O quarto episódio de Orange Is The New Black teve como foco central um dos personagens que menos gosto da série: Mr. Healy. Até a metade da primeira temporada eu me simpatizava por ele, até o momento em que ele resolveu ser “cuzão” com as detentas. Em temporadas passadas, acompanhamos algumas partes do seu passado, mas, desta vez, descobrimos a razão dele não conseguir desenvolver bem qualquer tipo de relacionamento com as mulheres. Ainda criança, Healy precisou enfrentar a vida ao lado de um pai duro e preconceituoso e uma mãe esquizofrênica que já não queria mais aceitar o tratamento. Com o pai como espelho, claro que Healy não teria boas referências, uma vez que sempre ouvia coisas negativas a respeito das mulheres. Isso é até constatado na cena em que ele é duro com a mãe a ponto de ela sumir para sempre.
Nos dias de hoje, parece que Healy não conseguiu se desvencilhar do passado, o que só piorou ainda mais as circunstâncias, uma vez que ele impõe suas vontades em cima das detentas, fazendo com que elas sintam raiva ou desprezo por ele. Isso fica claro quando ele ordena que Judy King seja a líder do curso de culinária do presídio. Mesmo simpatizando com a ideia, Judy declina o pedido, porém, é obrigada a aceitá-lo. Claro que isso não ficaria barato e, mesmo com o sucesso do curso, Judy “ordena” que Healy não seja mais o seu mentor.
Mesmo atirando no próprio pé, Healy consegue ajudar Lolly que está “piradinha da silva” por causa do drone e do que ela e Alex fizeram. Ao vê-la nas mesmas condições que um dia vira sua mãe, Healy impede que ela vá para a ala psiquiátrica. Em parte isso foi bom, pois Lolly ficará quieta a respeito desse assunto, mas não sei até quando. Quanto ao Healy, eu realmente não consigo gostar ou ser solidária a ele, mesmo com um passado triste. Ele teve tempo suficiente para tratar o seu problema de relacionamento com as mulheres e, por trabalhar em um presídio feminino, era essencial que ele melhorasse.
Junto à história de Healy, vemos também Alex pedindo ajuda à Red, mãe de todas as detentas, capaz de convencê-las a fazer ou não qualquer coisa. A situação com Lolly chegou ao extremo a ponto da outra parceira detenta (esqueci o nome) querer matá-la. Devo confessar que cheguei a concordar com essa decisão, mas, como disse anteriormente, Healy foi salvador naquela ocasião, fazendo Lolly calar a boca por um instante. Não sei até quando Red e Alex conseguirão manter o silêncio da colega.
O próximo plot mostra a real situação de Sophia Burset na solitária. A troca de dobraduras, mensagens e revistas feitas por baixo das portas, mostra o quanto ela e as demais mulheres necessitam de atenção. Elas precisam ser ouvidas, mas infelizmente estas são as que mais sofrem. Já no extremo, Sophia inunda e incendeia a cela, pois este foi o único jeito de chamar a atenção de Caputo. Não sei qual a razão de mantê-la ali dentro, só sei que a situação piora quando Sophia é mandada para a segurança máxima, tendo Nick (aleluia, ela apareceu) como testemunha principal. Sério, até quando Caputo vai permitir isso?
Paralelamente, acompanhamos também a briga entre Piper e Maria Ruiz em relação à venda de calcinhas usadas. Não há necessidade de dar foco nesse negócio, uma vez que o grande problema se encontra na formação de gangues no presídio. Agora são elas por elas, ou seja, latinas, negras, asiáticas e brancas irão se unir para defender o seu grupo. Em breve, teremos um conflito alarmante em Litchfield.
Por fim, temos mais dois plots focados em Aleida e Dogget. Aleida descobre que sairá da cadeia, muito mais cedo do que ela previra, já que seu comportamento e trabalho foram bem avaliados. Claro que seu maior medo é saber como ela conseguirá trabalho lá fora e recuperará seus filhos e a neta. O receio fica estampado em seu rosto, uma vez que deixará Daya no presídio. O medo é grande, mas acredito que Aleida conseguirá dar a volta por cima. Ela precisa fazer isso por ela, por Daya e por seus outros filhos.
Já Dogget se vê novamente com o policial Coates e, finalmente, revela o que lhe tanto atormenta. Claro que ele dá a velha desculpa de um estuprador: fez porque a ama. É triste ver quando a vítima nutre sentimento pelo seu agressor, pois isso a faz calar diante da agressão que sofreu. Gostaria que a série desenvolvesse mais esse plot para encontrar uma solução positiva para Doggett.
Doctor Psycho mexeu bastante com as nossas cabeças, mostrando formas diferentes de como uma pessoa pode ser afetada psicologicamente, seja por uma doença, uma injustiça ou um trauma. As histórias estão ficando mais densas na série, o que irá surpreender o telespectador mais para frente.
E aí, o que acharam do episódio? Deixem nos comentários!
Avaliação
Melhor cena: Sophia colocando fogo na cela na solitária
Melhor personagem: Sophia, Red, Alex, Lolly e Healy
Nota: 9,0