Pra você que estava ansioso para saber se a continuação de John Wick seria melhor do que foi o primeiro longa: a resposta é sim! É melhor, ou do mesmo nível, depende do seu ponto de vista. Pra mim, pelo menos tem a mesma qualidade. Temos o mesmo elenco do primeiro filme e mais alguns convidados que conseguem mostrar para o que vieram. Em uma breve recapitulada do longa anterior, John Wick se aposenta, adota um novo cachorro, consegue eliminar todas as suas ameaças e não recupera seu carro que foi roubado. Desta vez, a trama começa com o resgate do carro de John Wick (Keanu Reeves) em um dos galpões do tio do alvo do filme anterior. Mais uma vez, John acaba com boa parte dos capangas da máfia russa ao se encontrar com o chefão que mantinha o seu carro, conseguindo um tratado de paz com direito a dose da melhor vodka do mundo, eu suponho.
No caminho para casa, ele deixa o possante com o mecânico de confiança Aurélio (John Leguizamo) que, assustado ao ver o carro todo detonado, simplesmente brinca que vai devolvê-lo inteirinho no Natal de 2030. Em casa, ele relembra de sua falecida mulher (que o fez sair do ramo de assassino particular) ao lado do seu novo cachorro que já está bem grandinho, fofo e que não tem nome.
Um de seus antigos patrões, o italiano Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) faz uma visita e solicita seus serviços para mais um trabalho, mas como John não está mais no ramo, Santino fica P#*@ da vida e até faz John se lembrar de que ele deve uma para ele, que ele não teria nada se não fosse por Santino e que eles fizeram um pacto de sangue. Aquelas regras básicas de assassinos de aluguel nível hard que não vemos fora da dark web. Mas John dá sua palavra final e recusa a oferta de trabalho, optando por uma vida mais tranquila. Assim que Santino vai embora, John é surpreendido por granadas lançadas pelo seu antigo patrão, que ficou “chateado” ao ser rejeitado. Com isso, a casa inteira pega fogo e é ai que sentimos uma treta total. Não, não sabemos. John reaparece todo sujo ao lado do cachorro no hotel Continental (aquele hotel do primeiro filme que lá dentro se alguém matar outra pessoa, ela morre, pois é comandado e indicado por matadores de aluguel) querendo falar com o gerente, Winston (Ian McShane). Winston explica para John que regra é regra e que seríamos tratados como animais caso elas não existissem. E o bicho-papão entendeu o recado. No Museu Natural da História da Arte de NYC, John foi encontrar com Santino, mas antes foi revistado por Ares (Ruby Rose) que, no decorrer do filme, mostra que pode ser a Michelle Rodriguez da nova geração.
No museu, John descobre quem ele terá que matar e quais são os motivos. Neste caso, ele terá que eliminar Gianna D’Antonio (Claudia Gerini), irmã biológica de Santino. Com a morte do pai, um dos tronos da máfia foi deixado para Gianna e não para o filho. Com a morte da irmã, Santino comandaria boa parte da Itália e de Nova Iorque. John acaba aceitando o que seria seu último trabalho como matador de aluguel, para se ver livre da dívida que tem com Santino e, finalmente, se aposentar. É na coroação de Gianna, em Roma, (que ocorreu na mansão da mesma, com direito a performance ao vivo da cantora californiana Ciscandra Nostalghia) que John decide agir. Ele encontra com sua suposta última vítima e finaliza o serviço, mas tudo vira uma grande guerra em que perdemos a conta de quantos figurantes ele mata até fugir da mansão. Santino quer John morto, pois ele já não servia mais e, hipocritamente, queria vingar a morte de sua irmã, mesmo tendo sido a mando do mesmo. Se alguém contar quantas pessoas o John Wick mata nesse filme, eu quero saber do resultado, por favor. Sou de humanas e perdi a conta.
Agora tudo virou uma guerra pessoal, Santino vs. John Wick vs. Cassian (Common), o ex- chefe de segurança de Gianna, que, por orgulho dos assassinos de aluguel (quando alguém mata o cliente do segurança, tem que ser olho por olho, dente por dente) tinha que eliminar John Wick da face da Terra. É aí que Santino coloca a cabeça de John Wick por APENAS sete milhões de dólares. Depois de mais quinhentos figurantes mortos, que tenta matá-lo pela recompensa, John mostra como é que se eliminam pessoas com apenas um lápis. Com muito orgulho, John não se protege nos interiores do Hotel Continental. Ele vai diretamente falar com o Rei Sombrio (Laurence Fishburne), um cara que John, tempos atrás, deixou sobreviver, pois ele não era um alvo. Sombrio tornou-se um dos chefes de NY.
John Wick consegue convencer o Rei Sombrio a ajudá-lo ao invés de matá-lo pela recompensa, afinal, se Santino conseguir o trono, Nova Iorque não será mais comandado por ele. Assim, ele empresta para John uma arma com um pente de apenas sete balas (Sete milhões, sete balas). O que todo mundo já sabe é que John Wick não estava nem aí. De volta ao museu, que ficou parecendo um queijo suíço de tanto tiro, Santino é perseguido por John, enquanto Ares faz de tudo para proteger o seu chefe. Mais trezentos figurantes mortos, no museu espelhado. Até Santino conseguir chegar com vida no Hotel Continental.
John consegue matar todos seus inimigos, mas infelizmente e felizmente, foi matando Santino que o final do filme consegue ser uma obra prima. Wick é oficialmente banido das regalias do Hotel Continental e o preço pela sua cabeça é dobrado. O que torna esse filme com a fotografia diferenciada, boa direção, atuações impecáveis e a trilha sonora tão gostosa quanto à do capítulo um, é o final. Além do final ter uma cena icônica e desesperadora, é um gancho mais do que perfeito para desejarmos desesperadamente assistir um capítulo três o quanto antes! Compensa até os pequenos erros de gravações, edições e algumas coreografias de lutas mal executadas.
Ficha Técnica
John Wick – Um Novo Dia Para Matar
Diretor: Chad Stahelsk
Elenco: Keanu Reeves, Riccardo Scamarcio, Ian McShane, Ruby Rose, Common, Claudia Gerini, Lance Reddick, Laurence Fishburne e John Leguizamo
Duração: 2h02min
Nota: 8.7