na linha do tempo errada, além de ter alterado outras linhas como vimos na 2ª temporada em Dallas da década de 1960.
Tudo isso é explicado pelo ponto de vista de Cinco sobre o ‘Paradoxo do Avô’, uma teoria estudada na vida real e aplicada na série, ou seja, não foi criado para a série. Este paradoxo refere-se às inconsistências que podem vir a surgir no presente, caso o passado seja mudado. E é exatamente isso que vemos nesta 3ª temporada depois que Harlan é afetado pelo poder de Viktor. Ou seja, se o grupo não tivesse ido para Dallas, Viktor não teria conhecido a Sissy e o Harlan que, consequentemente, não teria um poder que afetaria sua vida e, muito menos, mataria as mães biológicas em outubro de 1989, fazendo o Umbrella Academy nascer nesta linha do tempo.
Com o universo colapsando, The Umbrella Academy apresenta mais vertentes misteriosas nesta temporada como as verdadeiras intenções de Reginald Hargreeves, o que as paredes do Hotel Obsidian realmente escondem; e um grupo Umbrella desgastado pelo esforço de salvar o mundo, um ponto que deixará os personagens no auge do colapso dos seus conflitos internos ou em busca de um possível recomeço digno em meio ao fim na qual faz todos repensarem se a tentativa de salvar o mundo valerá a pena ou se será um esforço desperdiçado.
No entanto, achei que a teoria do ‘Paradoxo do Avô’ se mantém e até pode confundir um pouco mais por conta da enxurrada de novas informações que a história entrega logo a seguir. É possível entender o que passa, mas desorganização das informações, mesmo sendo algo proposital, não facilita no entendimento de imediato. Por isso, tenha paciência ao assistir.
Umbrella desgastada ou em regeneração?
Esta 3ª temporada de The Umbrella Academy faz questão de mergulhar em subtramas que mostram uma fase mais conturbada para cada integrante do Umbrella, seja psicologicamente quanto fisicamente, em que alguns vão colapsar em seus próprios conflitos enquanto outros tentam dar para si um novo recomeço, uma nova regeneração.
De todos, as maiores mudanças ocorrem com Viktor, Luther, Allison e Klaus. Com a influência e o amor de Sissy, Viktor começa a enxergar quem realmente ele é e parte para sua transformação de gênero se tornando, agora, o Viktor. A transição do personagem soa com naturalidade na série para acompanhar também a transição real do ator Elliot Page que, anteriormente, era Ellen Page, o que funciona perfeitamente bem.
Com relação ao Viktor, o personagem ainda concentra uma forte carência dependente, o que é compreensível por conta da exclusão e do tratamento ríspido que o personagem recebeu desde a 1ª temporada. Mas por estarmos na 3ª temporada, acredito que o personagem poderia ter progredido nesta parte também, especialmente quando vemos o conflito entre ele e Allison quando todos descobrem sobre as mortes das mães, o que deixa a irmã em fúria total a ponto de matar o Harlan e entregar o corpo aos Sparrows. Gostaria de ter visto um Viktor mais imponente e menos cabeça baixa nesta temporada, o que infelizmente não acontece.
Já a Allison passa por um colapso mental muito forte por retornar a uma linha do tempo na qual sua filha Claire e o marido Ray não existem. Ela sofre muitas perdas e tal solidão reprimida a faz criar uma barreira endurecida que contribui para atitudes egoístas que vai prejudicar todos, colocando a personagem aparentemente no posto de vilã. Infelizmente Allison sofre esta regressão e, apesar de entender as suas problemáticas que são relevantes, as consequências a colocam em uma posição nada simpática ao público.
Diante da oportunidade de um possível recomeço, Luther finalmente encontrar o amor nos braços de Sloane, um casal que o público gosta, torce e fica feliz por finalmente ver o personagem encontrar afeto e carinho depois de tantos anos isolado na lua e maltratado pela frieza de Hargreeves, um detalhe também acrescentado para entendermos o final.
