Antes de começar esta crítica, tenho que dizer que nunca me interessei em assistir ao filme Alien: O Oitavo Passageiro e acredito que não sou a única da face da Terra que não tenha visto o filme ainda. No entanto, depois de assistir Alien: Covenant, novo filme da franquia dirigido por Ridley Scott, fiquei com vontade de ver o primeiro longa estrelado por Sigourney Weaver (Sete Minutos Depois da Meia Noite). Porque este novo longa é bom? Pelo contrário, quero entender melhor a nova história que, infelizmente, não empolga e não surpreende.
Alien: Covenant dá sequência ao filme Prometheus (2012) e mostra a nova nave com a missão de colonizar um novo planeta que seja habitável para os humanos. Enquanto a tripulação se encontra em sono profundo – ainda faltam sete anos para chegar ao destino – o androide Walter (Michael Fassbender) cuida da segurança de tudo e todos. Quando uma forte tempestade de neutrinos atinge Covenant, os tripulantes despertam e até alguns morrem nesse acidente, como o próprio líder (James Franco), marido de Daniels (Katherine Waterston). Agora, sob o comando do novo líder Oram (Billy Crudup), eles decidem explorar um planeta que está próximo ao destino original, sem ao menos saber que o pior espera por eles.
Porque Alien: Covenant não empolga? A história, no geral, não é ruim, mas ela é totalmente previsível e o público mata a charada do que vai acontecer assim que os personagens colocam os pés no planeta estranho. Pra começar, no instante em que Oram diz que vai aterrissar em um local diferente do destino da nave, nem todos concordam por não saber o que os esperam. Por ser líder, ele deveria tomar uma decisão melhor e favorável a todos, certo? O primeiro erro do roteiro foi não estabelecer uma justificativa plausível para o público aceitar a nova jornada dos heróis. Dizer apenas “Não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir” é desdenhar tanto do público quanto dos personagens.
Mesmo com uma justificativa fraca, a proposta do filme chega a ser aceitável e as primeiras cenas dos tripulantes sendo infectados são boas, apresentando uma sequência violenta e sanguinária de tiros, lutas, explosões e mortes, além do nascimento chocante dos aliens que deixam o espectador sem fôlego. Uma pena que essa empolgação dura apenas alguns minutos. Estava bom demais para ser verdade.
Essa sequência empolgante acaba assim que mais da metade da tripulação não sobrevive, não dando a oportunidade de o espectador conhecer melhor cada personagem, fazendo-os se tornarem esquecíveis. Eles estavam somente como figurantes? Tenho certeza que muitos gostariam de vê-los mais em cena. Eu teria gostado. Se isso tivesse acontecido, talvez o filme ganhasse um toque a mais de mistério e medo para prender a atenção do público.
Um momento bastante monótono é o encontro de David e Walter, ambos interpretados por Michael Fassbender. É a partir daí que o filme declina em uma previsibilidade sem fim. Os diálogos e as ações desses personagens entregam o que vai acontecer nas próximas cenas, tirando toda a graça e a surpresa da história. Claro que não vou dizer exatamente o que eles falam ou fazem. Vocês têm que assistir para saber. Mas há uma cena de David que, por mais simples que seja, acaba matando a charada que, na minha visão, é algo negativo para o filme.
Personagens
Assim que quase toda a tripulação já não existe mais, quem carrega o filme nas costas é Daniels, interpretada pela Katherine Waterston (Animais Fantásticos e Onde Habitam). Daniels é até uma boa personagem, mas por ser uma das principais faltou força na atuação para conquistar os fãs da franquia Alien. Em nenhum momento me empolguei e torci a favor dela, mas também não torci contra. Achei fácil demais os momentos em que ela precisa enfrentar o terrível e gigante Alien preto de cabeça cumprida. Cadê o medo e o pavor estampado no rosto de Daniels? Estamos falando de um monstro que pode arrancar a sua cabeça a qualquer momento e não uma barata em que você pode matar com apenas uma pisada. Infelizmente não deu muito certo para Waterston nesse filme.
Outro que divide o peso do filme com a atriz é Michael Fassbender (Assassin’s Creed) e ele faz isso com grande esforço tornando-se nítido na tela do cinema. Porém, a previsibilidade arruína a sua performance. Se certos momentos e certas atitudes não entregassem tanto a história, talvez a química de David e Walter salvassem a trama dando um final mais satisfatório ao filme.
Considerações finais
Com a charada praticamente decifrada logo na metade do filme, as cenas finais foram óbvias, mas pode ser que para alguns sejam até satisfatórias. O final fica em aberto dando a entender que a trama terá uma continuidade no futuro. Resta saber SE vai ter e QUANDO. Alien: Covenant tem boas cenas angustiantes e violentas, mas de duração curta. As interpretações de alguns personagens são bem breves, enquanto as principais não empolgam devido ao roteiro ser bem previsível. Quem for começar a ver a franquia Alien por este filme, talvez não se empolgue tanto, como foi o meu caso. Aliás, depois deste filme, quero assistir os antigos para saber e comparar a qualidade da história cada um.
E aí, o que acharam do filme? Deixem nos comentários!
Ficha Técnica
Alien: Covenant
Direção: Ridley Scott
Elenco: Katherine Waterston, Michael Fassbender, Billy Crudup, Danny McBride, Demian Bichir, Carmen Ejogo, Jussie Smollett, Callie Hernandez, Amy Seimetz, James Franco, Noomi Rapace, Guy Pearce, Uli Latukefu e Tess Haubrich.
Duração: 2h02min
Nota: 5,5