Transformers: O Último Cavaleiro volta ao passado para desenterrar alguns segredos da história oculta dos Transformers na Terra. Enquanto isso, Optimus Prime embarca em uma das missões mais difíceis de sua vida: encontrar, no espaço sideral, os Quintessons, seres responsáveis pela criação da raça de Optimus no planeta. O problema é que seus amigos estão precisando de ajuda, já que uma nova ameaça alienígena resolve destruir toda a humanidade. Com isso, é necessário fazer uma aliança improvável que reúne Cade Yeager (Mark Wahlberg), Bumblebee, o lorde inglês Edmund Burton (Anthony Hopkins) e a professora da Universidade de Oxford, Vivien Wembley (Laura Haddock).
A franquia Transformers faz parte do mundo dos blockbusters, uma rede que agrada o público, mas que nem sempre acerta em cheio com suas tramas. Aprendi a gostar de Velozes & Furiosos, porque mesmo com as cenas mais absurdas que os filmes apresentam, há uma história sendo contada ali, o que prende um pouco a atenção do espectador. Transformers segue essa mesma linha e acredito que os fãs assíduos irão gostar do quinto filme da franquia. Mas tenho que dizer que este filme, especificamente, apresenta muitos problemas, além de ser extremamente confuso e cansativo. Infelizmente Transformers não caiu no meu gosto, mas devo reconhecer que há alguns pontos positivos neste longa.
Transformers: O Último Cavaleiro tinha tudo para dar certo se a duração fosse menor e o roteiro fosse mais consistente, envolvente e bem desenvolvido. Ele se dissolve ao longo de duas horas e meia de duração, ou seja, é muito tempo de tela para pouca história. Para começar, o roteiro não aprofunda os personagens. Há uma introdução de cada um, porém, no decorrer dos três longos atos, os personagens ficam jogados no filme sem um propósito que convença o público de o porquê eles estarem aqui. Como exemplo, temos a personagem Izabella, vivida pela atriz Isabela Moner. A garota é introduzida como uma jovem defensora dos Transformers na Terra e que vive em um lixão abandonado. Logo, ela conhece Cade, dando a entender que os dois terão uma relação afetiva de pai e filha, uma vez que a verdadeira filha de Cade está distante. No entanto, essa relação paterna fica muito rasa, perdendo completamente o foco no meio das explosões.
Outra personagem que também tem o propósito inconsistente é a professora Vivien. A sua apresentação é satisfatória, mas se torna um pouco incompreensível a partir do momento em que a trama tenta juntar a história da professora com o passado dos Transformers. Essa parte não perde muito o sentido, mas cria várias dúvidas na cabeça dos espectadores nas tentativas de explicações. Não vou dizer muita coisa a respeito dessa cena para não dar spoiler. Mas, quem for assistir preste atenção em como a trama desenvolve esse arco.
Com relação à parte técnica, o filme gravado em IMAX apresenta cenas de ação extremamente estrondosas com explosões, tiros e bombas do primeiro ao último minuto, o que deixa o espectador cansado e confuso, pois chega um momento em que não se sabe mais o que está acontecendo na trama, já que a história se perde em meio a essa conturbação. Aliás, quem for assistir ao filme nas salas IMAX, pode ser que se sinta ainda mais incomodado devido ao volume exagerado do longa. Eu assisti e sai da sala um pouco zonza.
Com tantos pontos negativos, o que se salva em Transformers: O Último Cavaleiro? Pra começar, a trama embasada na história do Rei Arthur, Merlin e os Cavaleiros da Távola Redonda consegue prender a atenção do público em seus poucos minutos em tela. Se o roteiro tivesse dado mais espaço, acredito que muitos iriam se entusiasmar mais com a trama. O filme também ganha pontos com a presença de Anthony Hopkins que, mesmo com uma história não muito bem desenvolvida, traz um pouco de calmaria em suas cenas e explicações mais plausíveis sobre o passado dos Transformers, a relação deles com a professora Vivien e o que o grupo pode fazer para acabar com a ameaça dos novos alienígenas. Outro ponto positivo é o personagem Colgeman, o robô assistente de Edmund Burton que, além de fazer uma grande referência ao C – 3PO, da franquia Star Wars, ele traz o único alívio cômico que agrada o público. Por último (e não o menos importante), os efeitos especiais estão muito bem produzidos e ninguém pode dizer ao contrário. Mesmo cansativas, as cenas de lutas e explosões estão bem reais e os Transformers estão perfeitos.
Considerações finais
Transformers: O Último Cavaleiro é o quinto e último filme (espero) da franquia que, infelizmente, não acerta em vários pontos. O roteiro é raso e dissolvido, a duração é extensa demais dando espaço para inúmeras cenas explosivas que são confusas e cansativas. Isso sem contar com os personagens que são mal aproveitados. No entanto, a trama tem seu lado bom, como o passado dos Transformers, Anthony Hopkins e seu robô e os ótimos efeitos especiais. Por mais que tenha pontos positivos, os negativos falam mais alto. Se você é muito fã da franquia, talvez você goste desse filme. Mas você não for, sugiro que assista outro filme no cinema.
Ficha Técnica
Transformers: O Último Cavaleiro
Direção: Michael Bay
Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Laura Haddock, Isabela Moner, Josh Duhamel. Stanley Tucci, Jerrod Carmichael, Santiago Cabrera, John Tuturro, Liam Garrigan e Gemma Chan.
Duração: 2h19min
Nota: 4,0