Crítica: Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo
Já o Klaus aproveita desta nova linha do tempo para descobrir sobre as mães e buscar respostas com o próprio Hargreeves, criando uma conexão interessante entre os dois na qual esta nova versão do pai ajuda Klaus a finalmente dominar e controlar o poder da imortalidade em uma sequência divertida em que o personagem morre e ressuscita várias vezes. No entanto, tal relação não ganha uma reciprocidade mútua, com segundas intenções que ficam explícitas na reta final, mostrando a verdadeira faceta deste Reginald Hargreeves.
O arco de Diego e Lila, por um lado, é divertido ao mostrar a construção de uma relação, já que a Lila admite os sentimentos que tem pelo rapaz, mesmo tendo traído todo o grupo na temporada passada. É interessante ver como Lila (Ritu Arya) se redime e revisita os fatos que a fazem compreender o lado maléfico de sua mãe (a Gestora), levando a uma nova chance de ser feliz com quem gosta, mesmo que de uma forma disfuncional.
A química dos dois é muito boa, porém The Umbrella Academy cria uma subtrama desnecessária na qual Lila revela ter tido um filho com Diego. O personagem Stanley (Javon Walton) até diverte em alguns momentos, principalmente ao desafiar o lado paternal do Diego, porém, tal construção não tem finalidade nenhuma série e só piora quando descobrimos que Lila mentiu e Stanley não é filho deles, apenas um garoto que Lila conheceu em outra época e o trouxe para esta linha do tempo apenas para fazer uma “brincadeirinha”. Realmente era necessário isso? Enquanto Lila reconquista a simpatia do público nesta 3ª temporada, tal arco desperdiça o potencial de Diego que poderia ter sido melhor aproveitado e não focado em cuidar de um menino desconhecido.
Por fim, o personagem Cinco continua sendo o mais forte, com mais destaque e com arco principal dentro da série. Ele tem uma parceria cômica com a Lila entre ‘tapas e beijos’ que funciona muito bem, especialmente na investigação sobre a origem do fim do universo e como salvá-lo.
Mas Cinco é o único que encontra sua versão mais velha nesta linha do tempo, uma vez que não foi afetado pelo ‘Paradoxo do Avô’, já que ele é o fundador da Comissão que já está colapsada, inclusive criou o bunker anti-paradoxo na qual se encontra. Esta temporada não dá maiores explicações sobre esta versão mais velha, sem braço e com tatuagem do Cinco, mas guardem este personagem, pois futuramente ele vai retornar trazendo mais respostas, como a origem da Comissão e o fato do personagem Cinco estar sempre presente nos momentos cruciais da história.
Além disso, o Cinco jovem recebe o conselho dele mesmo em não salvar o mundo, o que faz o personagem questionar sobre o tudo o que fez até agora, seu verdadeiro propósito e se entregar a uma fatiga de estar sempre a frente de tudo. Mas claro que, apesar de ficar dividido, ele não desiste facilmente especialmente ao ver uma tatuagem em sua versão velha que faz uma forte ligação ao fim do mundo e ao mistério do Hotel Obsidian.
Hotel misterioso
O Hotel Obsidian é um local que se tornou obsoleto ao longo dos anos, hospedando quaisquer pessoas sem justificativas. Este é um dos cenários principais de The Umbrella Academy e palco da reta final da 3ª temporada. Depois de juntar as peças pouco a pouco ao longo dos episódios, finalmente o espectador descobre que o hotel foi criado e construído por Reginald Hargreeves, com o objetivo de criar um portal para outro lado de um novo universo.
Isso leva a acreditar que Hargreeves sabia sobre o possível fim do mundo, não sendo à toa o objetivo dele de treinar a Sparrow Academy para o embate final e para ser o elemento surpresa que abriria o portal deste novo universo reconfigurado. Com a chegada do Umbrella Academy nesta linha do tempo, a descoberta de Pogo sobre as verdadeiras intenções o torna Reginald obsoleto, retornando ao seu posto ao usar a bondade de Klaus.
Finalmente o último episódio entrega as respostas, mas cria novas dúvidas e ganchos. Com o casamento de Luther e Sloane, a morte de boa parte dos Sparrows e a tentativa de prender a Kugelblitz, o fim do mundo e inevitável, o que deixa o grupo dividido em se libertar e ser feliz pela última vez ou salvar o mundo e acreditar na boa intenção de Hargreeves.
