Depois de três anos de espera, vemos a 4ª temporada passar num piscar de olhos. Sherlock mal voltou para nossas vidas e já foi embora! Como nosso coração fica? Despedaçado. Pra mim, a série entra para a lista das melhores séries feitas nos últimos tempos. Mas, será que esta temporada foi tão perfeita assim? Para mim, os dois primeiros episódios foram excelentes e The Final Problem, apesar de alguns momentos “confusos”, não fica a desejar. Vi que muitas pessoas não gostaram da forma como a série terminou, mas é perfeitamente compreensível o seu final, pois não sabemos se Sherlock voltará numa possível 5ª temporada. Resta torcer para que a série volte e que este retorno não demore anos. Mas, vamos ao que interessa.
The Final Problem chegou para testar algo diferente em nosso detetive. Seu raciocínio rápido? Sua lógica fria? Seu palácio mental? Não. O episódio testou seus sentimentos, principalmente no que diz a respeito as sua família e os seus amigos. Em The Lying Detective, descobrimos que há um terceiro Holmes na família ou, melhor dizendo, uma terceira Holmes: Eurus. Por que sua identidade não foi revelada antes? Por que ela estava escondida durante esse tempo todo? Por que Sherlock não se lembra da irmã? O que aconteceu? É com a entrada triunfal dessa personagem que a season finale explora as emoções não só de Sherlock, mas também de John Watson e Mycroft.
Talvez esse tenha sido o “incomodo” dos espectadores, afinal, os fãs da série estão acostumados a ver e a acompanhar os casos e as soluções baseadas na lógica e na razão. No entanto, a 4ª temporada chegou para quebrar essa linha e nos entregar episódios mais sentimentais, com um Sherlock usando suas emoções para desvendar os casos e salvar a sua família. Eurus utiliza muito bem isso ao iniciar o último e grande jogo que Sherlock terá que enfrentar.
A descoberta
Depois de uma confissão macabra e até engraçada de Mycroft, devido às circunstâncias em que o personagem foi colocado, Sherlock descobre sobre a irmã, o que aconteceu no passado, por que ele não se lembra dela e onde ela está. Para chegar ao presídio Sherrinford, uma ilha isolada em alto mar, Sherlock e John chegam a roubar um barco, tornando a cena bastante teatral. Ao chegar lá, Sherlock se encontra novamente com Eurus, revelando um passado da qual o detetive começou a recordar: os momentos da infância dos três irmãos e o grande mistério: o desaparecimento de RedBeard. Só assistindo para saber quem é e o que acontece.
Não posso deixar de falar da interpretação da atriz Sian Brooke que está fantástica. Ela entrega uma Eurus depressiva, isolada, solitária, cuja inteligência é forte e rara. Uma gênia, como o próprio Mycroft conta. Ela consegue inverter o papel com Sherlock e coloca o irmão dentro de um jogo das quais vidas estão em risco. Mas, será que esse jogo foi arquitetado somente por ela?
Miss Me?
Entre flashbacks do passado e presente, vemos Jim Moriarty de volta à série. Seu retorno (ao som de Queen) é triunfal e, por um momento, achei que o personagem estivesse realmente vivo. Mas como a série gosta de misturar cenas do passado e presente, novamente ela nos prega uma peça, algo que deve ter irritado um pouco os espectadores, já que os cortes das cenas são bruscos podendo confundir quem está assistindo ou quem não está prestando atenção direito nos acontecimentos. Cinco anos atrás, Moriarty foi até Sherrinford para fazer uma visita à Eurus, presente que Mycroft deu de Natal à irmã. Só que a visita, além de não ser supervisionada, levou o vilão a usar Eurus para arquitetar o último desafio a Sherlock antes de sua morte (que acontece ao final da 2ª temporada).
O último jogo
Sherlock, John Watson e Mycroft são obrigados a passar por uma espécie de labirinto, passando por fases em que vidas estão em jogo. Sem dúvida, foi um desafio e tanto, pois não só deixou os espectadores agoniados, como revelou o outro lado de cada personagem: o lado emocional de Sherlock; a fraqueza e o medo de Mycroft; a força, a frieza e as escolhas finais de John Watson. Aqui, dois grandes casos são postos à mesa e solucionados: uma menina que liga para Sherlock pedindo ajuda já que o avião está caindo; o mistério do desaparecimento de RedBeard. Aliás, tenho que reconhecer que Sherlock conseguiu mostrar todas as suas camadas de emoção e razão neste episódio, principalmente nos momentos em que ele tinha que deixar o desespero e a agonia de lado para conversar com a menina e acalmá-la no telefone. Outra coisa que muitos fãs ficaram curiosos ao ver o trailer da 4ª temporada é o momento em que Sherlock diz “Eu Te Amo”. Aqui, você descobre o porquê essas três palavras saíram de sua boca.
Não vou contar o que acontece durante esse jogo, pois seria um grande spoiler. Assista para saber como ele termina.
Considerações finais
A cena final foi o problema para os fãs, já que muitos esperavam algo mais sombrio ou um cliffhanger de deixar o queixo caído. No entanto, a série entregou um final redondo, uma espécie de “felizes para sempre”, mostrando Sherlock e John de volta à rotina, prontos para desvendar novos casos, além de cuidar de Rosamund. Além disso, agora a família Holmes está reunida novamente. Com o retorno de Eurus à Sherrinford, os pais e os irmãos passam a fazer visitas mais frequentes a ela. A conexão que ela e Sherlock têm é legal (mas ainda pode ser perigosa) e gostei de como a série finalizou essa história.
The Final Problem nos deu um último jogo, uma última solução, revelou facetas emocionais dos personagens, algo que pouco vimos nas temporadas anteriores e um final satisfatório. Eu gostei do final e achei totalmente compreensível, pois não se sabe se a série retornará para uma 5ª temporada. Se não voltar, pelo menos tivemos um final digno. Se voltar, é possível que nossos protagonistas recomecem do zero, com novos jogos, novos planos, novas enrascadas e novas soluções. Só espero que uma nova temporada não leve anos para estrear.
E aí, o que acharam da season finale de Sherlock? Deixem nos comentários! Obrigada a todos que acompanharam as reviews da série aqui no blog!
PS: O título The Final Problem é uma referência ao conto em que Sherlock e Moriarty se enfrentam e caem da cachoeira na Suíça, provocando uma suposta morte dos personagens. No entanto, esse fato foi adaptado ao final da 2ª temporada.
PS 2: Mycroft assistindo filmes safadinhos. Eu dei risada.
PS 3: Mrs. Hudson passando o aspirador e ouvindo Iron Maiden. Já disse que a personagem é foda?
PS 4: Tivemos uma última aparição de Mary. Foi triste, mas foi lindo.
PS 5: E Sherlock segurando Rosamund no colo? Sério, foi muito fofo!
PS 6: Curiosidade: em algumas histórias não escritas por Sir. Arthur Conan Doyle, Sherrinford era o nome do terceiro irmão Holmes. Na série, o nome é dado ao presídio em que Eurus está.
Avaliação
Melhor cena: o jogo final com Sherlock, Mycroft e John; todas as cenas de Eurus e Sherlock.
Melhor personagem: Sherlock, Eurus, John e Mycroft
Nota: 9,0
Fotos: BBC/IMDB