Após o sucesso em 2019 ao trazer um filme aterrorizante baseado no famoso jogo da sala de fuga, o diretor Adam Robitel retorna em Escape Room 2: Tensão Máxima (Escape Room: Tournament of Champions) que dá uma continuidade interessante aos eventos finais do primeiro filme que, na minha opinião, ficaram um pouco desejar, mas retornam a todo vapor. Ainda mais assustador e com jogos, pistas e manobras mais difíceis e perigosas, o novo filme promete deixar o espectador tenso do início ao fim. Se você curtiu o primeiro longa, a sequência vai te conquistar mais um pouco não só pelo caos instalado, mas também pela reviravolta que causa surpresa.
Escape Room 2: Tensão Máxima parte dos eventos finais do primeiro filme em que Ben (Logan Miller) e Zoey (Taylor Russell) sobrevivem ao jogo aterrorizante e descobrem que a MINOS é a organização misteriosa que arquiteta os cenários e atrai as vítimas cuja sobrevivência se torna o grande prêmio. Mesmo com lembranças traumáticas e vivendo sonhos perturbadores por conta de tudo o que passou, Zoey está decidida a encontrar os culpados e colocá-los atrás das grades antes que mais pessoas sejam atraídas ao jogo. Mesmo receoso e ainda lidando com os recentes eventos conturbados, Ben também embarca na investigação ao lado da amiga.
O que eles não esperavam era cair na armadilha novamente, já que a organização nunca deixou de observá-los. Ao entrarem no metrô, um dos vagões se desprende dos demais e engata por outro trilho, descarrilhando subsolo abaixo da cidade de Nova York. Ben, Zoey e mais quatro passageiros ficam presos sem entender o que está acontecendo, até a ficha cair: todos estão no escape room mortal novamente.
Antes de iniciar a primeira atividade, Escape Room 2 – Tensão Máxima logo entrega o primeiro fator surpresa: os jogadores não são amadores, e sim, os sobreviventes dos jogos anteriores que, agora, terão que jogar o “jogo dos campeões” novamente, afinal, se eles sobreviveram uma vez, será que são capazes de sair desta enrascada de novo?
Mesmo sem entregar muitos detalhes, o filme apresenta informações cruciais de cada um: Theo (Carlito Olivero) sobreviveu ao último jogo que se passou no submarino e perdeu a audição; Brianna (Indya Moore) é uma influenciadora digital que entra em desespero ao ver que terá que passar por este pesadelo novamente; Rachel (Holland Roden) também é uma sobrevivente e até metade do filme esconde um pequeno segredo; Nathan (Thomas Cocquerel) é um padre que tenta entender a razão para sua vida ter sido poupada até agora.
Se você gostou da engenhosidade dos jogos arquitetados no primeiro filme, Escape Room 2 – Tensão Máxima entrega um roteiro que deixa o toque da diversão de escanteio para mergulhar em uma atmosfera de suspense repleta de muita tensão e medo diante dos novos cenários que ambientam sequências ainda mais agoniantes em que alguns vão te enganar facilmente.
Desta vez, as engenhocas criadas pela MINOS penetram drasticamente ao psicológico já afetado de cada um, e mesmo com certa experiência na estratégia aplicada pela MINOS, os personagens ainda são absorvidos pelo caos em que o medo e a coragem precisam se equilibrar em nome da sobrevivência, enquanto lidam com as pistas que enganam duas vezes mais nesta sequência, ou seja, nem tudo parece ser o que é e os protagonistas começam a notar tais estranhezas e certas facilidades a cada rodada.
Se o primeiro Escape Room entrega bons cenários que causam tensão no público, a sequência nos joga para ambientações ou claustrofóbicas ou com certa calmaria a fim de que tanto os personagens quanto o espectador desconfiem do que esperar pela frente. Todas as fases são ótimas, iniciando pela sequência literalmente eletrizante no metrô em que o vagão é dominado pela carga alta de eletricidade, desafiando a agilidade e perspicácia dos jogadores; a sequência do banco que provoca o lado estratégico e a atenção; a cena da praia que aterroriza com a areia movediça, engatilhando para a reviravolta do filme; o cenário da chuva que desafia a pressão dos jogadores contra o tempo até chegar ao ápice do jogo em que o ponto de virada faz uma conexão forte com o primeiro longa e entrega uma reviravolta inesperada e satisfatória.
Por serem participantes veteranos, a experiência em escape room ajuda o grupo a desvendar as pistas que apenas aparentam ser superficiais, no entanto, isso faz todos mergulharem cada vez mais nesta espiral perigosa diretamente a um desfecho ainda pior.
Diferente do primeiro filme, a sequência não se preocupa tanto em entregar mais detalhes a respeito dos novos personagens, o que faz o público não criar uma conexão mais forte com eles, diferente de Ben e Zoey na qual já conhecemos. Mas ainda assim, você se importa com todos, mesmo sabendo que alguns agem por impulsividade, enquanto outros não irão até o final. Por sinal, a dupla veterana continua a funcionar bem na dinâmica do filme, porém Zoey ainda irrita em certos momentos, mesmo contribuindo bastante ao jogo.
Dr. Death: vale a pena assistir a nova série true crime do Starzplay?
O terceiro ato de Escape Room 2: Tensão Máxima é marcada por uma reviravolta surpreendente em que o roteiro mostra esperteza e uma jogada estratégica na qual o próprio espectador encontra poucos argumentos para rebater tal plot twist. Aliás, sugiro que assista ao primeiro filme novamente, pois a conexão é forte e trará uma compreensão maior com relação às decisões tomadas neste segundo filme.
Considerações finais
A reta final também engana o espectador, uma vez que acredita que haverá mais uma sequência, sendo que a cena é cortada repentinamente, mesmo repleta de novas reviravoltas que desvendam como tudo começou neste filme, arquitetando um novo jogo que está prestes a começar. Tudo indica que um terceiro Escape Room está por vir no futuro.
Escape Room 2: Tensão Máxima é uma boa sequência do primeiro filme (ou até melhor) que mergulha os personagens veteranos em um novo jogo, apresenta novos jogadores experientes em que a dinâmica do grupo funciona sem se importar em trazer detalhes pessoais de cada um, uma vez que isso não interfere nas jogadas, somente a confiança estabelecida entre eles. As sequências arquitetadas são angustiantes em meio aos cenários tanto sombrios quanto reluzentes em que nada é o que parece ser, entregando reviravoltas que causam surpresa no espectador e um desfecho aberto para uma possível nova sequência.
Escape Room 2: Tensão Máxima é um terror que sabe mexer com as expectativas e reações do público. Vale a pena conferir, especialmente se gosta do primeiro filme.
Ficha Técnica
Escape Room 2: Tensão Máxima
Direção: Adam Robitel
Elenco: Taylor Russell, Logan Miller, Thomas Cocquerel, Holland Roden, Indya Moore, Carlito Olivero, Jamie-Lee Money, Lucy Newman-Williams, Deobrah Ann Woll e James Frain.
Duração: 1h28min
Nota: 7,8