The Game Is On. Depois de três longos anos (o maior hiato que já acompanhei), Sherlock está de volta e já deixou os fãs da série de queixo caído logo no primeiro episódio da 4ª temporada. A série ainda mantém o excelente formato de apresentar o grande mistério e, junto com ele, desmembrar outros casos que são embutidos ao longo de uma hora e meia de duração. Mas, aqui, a season premiere prega um peça fazendo a gente pensar que seria apenas mais um grande caso para o detetive desvendar, no entanto, o caso vem como uma bomba que atinge não só Sherlock, mas também os que estão em sua volta. Antes de comentar o que, de fato, aconteceu neste episódio, vamos falar mais sobre o protagonista.
Lembram que na season finale da 3ª temporada, Sherlock teria que ser exilado do país após matar o vilão de seu último caso? Junto com esse problemão, quem dá as caras novamente é Moriarty e de uma forma bem estrondosa, aparecendo em todas as telas das televisões de Londres dizendo uma única frase: Miss Me? Afinal, o grande arqui-inimigo de Sherlock está vivo ou morto? Seria uma jogada triunfal póstuma muito bem planejada do vilão? Com esse reaparecimento, Sherlock retorna a sua cidade e se livra de todas as acusações possíveis de assassinato. Nada como ter um irmão que trabalha no governo, não é mesmo Mycroft? Mas, o que fazer diante desse grande acontecimento? Esperar e tweetar. Isso mesmo, Sherlock está viciado no Twitter e ver o grande detetive imerso em uma rede social traz mais modernidade à série, além do blog sempre atualizado por John Watson. Digo isso, pois o uso da alta tecnologia e das redes sociais é um dos pontos altos da série e comentei sobre isso na crítica que fiz sobre as três temporadas da série.
A família aumentou
Sim, a família aumentou e agora veremos Sherlock lidando com um bebê. A filha de John e Mary nasceu e a cena de Mary indo ao hospital é sensacional. Aqui damos as boas vindas a Rosamund Mary Watson que tem como padrinhos Molly, Sra. Hudson e, é claro, Sherlock. Por que estou contando isso? Calma, pois todos os detalhes, até o mais bobo, estão conectados.
O primeiro caso
Após retornar a Londres, Sherlock pega diversos casos para resolver, até os mais idiotas, como ele mesmo diz. E vê-lo resolver casos que, aparentemente parecem impossíveis, mas, na verdade, são bem tolos – como a mulher que some de casa e o marido não sabe a razão – é formidável. Mas, assim que o inspetor Lestrade entrega um caso bem intrigante, Sherlock sente que um novo jogo está prestes a começar.
Tudo começa quando um acidente acontece em frente à casa de uma das autoridades do governo e a polícia descobre que o filho do casal foi encontrado morto dentro de um carro. Falando assim, parece meio bobo, mas a forma como Sherlock desvenda esse mistério é excelente, já que ele nunca presta atenção no óbvio e, sim, naqueles detalhes que passam despercebidos aos olhos dos outros. Quando o caso é resolvido rapidamente, o telespectador já percebe que aquele não será o caso principal, mas apenas uma espécie de “pista” para outro caso que está por vir. Sherlock percebe que a estátua de Margaret Thatcher, a “Dama de Ferro”, foi destruída na casa, mas ela foi quebrada propositalmente e o tal acidente em frente a casa ocorreu devido a uma invasão que, consequentemente, fez a polícia descobrir sobre a morte do garoto. Estão vendo como as peças se conectam?
Ao descobrir que outras estátuas de Thatcher foram destruídas em outras casas, Sherlock acredita que isso faz parte de um possível jogo arquitetado por Moriarty. Pra falar a verdade, os espectadores também acreditam nisso, afinal, o final da 3ª temporada da série deu um grande gancho para isso. Mas é aí que o episódio se torna ainda mais interessante, criando um plot twist que chega a “bugar” nossas cabeças.
