Horizonte Profundo é um daqueles filmes que vai fazer você se encolher na cadeira e roer as unhas de desespero, na expectativa de que os personagens consigam se salvar do grande desastre ocorrido no Golfo do México, em 2010. Baseado em fatos reais, o filme de Peter Berg conta a história da explosão da plataforma Horizonte Profundo, um acidente que causou o derramamento de milhões de litros de petróleo no oceano, matando 11 trabalhadores e trazendo consequências graves à natureza. Este foi considerado o pior desastre ecológico da história dos Estados Unidos.
Pra começar, a frase “baseada em fatos reais” já causa aquele arrepio na espinha, afinal, saber que esta história é verdadeira já cria uma angústia interna. O roteiro não faz rodeios e vai direto ao ponto do problema, mostrando todo o seu percurso até o momento do caos, focando o segundo e terceiro atos do filme em como alguns personagens conseguem escapar da explosão da plataforma, enquanto outros, infelizmente, ficam encurralados entre as chamas. O começo é bem previsível e o espectador, logo de cara, já sabe que há algo de errado ali por meio dos diálogos entre Mike Williams (Mark Walhberg) e Jimmy Harrell (Kurt Russell) e o confronto deste com Donald Vidrine (John Malkovich), responsável por fazer importantes testes que captam problemas e defeitos na plataforma que precisam ser arrumados com urgência. Além disso, as cenas dos encanamentos e equipamentos instalados para explorar o petróleo no fundo do mar causam certa aflição não só pelo barulho quase ensurdecedor, como também dá o sinal de que algo está prestes a acontecer. Mesmo com essa previsibilidade, o filme consegue criar todo o clima de tensão logo no primeiro ato, para que o público se prepare para as próximas cenas que serão angustiantes e claustrofóbicas.
Em nenhum momento os personagens ficam parados, nem mesmo quando estão averiguando os problemas na plataforma. Os diálogos são rápidos e a câmera está sempre em movimento, seguindo os personagens entre os corredores estreitos do local. No geral, todos os personagens são apresentados superficialmente, sem detalhes que possam revelar algo de surpreendente de cada um deles. O grande destaque é de Mark Wahlberg na pele de Mike, que foi responsável por salvar alguns de seus colegas de trabalho como Andrea (Gina Rodriguez), Jimmy e Caleb Holloway (Dylan O’Brien). Quem também ganha uma ponta de destaque são Kurt Russell e John Malkovich. Enquanto o primeiro luta pela sobrevivência e tenta, a todo custo, interromper a explosão da plataforma, o segundo transborda covardia tentando salvar a sua pele.
O final é satisfatório, com cenas em câmera lenta e uma trilha sonora que irá arrancar algumas lágrimas do público, afinal, é uma história que marcou muitas famílias que perderam entes queridos em meio às chamas da plataforma. Não tem como não se sensibilizar com o que aconteceu e não entrar em desespero cada vez que os personagens principais sumiam no meio de todo aquele caos.
Horizonte Profundo não é um filme que explora as histórias de vida dos personagens, mas sim como eles conseguiram sobreviver a maior catástrofe ambiental dos últimos anos, deixando marcas profundas em cada um deles. As interpretações são boas e a história vai direto ao ponto, prendendo a atenção do espectador do começo ao fim, fazendo-o esquecer de piscar os olhos. O filme estreia dia 10 de novembro nos cinemas. Vale a pena assistir se você curte drama, ação e catástrofe juntos e misturados.
Ficha Técnica
Horizonte Profundo
Direção: Peter Berg
Elenco: Mark Wahlberg, Kurt Russell, John Malkovich, Dylan O’Brien, Kate Hudson,Gina Rodriguez, John L. Armijo e Joe Chrest.
Duração: 1h47min
Nota: 8,5