Que tal pegar um reality musical, protagonizá-lo por animais e transformá-lo em um filme? O resultado não poderia ser melhor! Dirigido e roteirizado por Garth Jennings, Sing – Quem Canta Seus Males Espanta é uma animação divertida e fofa que além de fazer o público dançar na cadeira do cinema ao som de músicas clássicas e pops, traz mensagens de superação, força, família e sucesso. A animação parece que é voltado somente para o público infantil, mas não se deixe enganar, pois os adultos também poderão assistir e se divertir muito mais do que a meninada!
Mas, do que se trata o filme? A história gira em torno de um antigo teatro que ganhava brilho e vida com grandes apresentações de sucesso como a da eterna e famosa Nana Nodleman (Jennifer Hudson/Jennifer Saunders). Apaixonado pela música e o show business, desde pequeno Buster Moon (Matthew McConaughey) sonhava em ser dono do teatro. Com muito esforço e o apoio incondicional de seu pai, Buster finalmente alcançou o seu objetivo e inaugurou o tão sonhado Teatro Moon. Com o passar dos anos, o teatro foi perdendo os holofotes e as dívidas começaram a crescer, deixando o coala sem saída. O que fazer para salvar o teatro que é o palco de sua vida? Buster tem a incrível ideia de realizar um reality musical para selecionar as melhores vozes que participará de uma grande apresentação. A melhor performance da noite levará o prêmio da casa. No entanto, a assistente de Mr. Moon, Dona Kiki (Garth Jennings) comete um pequeno erro na hora de imprimir os folhetos do concurso, chamando a atenção de milhares candidatos e colocando o dono do teatro em uma grande saia justa. É aí que a confusão e a diversão do filme começam.
Assim que sabemos sobre a história do teatro e de seu dono, a câmera corre pela cidade e entra na casa dos personagens principais para conhecermos sobre a vida de cada um. Rosita (Reese Witherspoon/Mariana Ximenes) é casada, dona de casa e mãe de 25 porquinhos. Por ser workaholic, ela não tem tempo para se dedicar a outras atividades como cantar, algo que ela faz com muito amor. Ash (Scarlett Johanson/Wanessa Camargo) é uma porca-espinho adolescente que adora rock, toca e canta ao lado do namorado Lance (Beck Bennett). Ash tem talento de sobra, mas seu brilho é sempre apagado pelo namorado, que desdenha a capacidade da namorada e não acredita no dom que ela tem. Meena (Tori Kelly/Sandy) é uma elefanta que mora com a mãe e os avós. Sua voz estonteante envolve qualquer um que esteja por perto. Porém, o que a impede de cantar é a timidez e o medo de subir em um palco. Johnny (Taron Egerton/Fiuk) é um gorila adolescente que canta fabulosamente, mas mantém isso em segredo, já que seu pai quer que ele siga os negócios de “roubo em grupo” da família. Gunter (Nick Kroll/Marcelo Serrado) é um porco irreverente, brilhante, que ama dançar ao som de Lady Gaga e não se importa nenhum pouco com o que os outros possam pensar a respeito dele. Por fim, temos o rato Mike (Seth McFarlane), um músico de rua que toca saxofone lindamente e canta músicas clássicas que chega a arrepiar, mas possui um ego maior que o mundo. Malandro como é, ele fará qualquer coisa para mostrar que é o melhor cantor que todos já viram.
Mesmo com vidas totalmente opostas, o que une todos eles é a paixão pela música. O roteiro é equilibrado e acerta tanto na apresentação dos personagens quanto na representação de um reality musical que estamos acostumados a assistir na televisão: inúmeros candidatos, diversos sonhos em um fila interminável, testes de audição, treinamento e a expectativa para assistir um show fabuloso.
Mas, o que mais chama atenção é que a história passeia por assuntos atuais e bastante discutidos nos dias de hoje, como o fracasso, medo, trabalhos domésticos, relacionamentos conturbados, escolhas, narcisismo, solidão, superação e, é claro, sucesso. Por exemplo, Meena tem uma voz única, mas morre de medo de subir em um palco. Ela é o exemplo explícito de como o medo pode impedir que um sonho seja realizado, fazendo com que a gente não alcance a nossa felicidade nas pequenas coisas. Rosita nos mostra que, muitas vezes, deixamos de fazer aquilo que amamos para priorizar os deveres da casa ou do trabalho. Isso é importante, mas é possível equilibrar tudo isso e ainda fazer o que realmente ama, principalmente quando você recebe o amor e o apoio daqueles que acreditam em você. Buster Moon mostra que podemos fracassar, mas não podemos desistir de dar a volta por cima. “Quando se chega ao fundo do poço, o único lugar que se pode ir é para cima”. E não é verdade? Quem assistir ao filme vai amar cada história e até se identificar com elas.
O espectador também vai amar e se emocionar com a trilha sonora do filme que transita entre as referências a cultura pop, como Limp Bizkit, Katy Perry, Lady Gaga e Taylor Swift, até Frank Sinatra com “My Way”, o jazz “Take Five” de Dave Brubeck, “Bamboleo” de Gipsy Kings e “Hallelujah”. Não tem como não se emocionar com essa música em qualquer versão que ela seja cantada.
Considerações finais
Sing – Quem Canta Seus Males Espanta tem um final redondo, satisfatório e muito fofo. É um filme que além de fazer o público dançar e cantar junto traz mensagens que até podem parecer clichês, mas em algum momento o espectador irá se identificar com alguma delas e também com os personagens. Eu assisti ao filme na versão legendada e amei. O trabalho está sensacional. Acredito que a versão dublada também esteja, então acho que vale a pena assistir nas duas versões. Sing estreia dia 22 de dezembro nos cinemas. Já pode garantir o ingresso, pois o filme, com certeza, vale o seu tempo e dinheiro.
Ficha Técnica
Sing – Quem Canta Seus Males Espanta
Direção: Garth Jennings
Dublagem original: Matthew McConaughey, Reese Whiterspoon, Seth McFarlane, Scarlett Johansson, John C, Reilly, Taron Egerton, Tori Kelly, Jennifer Saunders, Garth Jennings, Nick Kroll e Jennifer Hudson.
Dublagem brasileira: Wanessa Carmago, Fiuk, Sandy, Mariana Ximenes e Marcelo Serrado.
Duração: 1h48min
Nota: 10
