A convite da Warner Bros, pude conferir, antes da estreia, o filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça e posso dizer que foi amor à primeira cena. Eu sei que estamos em março, mas já considero o melhor filme de 2016. Exagero da minha parte? Talvez, até porque fiquei muito apaixonada pela trama, pelos personagens, pela trilha sonora, pelo cenário e, é claro, pelo seu desfecho. Da mesma forma que deixo claro o meu sentimento pela obra dirigida por Zack Snyder, também exponho alguns pontos fracos, afinal, o filme nunca agrada em tudo, mas é possível relevar.
O primeiro ato de Batman vs Superman se responsabiliza em mostrar boa parte da história que originou os dois grandes herois e, durante muitos minutos, o espectador se vê imerso nessa dimensão. A introdução é super importante para posicionar o público diante do que está prestes a vir pelas próximas duas horas, mas o exagero em relatar a origem de cada um acabou pesando um pouco, afinal, já temos filmes solos suficientes de cada super-heroi que nos conta como e quando surgiram no universo DC. Após essas cenas, a trama inicia 18 meses após a batalha de Metropolis, em que Superman (Henry Cavill) luta contra Zod (Michael Shannon), deixando a cidade totalmente devastada. É a partir daí que Bruce Wayne (Ben Affleck) é introduzido na trama, uma vez que ele assiste ao combate em meio à destruição do prédio da Wayne Financial e inicia um plano para dar um fim nas ações do Superman. Tudo o que disse até agora é sem spoilers. Não se preocupe.
Outro ponto que pode confundir a cabeça de alguns são as visões de Bruce Wayne. Seria apenas um sonho (muito real, por sinal), ou o Batman realmente tem a capacidade de prever o futuro? Se tiver, como e quando ele adquiriu esse dom? Mesmo empolgante, talvez a cena crie dúvidas (como essas) e frustre algumas pessoas.
No quesito cenário e efeitos especiais, para mim, tudo agradou e se encaixou perfeitamente na trama, trazendo obscuridade e preparando o público para o grande embate entre os super-herois. A trilha sonora assinada por Hans Zimmer e Junkie XL é demais, pois a música entra na alma e faz você mergulhar ainda mais no universo retratado. É exagerado, mas é uma trilha estrondosa que deu certo.
Eu sou Time Superman!
Eu sei que muitos (muitos mesmo) torcem pelo Batman, mas sou daquelas que vai ao contrário de todos: eu sou time Superman. O ator Henry Cavill trouxe um excelente Superman para as telas do cinema. Pode ser que ele tenha feito melhor nos filmes anteriores, como em O Homem de Aço. Eu não assisti, pois antes não era tão envolvida com filmes de super-herois como agora, mas neste, especificamente, ele me agradou e muito. Batman vs Superman é apenas o início da origem da Liga da Justiça e, é claro, traz o grande confronto entre os dois protagonistas, mas tenho que dizer que boa parte do filme, quem se supera e se destaca é o Superman. Como o próprio Batman disse, “O Superman tem a força capaz de destruir o mundo, se ele quiser”. Não posso citar aqui as cenas que me fizeram torcer por ele, pois é o grande spoiler do filme, mas quem já assistiu (foi na pré-estreia) vai entender a minha posição (mesmo gostando do Batman, espero). Mas, mesmo sendo do time dele, tenho que ressaltar que não é a kriptonita que enfraquece o Superman e, sim a Louis Lane.
Apesar de torcer pelo Superman, o ator Ben Affleck trouxe um ótimo Batman para o cinema. Eu sei que muitos ficaram receosos quando o ator foi escalado para viver o morcego de Gotham (devido ao grande fiasco em Demolidor), mas ele conseguiu superar as minhas expectativas. Affleck trouxe um Batman intenso, violento e amargurado desde a morte trágica de seus pais. Ele é o heroi que não mede esforços: se precisar bater, ele bate; se precisar machucar, ele machuca; se precisar matar; ele mata, sem contar a marca registrada deixada nos bandidos em que coloca as mãos. Segundo as leituras que fiz, o Batman que vemos na trama é totalmente inspirado em O Retorno do Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller e, tenho que admitir que está excelente. Ele é um heroi que se esforça muito para ser quem ele é, mas que pode ser desestruturado pelo Superman a qualquer momento. Ele é forte, mas será que ele é tão forte assim? Por que digo isso? Apenas assista ao filme e preste atenção em algumas cenas. Outra coisa: o novo uniforme dele é fantástico! Amei.
Louis Lane, minha querida, o que aconteceu com você neste filme? Interpretada por Amy Adams, a personagem, sem dúvida, é a mais fraca do filme. Snyder tinha tudo para apresentar uma mulher extremamente forte e muito mais independente neste filme, mesmo namorando o Superman, mas o que vemos aqui é uma mulher que precisa ser socorrida pelo heroi em quase todos os momentos. Realmente era necessário? Apenas uma cena de Louis me agradou. De resto, posso dizer que ela estava no lugar errado e na hora errada. Pra mim, ela é foi a verdadeira kriptonita do Superman. Louis Lane é uma personagem que foi totalmente desperdiçada na trama. Uma pena.
Em compensação, temos Gal Gadot radiando na pele de Diana de Themyscira ou, melhor dizendo, da Mulher Maravilha. É com ela que vemos uma cena spoiler que vai alegrar muitos fãs da Liga da Justiça (eu vibrei quando vi), sem contar que ela protagoniza a cena épica ao lado de Batman e Superman (muito noticiado, por sinal). Mulher Maravilha mostra inteligência e força na medida certa. Pode ser que alguns achem que sua aparição seja pouca, mas, para mim, foi o suficiente e muito bem dosada. Não fique chateado pela falta de informação da personagem, pois este não é o foco do filme, uma vez que o objetivo é o confronto entre o morcego de Gotham e o filho de Kripton. A aparição da Mulher Maravilha serviu de introdução para novos meta-humanos na trama, além do seu futuro filme solo.
Claro que não poderia deixar de falar do grande vilão Lex Luthor, interpretado por Jesse Eisenberg. Muitos estão falando que ele é uma versão maléfica de Mark Zuckerberg. Sério, que exagero da parte de alguns, hein? Menos, bem menos. Na minha opinião, os diálogos meio desconexos remeteu a um Lex Luthor meio coringa. Sua forma irônica, sarcástica e insana arquiteta o grande plano que traça o rumo de todos para a cena final e isso faz dele o personagem mais brilhante do filme.
Considerações finais
O que realmente importa em Batman vs Superman não é somente o confronto, e sim o que levou os dois herois a duelarem um contra o outro. O final é surpreendente, instigante e fará você sair do cinema falando muito sobre o filme. Não será fácil esquecer.
Batman vs Superman: A Origem da Justiça traz um roteiro satisfatório, com personagens que vão agradar do começo ao fim, assim como outros que vão te irritar do começo ao fim (não é Louis Lane?). A trilha sonora, o cenário e os efeitos especiais são ótimos e você vai se ver imerso na trama até os créditos finais aparecerem na tela. O filme estreia hoje nos cinemas!
PS: Para esta resenha, optei em não fazer comparações com os quadrinhos por justamente não ter um conhecimento mais profundo sobre isso.
Ficha Técnica
Batman vs Superman: A Origem da Justiça
Direção: Zack Snyder
Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Laurence Fishburne, Diane Lane, Jeremy Irons, Lauren Cohan e Jeffrey Dean Morgan
Duração: 2h33min
Nota: 9,0