O grande caso
A grande pergunta que Sherlock quer desvendar é: por que estão quebrando as estátuas de Margaret Thatcher? Quem está fazendo isso? O que essa pessoa quer encontrar? Claro que sua mente funciona muito mais rápido que qualquer um e o detetive consegue chegar ao local onde o próximo ataque vai acontecer e se depara com algo que não esperava. Ao encontrar o rapaz que está por trás dos ataques, ele encontra um pen drive intitulado A.G.R.A, o mesmo codinome que estava no pen drive de Mary, quando ele e John descobriram que ela era uma agente secreta no passado. A verdade é que Mary não trabalhava sozinha, mas em grupo com mais três integrantes.
O grupo é uma espécie de espiões freelancers que atendem grandes demandas. O último que eles atenderam foi em Geórgia, seis anos atrás. Contratado pelo governo britânico, o grupo tinha que invadir um galpão e soltar as vítimas de um sequestro feito por terroristas. Tudo foi por água abaixo no momento em que o grupo é delatado e os terroristas matam todos, menos Mary que consegue escapar. O rapaz que ressurge das cinzas é Ajax, um dos integrantes que acredita que Mary é grande traidora. Durante seis anos, ele foi prisioneiro dos terroristas e sofreu muito até conseguir escapar. No entanto, a única coisa que ele ouvia dos terroristas era que uma mulher britânica foi a grande delatora, além da palavra-chave “Ammo”. O que isso significa? Esse é o grande mistério que Sherlock desvenda.
Lembra quando falei que até os detalhes mais bobos fazem conexão com o caso? Pois então, lá na primeira cena, em que Sherlock está com o irmão e alguns integrantes secretos do governo para apagar as provas que o acusam de assassinato, entre eles está uma senhora que ouve tudo, mas não diz nada. Ela é a resposta para tudo. Por pura inveja e o cansaço de ser apenas a secretária do governo, ela delatou o grupo de Mary e acabou com todo o plano do governo britânico. Ela é “Ammo”, a pessoa que conecta tudo e traz consigo a pior tragédia que já aconteceu na série.
O fim trágico
A inveja e o ódio não escolhem nem pessoa e nem idade e, mesmo descoberta, a secretária Vivian ainda dá a última cartada e a pior de todas. Ao atirar em Sherlock, Mary se joga na frente levando a bala no peito. Por um momento achei que ela fosse sobreviver, mas isso não acontece. Mary Watson morre nos braços de John Watson e Sherlock se vê totalmente quebrado por dentro por não conseguir cumprir a promessa que fez no casamento deles: de proteger os melhores amigos e sua filha. Ah, e sabe por que a filha recebeu o nome Rosamund? Porque este é o verdadeiro nome de Mary, o primeiro nome, na verdade. Estão vendo como os mínimos detalhes não podem ser deixados de lado?
Com a morte de Mary, John está devastado e toda a sua raiva está direcionada a Sherlock, pois o acusa de não ter protegido sua esposa. Outra cena interessante é ver Sherlock conversando com uma psicóloga ou terapeuta. Quem iria pensar que, um dia, o detetive mais astuto e inteligente precisaria conversar com um especialista sobre seus sentimentos? Antes de morrer, Mary deixou uma mensagem para Sherlock: salve John Watson. O que ela quis dizer com isso? Tirá-lo da solidão e da dor que está passando? Ou de algo pior que está prestes a acontecer?
Considerações finais
Mesmo com três anos de espera, Sherlock volta com um episódio que desestrutura não só os personagens, mas também o espectador. Além da montagem e da edição impecáveis, a história faz o público acreditar que a trama se direcionará para um caminho, no caso o de Moriarty, mas dá um giro levando para outro ainda mais intrigante e com um final triste que irá desencadear muita coisa. A morte de Mary abalou a todos, especialmente a amizade e cumplicidade de Sherlock e John Watson. Como e quando eles vão voltar a se falar eu não ainda não sei, mas vai ser algo bem trabalhoso.
E aí, o que acharam do episódio? Curtam e comentem aqui para eu saber a opinião de vocês! Até a próxima review de Sherlock!
PS: As paqueras de John com a garota do ônibus só deixou a consciência dele ainda mais pesada. Que barra hein?
Avaliação
Melhor personagem: Sherlock, Mary, John e Mycroft
Melhor cena: o encerramento do primeiro caso, o nascimento da filha de John e Mary; Sherlock descobrindo o passado de Mary; a morte de Mary.
Nota: 10