Crimes em Happytime (The Happytime Murders) traz o que há de mais inusitado para o universo cinematográfico: a convivência entre humanos e fantoches em sociedade. Pode ser algo genérico e, de fato até é, mas o filme dirigido por Brian Henson toma proporções ‘grotescas’, rendendo cenas pornográficas, diálogos escrachados e com muitos palavrões, uma interação boa entre atores e bonecos e uma trama base que consegue sustentar o longa até o fim. Engana-se quem pensar que esta história é voltada para o público infantil – devido ao uso de fantoches – pois a última coisa a se cogitar aqui é inocência.
O filme nos mostra que, nos dias de hoje, humanos e fantoches precisam conviver em sociedade, o que geram revoltas e preconceito, especialmente por parte do homem, uma vez que não leva esses bonecos nada a sério. Na trama acompanhamos Phil Phillips (Bill Barretta), um ex-policial que agora trabalha como detetive particular. Phil precisa desvendar uma série de assassinatos de fantoches que vem acontecendo pela cidade. Pra piorar ainda mais a situação, com a morte de seu irmão, Phil descobre que o serial killer pretende eliminar os integrantes do ‘The Happytime Gang’, uma série de TV de grande sucesso dos anos 80. Sem poder desvendar tudo sozinho, ele contará com a ajuda da detetive Connie Edwards (Melissa McCarthy), que foi sua parceira de trabalho de longa data, porém um acontecimento os separou de forma infeliz. Para impedir que o assassino faça uma nova vítima, os dois precisam deixar a briga de lado para descobrir quem está por trás dessas mortes repentinas.
Se você assistiu ao trailer, já dá para saber qual caminho o filme traçará, mas ainda assim, quando o público assiste fica surpreso com a forma absurda que Crimes em Happytime se desenvolve. Há muitas cenas pornográficas, com direito a personagem viciada em sexo e duas cenas completamente escrachadas, na qual o espectador não espera ver. No entanto, é divertido acompanhar e você vai rir de tão chocado que vai ficar. Mas mesmo assim, é aceitável, pois desde o começo, o filme segue com sua proposta sem enganar o publico.
Além das cenas explícitas, o longa não mede palavras ao entregar diálogos pesados, repletos de palavrões e termos envolvendo drogas e sexo. O mais divertido é ver a interação entre atores e bonecos que tornam tudo ainda mais absurdo, porém é natural e envolvente.
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Melissa McCarthy aceita o desafio e entrega uma personagem bem esculachada e sem papas na língua. A personagem não deixa de lado o dever da investigação, mesmo entrando em conflito com Phil o tempo todo, especialmente toda vez que ela se lembra do passado e o que levou a separação da dupla.
A dublagem de Bill Barreta está boa e ele entrega um Phil que ainda se sente atormentado com o passado e, após a perda do irmão e a série de assassinatos, antigas sombras retornam para deixá-lo ainda mais perturbado. No entanto, a parceria dele com a detetive Edwards faz ele enfrentar esses problemas, além de achar uma solução para o caso.
Há participações especiais de Maya Rudolph, Elizabeth Banks e Joel McHale que estão bons e confortáveis em seus papeis em um filme que ganha um tom cômico completamente exagerado.
Mesmo com cenas bem ridículas, Crimes em Happytime entrega uma trama boa e um desenvolvimento consistente, o que prende a atenção do público até o final. A investigação é bem articulada e as pistas são deixadas no timing certo, fazendo o filme entregar um desfecho satisfatório.
Considerações finais
Crimes em Happytime está longe de ser um filme infantil por ter fantoches. O longa tem um humor pesado, diálogos escrachados e cheios de palavras de baixo calão, além de cenas pornográficas. No entanto, o longa mostra uma interação boa e natural entre atores e bonecos, além de uma trama de investigação bem estruturada. É um filme que você precisa assistir o mais rápido possível? Não. É apenas um entretenimento que talvez não acrescente quase nada, mas vale a pena para matar a curiosidade.
Ficha Técnica
Crimes em Happytime
Direção: Brian Henson
Elenco: Melissa McCarthy, Bill Barretta, Maya Rudolph, Elizabeth Banks, Dorien Davies, Joel McHale, Leslie David Baker, Michael McDonald, Mitch Silpa, Hemky Madera, Ryan Gaul, Barry Rothbart, Steve Mallory, Ben Falcone, Kevin Clash e Damon Jones.
Duração: 1h32min
Nota: 6,7