Claro que Cinco é o primeiro a descobrir as verdadeiras intenções, paralelamente com Lila e Diego que já haviam descoberto sobre o portal ainda desconhecido no quarto do Búfalo Branco. A ideia é reunir os 7 integrantes mais fortes que conectem os sinais secretos (vistos na tatuagem do Cinco velho) a fim de ir para o outro lado, em um universo novo e em folha. Mas os fins acarretam em meios com traições e tragédias já que Allison faz um acordo às escondidas com Hargreeves, enquanto o próprio pai mata Luther e Klaus a fim de finalizar o seu plano conhecido como Projeto Oblivion, o outro lado do Hotel Obsidian falado no início, mas só visto na reta final, outro ponto que a narrativa deixa muito fragmentada, causando certa confusão ao juntar as informações.
Luther morre, mas claro que Klaus retorna por conta do poder, o que faz todos se reunirem nesta armadilha que, no fim, é pausada por Allison ao matar Hargreeves, mas ela pede um voto de confiança ao apertar o botão e resetar o universo.
Com isso, tudo é resetado inclusive os personagens que retornam a este novo universo sãos e salvos, incluindo Luther. Porém, eles voltam sem nenhum poder, o que deixa todos intrigados por não saber o que está acontecendo, que universo é este e qual linha do tempo eles possam ter ido. De todos, Allison é quem ganha mais, já que ela recupera a filha e o marido. Diego e Lila tem a chance de construir uma família, mas e o restante? O que pode acontecer com Klaus, Ben, Cinco, Viktor e Luther? Onde está Sloane, já que ela não apareceu neste novo universo neste primeiro instante? Aliás, se todos foram resetados, há possibilidade dos outros integrantes da Sparrow Academy também retornarem, já que o Ben conseguiu.
A última cena revela que este novo universo é criado totalmente por Reginald Hargreeves, já que seu nome aparece em todo o lugar da cidade. Aliás, o próprio Hargreeves volta sã e salvo ao lado de uma mulher que, na verdade, é Abigail Hargreeves, apresentada na cena em que vemos Luther na lua, cuja verdadeira missão era manter a segurança de uma Abigail já morta.
Será que Reginald Hargreeves fez tudo isso apenas para trazer o seu grande amor de volta à vida em seu universo idealizado? E o que vai acontecer com os demais?
Cena pós-crédito
A 3ª temporada de The Umbrella Academy ainda conta com uma cena pós-crédito na qual vemos o Ben dentro do metrô no Japão. Seria a versão original do Ben de Umbrella? É bem possível, já que tudo e todos foram resetados, certo?
Considerações finais
The Umbrella Academy entrega uma 3ª temporada com uma narrativa fragmentada propositalmente a fim de que o espectador tenha a paciência de conectar os pontos que, consequentemente dão respostas e criam novas dúvidas, ganchos e teorias.
A Sparrow Academy é uma adição à série que, na minha opinião, não agradou, exceto a Sloane que faz um ótimo par romântico com Luther. Talvez Ben ainda tenha alguma salvação, mas ele exige certa paciência do público.
O elenco original continua ótimo, apesar de algumas subtramas serem desnecessárias e alguns personagens como a Allison e o Viktor ficarem entre a regressão e pouca evolução. Já o Cinco continua sendo o maior destaque de todos, oficializando ser o personagem mais complexo, importante e o responsável por conectar toda a trama até o final da série. Novas respostas virão junto com a 4ª temporada ainda não oficializada, mas com grandes chances da série ser renovada.
Ficha Técnica
The Umbrella Academy
Criado por: Steve Blackman e Jeremy Slater
Adaptação: HQs de Gerard Way e Gabriel Bá
Elenco: Elliot Page, Tom Hopper, David Castañeda, Aidan Gallagher, Emmy Raver-Lampman, Robert Sheehan, Justin H. Min, Ritu Arya, Yusuf Gatewood, Marin Ireland, Justin Paul Kelly, Colm Feore, Jordan Claire Robbins, Javon Walton, Genesis Rodriguez, Jake Epstein, Britne Oldford, Cazzie David, Justin Cornwell e Julian Richings.
Duração: 3ª temporada – 10 episódios (50min aprox.)
Nota: 3,0/5,0