O Sessão Pipoca de hoje indica Operação Overlord, um filme que reúne guerra, ação, nazismo e zumbis em uma história eletrizante, repleta de cenas aterrorizantes e sustos na medida certa em uma trama que prende a sua atenção do começo ao fim. O diretor Julius Avery acerta ao entregar uma aventura macabra ambientada na Segunda Guerra Mundial.
A trama se passa em 1944, um ano antes do fim da guerra, em que uma tropa de paraquedistas americanos é lançada atrás das linhas inimigas para uma missão crucial e mortal. Mas, quando se aproximam do alvo, percebem que não é só uma simples operação militar, pois há mais coisas acontecendo no lugar, coisas sombrias desenvolvidas por nazistas.
Operação Overlord prende a atenção do espectador logo na primeira cena, quando o avião é atingido por bombas, restando apenas os principais personagens para dar continuidade à missão. São pelos passos de Boyce, Ford, Tibbet e Chase que o público se depara com uma França fria, sombria e violenta, alguns dos traços trágicos marcados pelo nazismo. O que não se espera é que algo ainda pior estaria por vir.
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A narrativa do filme é simples, em que o roteiro foca na missão de chegar à torre, local onde está o grande segredo: os nazistas desejam criar soldados capazes de viver milhares anos, ou seja, zumbis. Mas não é um zumbi ao estilo The Walking Dead e, sim, soldados mortos-vivos rápidos, violentos, extremamente fortes, cujas características amedrontam no instante em que o espectador se depara com o primeiro na tela.
Por ter um direcionamento mais específico na missão, Operação Overlord deixa alguns detalhes da trama mais superficiais, informações que até seriam relevantes, como por exemplo, aprofundar melhor em como os nazistas conseguiram desenvolver fórmulas químicas capazes de transformar o homem em um ‘soldado zumbi’. O filme apresenta dois caminhos para isso acontecer, e esses dois trajetos são bem interessantes, no entanto, o roteiro não abre espaço para trazer mais detalhes sobre o que se passa dentro da torre.
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Mas nem por isso, o longa deixa de ser bom. Muito pelo contrário, se a história tem menos foco nestas pequenas informações, ela cria uma ótima atmosfera aventuresca e macabra ao entregar cenas dinâmicas, eletrizantes, bastante violentas e sangrentas, seja quando os paraquedistas precisam enfrentar os nazistas no caminho até à torre, ou quando eles confrontam os soldados zumbis. É quase impossível não ficar com os olhos vidrados, sem contar com boas cenas de sustos feitos na dose certa.
Um ponto que, a princípio pode se tornar receoso aos olhos do público, mas funciona muito bem é a introdução de Chloe. Ela é quem ajuda o grupo a se esconder dos nazistas, mas mais do que isso, ela se infiltra na missão não só para ajudá-los, mas também para salvar uma pessoa importante em sua vida. Vivendo a mesma situação, as chances de juntar Chloe com os demais soldados poderiam dar bastante errado, desviar o foco ou contexto da história ou, simplesmente, ser um acréscimo desnecessário. No entanto, o filme cria uma linha tênue entre os dois arcos que se torna aceitável na tela.
Todos os personagens funcionam bem, seja em grupo ou em cenas isoladas, o que rende alguns alívios cômicos em meio ao caos aterrorizante. De todos, os que se destacam são Boyce, Ford, Chloe e o general nazista Wafner, que protagoniza momentos bem violentos.
Considerações finais
Ao mesmo tempo em que cria um clima previsível, o filme entrega um final estrondoso, bom e satisfatório. Operação Overlord é um filme de guerra que mistura ação, terror, nazistas e zumbis. Os personagens funcionam bem, as cenas impactam e a narrativa, por mais simples que seja, caminha no lugar certo.
É um bom filme de entretenimento que vale a pena assistir ao menos uma vez.
Ficha Técnica
Operação Overlord
Direção: Julius Avery
Elenco: Jovan Adepo, Wyatt Russell, Pilou Asbaek, Mathilde Ollivier, John Magaro, Iain De Caestecker, Jacob Anderson, Bokkeem Woodbine, Marc Rissmann, Dominic AppleWhite e Mark McKenna.
Duração: 1h50min
Nota: 7,9