Diferente do primeiro episódio de The Walking Dead que, para mim, foi bem chatinho e cansativo de assistir, o spin off Fear The Walking Dead, da emissora americana AMC, me surpreendeu sem que eu tenha criado expectativas sobre a série. Criado por Dave Erickson e Robert Kirkman, a história se passa em Los Angeles, paralela a série original, ou seja, ela vai contar os primeiros acontecimentos do apocalipse zumbi que acontecem enquanto Rick Grimes está em coma (quem acompanha The Walking Dead sabe o que estou falando).
O episódio piloto apresenta uma narrativa lenta, mas com plots interessantes. Em uma hora, conhecemos os personagens principais, o que cada um faz e quais são os seus pontos fracos. Além disso, a trama já revela os primeiros conflitos e zumbis. Mas, calma! Não pense que a série será mais dinâmica, com pessoas lutando contra os walkers. Acredito que a ideia principal de Fear The Walking Dead é mostrar os primeiros casos pós-apocalípticos e as reações iniciais das pessoas, diferente de The Walking Dead, em que os personagens já lutam pela sobrevivência.
O que chama a atenção na série é o quão os personagens são os fortes. Cada um apresenta seus problemas, seu modo de pensar e agir. Madison Clark (Kim Dickens) é a popular orientadora em uma escola de El Sereno, viúva, mãe de Nick e Alicia e noiva de Travis. A personagem é forte, firme e decidida, o que a ajudará a tomar as decisões mais difíceis para ajudar a família a viver em meio ao apocalipse zumbi. Quem segue essa mesma linha é Travis Manawa (Cliff Curtis), professor de inglês, separado e pai de Chris (Lorenzo James Henrie). Além de protetor, ele é convicto de que qualquer coisa pode ser consertada. O personagem é bom, quer ser um bom pai para os filhos de Madison, mas, para isso, precisa fortalecer sua relação com Chris, que está bastante ressentido. Seria pela separação dos pais? Falta de apoio? Ausência da figura paterna? Ainda não sabemos.
Sem dúvida, o grande destaque do episódio é Nick Clark (Frank Dillane). Nick é um adolescente de 19 anos, viciado em drogas. Apesar de ter ido à reabilitação várias vezes, ele só sairá dessa se for por conta própria. Em meio ao apocalipse zumbi, o personagem representa a realidade X alucinação. Sua primeira aparição no episódio é forte e impactante, pois ele é o primeiro a ver sua amiga Glória já transformada e, logo em seguida, é atropelado por sair correndo rua afora. Aqui, os roteiristas usam o problema do personagem para puxar uma narrativa um pouco perturbadora. Afinal, como acreditar em mortos-vivos sob o ponto de vista de um viciado? Assim que a dúvida é jogada, a solução vem à tona. Nick mata o amigo Calvin (que, na verdade, é o traficante) para se defender e, tanto ele quanto Madison e Travis se deparam com o seu “primeiro” zumbi.
Alicia Clark (Alycia Debnam Carey) é filha de Madison. Digamos que ela é o bom exemplo da família, pois é inteligente e estudiosa. Porém, seu grande problema é saber lidar com o drama familiar. A única maneira que ela encontra para ficar longe de tudo isso é indo para uma faculdade bem distante. Mas, com o apocalipse zumbi chegando, fica a dúvida de como a personagem irá encarar essa nova realidade e ainda ajudar sua mãe e seu irmão. Sinceramente? Eu achei a Alicia bem chatinha. A primeira impressão não foi muito boa.
Fear The Walking Dead começou com o pé direito. O ritmo foi lento, mas os primeiros passos foram bons, nos dando um parâmetro do que está por vir. O episódio piloto bateu recorde de audiência nos Estados Unidos, com 10 milhões de telespectadores em frente à televisão.
E aí, o que acharam da season premiere? Vão acompanhar a série?
Avaliação
Melhor cena: Nick na igreja e sendo atropelado
Melhor personagem: Nick, Travis e Madison
Nota: 9,5