O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate) chega para recuperar uma franquia gasta, mesmo ignorando as sequências A Rebelião das Máquinas, A Salvação e Gênesis. Como continuação dos eventos de O Exterminador do Futuro e O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final, Destino Sombrio é um filme longo, mas não cansativo por ter altas doses de cenas de ação, explicações condizentes ao que aconteceu e está acontecendo, efeitos especiais que não ficam a desejar, uma história muito bem conduzida por um trio de personagens femininos e um desfecho que traz redenção, salvação e recomeço. É digno de um blockbuster de puro entretenimento que muitos vão gostar.
Crítica: Zumbilândia – Atire Duas Vezes
Dirigido por Tim Miller e produzido por James Cameron, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio inicia com uma cena do passado em que conhecemos a jovem Sarah Connor relatando os momentos finais em que vê milhões de pessoas morrendo, salva todos eles, mas infelizmente perde o seu filho John Connor pelas mãos do Terminator interpretado por Arnold Schwarzenegger. Vinte dois anos depois, uma nova máquina mortal chega do futuro para cumprir uma nova missão: eliminar o alvo que colocará em risco a soberania e o poder das máquinas que, como já vimos nos filmes anteriores com a Skynet, têm como objetivo dizimar os seres humanos.
Assim, o primeiro ato apresenta ao público duas máquinas prontas para iniciar a sua missão. Grace vem do futuro para proteger Dani Ramos, que vive na Cidade do México; já o Terminator REV-6 chega para eliminar o alvo a qualquer custo. Mas um fator interessante é que, desta vez, este Terminator é 10 vezes mais potente e mortal, com diretrizes e comandos que o torna capaz de achar algo ou alguém em qualquer canto do mundo, além de poder se transformar em qualquer humano e ainda se dividir em mais de um terminator, o que engrandece ainda mais a sua força e o torna quase impossível de ser eliminado.
A ação começa logo de cara, trazendo sequências de luta e fuga muito boas, mas sem que o público ainda saiba quais são as verdadeiras intenções de cada um. Por que Grace foi escolhida para proteger Dani? Por que Dani é o alvo, sendo autointitulada apenas uma mulher trabalhadora e cidadã comum? O que há de especial nela a ponto de máquinas virem do futuro para eliminá-la? Não se preocupem, pois o filme responde estas questões.
Entre corridas, brigas e questionamentos, o filme engata no relacionamento das duas, criando uma boa química entre Dani e Grace, e logo traz de volta a presença de Sarah Connor, que continua com sua missão de eliminar os terminators que chegam à Terra nos dias atuais. Um dos pontos fortes e positivos de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio é que a trama é desenvolvida e conduzida pelos pontos de vista e ações das três personagens, que além de protagonizar sequências eletrizantes, trazem uma boa carga dramática ao filme que faz o telespectador compreender o objetivo de cada uma dentro desta missão.
Crítica: Malévola – Dona do Mal
Linda Hamilton retorna em boa forma e traz uma Sarah Connor bem-disposta a enfrentar qualquer tipo de terminator, com boas munições, visão e planejamento exatos do que realmente está fazendo. Sarah tem empatia por Dani e é por isso que decide engatar nesta nova missão.
Uma das grandes surpresas deste filme é Mackenzie Davis que interpreta Grace, uma humana aprimorada que veio do futuro com o objetivo de realizar a sua missão, custe o que custar. Grace é forte, mas tem vulnerabilidades e fraquezas como um humano, o que a torna mais real e mais próxima das demais personagens e mais capaz de enfrentar seus oponentes. Suas cenas de lutas com o REV-6 são eletrizantes e até agoniantes, uma vez ser tão difícil eliminá-lo, mas temporariamente possível de tirá-lo da sua rota de fuga.
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Já a personagem Dani, interpretada por Natalia Reyes, parece ser a ‘típica mocinha que precisa ser salva’, mas engana-se quem pensar desta forma, pois Dani logo entende que sua vida está em jogo e que fugir não é a melhor opção. Ficar e lutar de vez com o inimigo é a decisão mais difícil, mas é a mais sábia que toma, o que engrandece ainda mais a força e determinação de Dani. O que diminui um pouco a potência da personagem são seus diálogos com muitas frases de efeito, que faz o público entender rapidamente que a cena irá trazer efeitos contrários ao que a personagem diz e se propõe a fazer. É bem clichê, mas é algo que dá para relevar.
Por ser um filme extenso, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio não se torna cansativo pela boa dosagem de adrenalina e, no instante em que o roteiro tende a dar uma barrigada no desenvolvimento da história, uma cena de ação recupera a força e não deixa o filme se perder. No entanto, nos momentos em que a trama diminui o seu ritmo é justamente para entregar ao público explicações condizentes sobre as personagens e a tudo o que está acontecendo. Aqui, conhecemos o futuro de Grace, como ela se tornou o que é agora, a razão dela ter sido escolhida para esta missão e qual é o cenário real deste futuro de onde ela veio. Além disso, o público descobre a verdadeira razão para Dani ter se tornado o alvo e, é claro, as motivações que levam Sarah Connor a se envolver nestas missões arriscadas por mais de 22 anos.
Ele está de volta!
Arnold Schwarzenegger está de volta na pele do famoso Terminator com uma repaginada. Se antes ele era um dos principais, aqui o ator retorna na metade do filme como coadjuvante, cuja participação é boa, sem ficar a desejar. O público se depara com um Terminator mais humanizado, que compreende melhor as ações humanas uma vez que decidiu ficar após a missão ser cumprida. Tal mudança traz conflitos, lembranças e remorsos para ele, especialmente para Sarah Connor que o enxerga apenas como uma máquina assassina que matou seu filho. O reencontro do dois não é fácil, mas há coisas maiores para lidar neste momento que obriga a dupla a se reunir.
Já com a idade mais avançada, Schwarzenegger continua em boa forma e entrega boas cenas de ação, principalmente quando fica frente a frente com o novo Terminator evoluído. Aliás, Diego Luna também está bem no papel e mesmo tendo pouquíssimas falas, toda a sua performance se apoia nestas cenas de lutas.
A produção de James Cameron é ótima, com efeitos especiais e CGI satisfatórios ao olhar do público.
Considerações finais
O filme acaba caindo em certo looping, uma vez que o novo Terminator é extremamente potente o que o faz voltar inúmeras vezes, no entanto, o final traz desfechos bons e tristes, culminando em redenção e recomeço para todos.
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio traz um bom capítulo final ao que começou em 1984 e percorreu em 1991, trazendo de volta personagens marcantes de Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton e surpreendendo o espectador com boas interpretações de Mackenzie Davis e Natalie Reyes. É um desfecho para uma saga que os fãs adoram e um ótimo blockbuster que muitos verão pelos próximos anos.
Ficha Técnica
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
Direção: Tim Miller
Produção: James Cameron
Elenco: Linda Hamilton, Mackenzie Davis, Natalia Reyes, Arnold Schwarzenegger, Diego Lina, Diego Boneta, Tom Hopper e Enrique Arce.
Duração: 2h09min
Nota: 7,9