“Doubt thou the star are fire;
Doubt that the Sun doth move;
Doubt truth to be a liar;
But never doubt I love.”
William Shakespeare
Sons of Anarchy. Uma série que prendeu a minha atenção nos primeiros cinco minutos do primeiro episódio e não deixou a peteca cair durante sete anos. Sete anos de história, de estrada, com um roteiro que me fez rir, chorar e ficar com raiva. Uma série que começou espetacular e terminou espetacular, com um final digno e justo para todos os personagens. Cada um me conquistou de um jeito diferente; me apeguei fácil e, agora, foi muito difícil dizer adeus.
Papa’s Goods trouxe o grande final que todos esperavam: o de Jax Teller. Filho de John Teller e Gemma Teller; aquele que começou como vice-presidente de Samcro e terminou do jeito que não queria terminar: perdido, criminoso e assassino. Ele sabia o que teria que ser feito e fez. Afastou sua família (antes tarde do que nunca) de toda a violência que Charming se tornou; entregou o clube nas mãos de Chibs, seu amigo e companheiro fiel; eliminou seus últimos inimigos: Barosky, August Marks e um dos Irish Kings; endireitou o negócio de compras e vendas de armas entre brancos, negros e latinos; e por fim, se libertou.
Libertou? Sim. Não foi só o crime que acabou com a vida de Jax, mas também a rede de mentiras que cresceu em sua volta e eliminou as pessoas que mais amava: Tara, Opie, Unser, John Teller, Piney e Gemma. Sim, até sua mãe, a matriarca que colaborou tanto para esse emaranhado de confusão deixando a consciência de Jax tão pesada a ponto de não conseguir sobreviver mais. A morte foi sua libertação. Ao abrir os braços diante do caminhão, ele, finalmente, se encontra com Mr. Mayhem (Sr. Ceifeiro). Deu o fim à sua vida, possivelmente, no mesmo lugar que seu pai morreu. Além de triste e emocionante, a cena dá o “The End” à série. Não teve necessidade de mostrar mais nada. Desde o começo já estávamos cientes de que este seria o destino do personagem.
Por mais que tenha demorado, Jax realizou o desejo de Tara. Deu oportunidade aos filhos de ter uma vida nova e totalmente diferente do que ele teve. No entanto, Abel mostra que, talvez, seguirá os passos do pai, ainda que todas as memórias tenham sido apagadas por Jax ao queimar os diários escritos por ele e seu pai. O olhar distante e com o anel em mãos deixa resquícios de que, um dia, o garoto poderá retornar a Charming para ficar no lugar de seu pai. E não duvido disso. Mas, por enquanto, ele terá uma vida tranquila ao lado de seu irmão e seus novos pais, Wendy e Nero. Estes personagens também me surpreenderam com sua evolução e amadurecimento ao longo das temporadas. Chucky não teve um final, apenas ficou no mesmo lugar de sempre: na oficina trabalhando e esperando por Gemma. A mendiga, posso dizer que foi uma representação do “anjo da morte”, já que ela só aparecia quando alguém estava prestes a morrer (se for isso mesmo, foi uma ótima sacada do Sutter).
Não tenho mais o que dizer a não ser que Sons of Anarchy foi uma das melhores séries que já assisti. Uma história original com uma trilha sonora de arrepiar que te prende do início ao fim. Foram sete temporadas fodásticas e muito bem dosadas. Kurt Sutter soube a hora certa de colocar o ponto final.
Fico alegre por ter acompanhado algo tão bom, mas também triste, pois esta é a última review que faço. A série foi um dos motivos que me levou a criar este blog, onde eu pudesse expressar minhas emoções e fazer críticas em relação ao que eu assisto. Não me arrependo nenhum pouco disso.
Espero que vocês tenham gostado, porque eu simplesmente amei.
Thanks for the ride.
PS: Desculpa se a review ficou curta. Às vezes fica difícil colocar em palavras o que sentimos. Mas, se quer saber mais, assista a série. Esta sim vale a pena!
PS2: Pra matar a curiosidade, a música que toca no final se chama Adam Raised a Cain, do Bruce Springsteen, uma música que Kurt Sutter sempre quis colocar na série.
PS3: Não vou entrar em detalhes, mas quem acompanhou a série sacou a referência de Hamlet na história?
Avaliação
Apenas nota 10!