Lendas sobrenaturais sempre assustam, uma vez que nossa imaginação torna tudo ainda mais aterrorizante. Mas será que dar vida e forma a essas histórias dão certo? Nem sempre. Este é o caso de Slender Man: Pesadelo Sem Rosto.
Dirigido por Sylvain White, a trama se passa em uma pequena cidade do Massachusetts e acompanha quatro amigas estudantes que executam um ritual na tentativa de desbancar a lenda do Slender Man. Mas quando uma delas desaparece misteriosamente, as outras começam a suspeitar que ela, na verdade, é mais uma vítima do ser aterrorizante.
Infelizmente o filme não é bom, ganha um tom bastante absurdo e exagerado, mas ainda é possível salvar uma coisa ou outra na trama. O roteiro acerta ao explicar com detalhes a lenda do Slender Man, como surge, os textos detalhados sobre a criatura, como fazer este ser aparecer e os efeitos colaterais naqueles que o encontram, desde perturbações até a morte.
O filme não perde tempo e logo apresenta os personagens, a lenda e entrega a primeira vítima do mal que é ativado. Quem desaparece repentinamente é Katie que, a princípio, não se sabe se ela fugiu por estar cansada da vida que leva ao lado do pai alcoólatra ou, se foi sequestrada.
Durante uma festinha do pijama, as meninas descobrem sobre a lenda e fazem o teste para saber se é verdade. Nota-se que Slender Man: Pesadelo Sem Rosto bebe do roteiro de O Chamado, utilizando a técnica do vídeo para invocar a criatura obcecada por crianças e adolescentes, uma vez que o próprio tem padrões a seguir na hora de capturar suas vítimas. Ele não tem um formato único, ou seja, aparece em formas presentes em áreas abertas como árvores ou sombras, sempre com o intuito de invadir a mente da pessoa, transformando a visão em um grande pesadelo real.
Assim que o terror começa, o filme oscila entre o absurdo, ruim e o satisfatório. Claramente o filme força a barra com jump scares baratos e exagerados. O som e os constantes gritos agudos são estrondosos, criando um efeito sonoro irritante para o público, desviando completamente da proposta de criar atmosfera assustadora e de suspense.
Há momentos em que a narrativa segue um ritmo satisfatório, mas perde o compasso devido ao excesso de cortes na edição, fazendo o filme pular de cena em cena rápido demais, sem deixar o espectador digerir o que acabou de ver e sentir.
Com relação ao próprio terror, Slender Man: Pesadelo Sem Rosto acerta em alguns momentos ao introduzir a criatura de forma perturbadora. A cena da biblioteca com a personagem Wren frente a frente com Slender Man é boa. Mas fora isso, o filme derrapa até o final. Há momentos em que os efeitos especiais são razoáveis; há outros que são bem ruins e ficam nítidos na tela.
Quem carrega o filme nas costas é Joey King e sua performance é satisfatória, pois ela abraça a essência da história e mostra uma Wren em crescimento perturbador.
A atriz Julia Goldani Telles entrega uma Hallie boba e irritante por demorar tanto a enxergar o que realmente está acontecendo. Mesmo vendo tanta perturbação, desespero e agonia das amigas, ela insiste em levar uma vida normal, porém, ela só se dá conta quando a criatura atinge quem ela mais ama.
Slender Man: Pesadelo Sem Rosto se salva por uma cena e outra e a atuação de Joey King, que também não é nada esplendoroso. De resto, o próprio Slender Man pode levar embora porque não fará falta.
Ficha Técnica
Slender Man: Pesadelo Sem Rosto
Direção: Sylvain White
Elenco: Joey King, Julia Goldani Telles, Jaz Sinclair, Annalise Basso, Javier Boet, Kevin Chapman, Torkel Dommersnes Soldal e Adrian M. Mompoint.
Duração: 1h34min
Nota: 4,0