Antes de começar a resenha, quero dizer que não sou fã de X-Men e somente assisti X-Men: Dias de um Futuro Esquecido que, particularmente, eu adorei. Isso não quer dizer que eu não saiba um pouco sobre a franquia, mas não vou fazer comparações com os demais filmes, justamente por não ter um profundo conhecimento da história relatada no cinema e quadrinhos. O filme de 2014 me surpreendeu muito e sai da sessão comentando. Quando anunciaram X-Men: Apocalypse, dirigido por Bryan Singer, meu ânimo foi às alturas, já que tinha curtido muito o último lançamento. Apesar de vários aspectos positivos e personagens que me cativaram rapidamente, o filme, no geral, não me surpreendeu tanto assim a ponto de ficar comentando ou relembrando as cenas. É ruim, não vale a pena? Claro que não. Pra mim, o que enfraqueceu um pouco a trama foi o vilão e suas razões para querer dominar o mundo.
A trama se passa em 1983, depois de 10 anos depois dos acontecimentos vistos em Dias de um Futuro Esquecido. Aqui, conhecemos a origem dos X-Men e o primeiro mutante do planeta Terra: En Sabah Nur, mais conhecido como Apocalypse (Oscar Isaac). No antigo Egito, o mutante tenta se regenerar, mas o plano vai por água abaixo, deixando-o em um sono profundo. Milhares de anos se passam e Apocalypse desperta e choca ao ver um mundo diferente e dominado pelos fracos (como ele denomina). Com o intuito de acabar com a humanidade, ele parte em busca de seguidores e seleciona quatro cavaleiros: Magneto/Erik (Michael Fassbender), Tempestade (Alexandra Shipp), Psylocke (Olivia Munn) e Anjo (Ben Hardy). Enquanto isso, o professor Charles Xavier (James McAvoy), conta com uma série de alunos novos como Jean Grey (Sophie Turner), Ciclope/Scott (Tye Sheridan) e Noturno/Kurt (Kodi Smith-McPhee), além de companheiros de longa data, como Mística/Raven (Jennifer Lawrence), Fera/McCoy (Nicholas Hoult) e Mercúrio (Evan Peters) que se unem para impedir que Apocalypse domine o mundo.
Esta aí a nossa história. Mas, o que há de bom nela? Em primeiro lugar, os efeitos especiais funcionam muito bem na trama, dando amplitude para o conflito e as lutas. A trilha sonora te absorve a ponto do espectador imaginar que está acompanhando tudo ao lado dos mutantes. A química dos personagens é boa e faz você torcer por eles. Além disso, o lado cômico é bem dosado e alivia os momentos de tensão, isso sem contar que temos a presença do Wolverine (Hugh Jackman), elemento surpresa do filme que agrada a todos.
Mesmo com tantos pontos positivos, o filme também apresenta alguns negativos, mas que não chegam a prejudicar tanto a trama. Infelizmente, Tempestade, Psylocke e Anjo não ganham arcos bem desenvolvidos para que possamos conhecê-los melhor. Aqui, os personagens ganham peso ao lado Apocalypse, mas quando estão longe, não sabemos direito quem são e por que optaram por esse caminho. Temos um leve conhecimento sobre a vida de Tempestade, mas pouco aprofundado.
O ponto que me decepcionou foi o vilão, afinal, ele é a peça-chave que move a trama, que faz os herois terem um objetivo no filme. A interpretação de Oscar Isaac não fica a desejar, porém seu personagem fica limitado na trama, preso por uma razão fraca e muito clichê (dominar o mundo). Alguns criticaram o vilão pela sua caracterização. Eu achei OK, porém, o que mais pecou não foi a vestimenta do personagem, mas sim, suas ações que não foram tão fortes. Por ser o primeiro mutante da face da Terra, esperava um pouco mais de suas motivações.
Com relação aos demais personagens, posso dizer que fiquei bastante satisfeita com as interpretações, a começar por James McAvoy. Ele nos entrega um excelente professor Xavier que incentiva os novos alunos não só a controlar seus poderes, mas também a liberá-los e aceitá-los. Suas cenas surpreendem pelo fato de sua luta ser completamente dentro de sua mente, principal característica e poder do personagem. Quem for assistir irá gostar dessas cenas.
Uma das personagens mais incentivadas pelo professor e considerada seu “braço direito” é Jean Grey, interpretada pela Sophie Turner. A atriz entrega uma heroína que se encontra em conflito com ela mesma, mas que mostra força e se destaca ao abraçar seus poderes. Ela ganha evolução durante a trama e torna-se a peça-chave no conflito final. Quem também segue essa mesma linha é Scott/Ciclope que, se assusta com o seu poder, mas ganha ajuda na escola do professor e descobre que é capaz de fazer coisas que jamais tinham passado pela sua cabeça até o momento. Os dois, ao lado de Noturno, ganham destaque o filme todo e não desapontam em nenhum momento.
Quem também não desaponta é Mística, interpretada pela Jennifer Lawrence. Em Dias de um Futuro Esquecido, vemos uma Mística em grande conflito com ela mesma, sem saber qual caminho seguir: bem ou o mal. Aqui, a encontramos melhor, mas ainda em conflito com suas escolhas, porém, ao ser colocada à prova, a personagem dá o melhor dela e, finalmente, aceita que ela é um grande líder. Acredito que esse conflito com ela mesma tenha chegado ao fim e não acho necessário que essa história retorne nos próximos filmes da franquia, pois ficará repetitivo, maçante e chato.
Quem também ganha destaque é Magneto, muito bem desenvolvido por Michael Fassbender. As razões que o levam a escolher o lado de Apocalypse são extremamente relevantes e fortes, mas achei que o personagem foi apagado por causa do vilão. Se o Magneto fosse o vilão principal da trama, teria sido muito melhor. Mesmo assim, todas as suas cenas são impactantes e importantes na trama.
A veia cômica do filme ficou por conta dos personagens Mercúrio (Evan Peters) e Noturno (Kodi Smith-McPhee). Mercúrio me conquistou em Dias de um Futuro Esquecido e, em Apocalypse, ele rouba a cena três vezes de forma magnífica. Noturno revela um lado mais fofo e engraçadinho, mas ele também ganha força ao abraçar o seu poder para ajudar os demais mutantes em quase todas as cenas.
Considerações finais
X-Men: Apocalypse não é melhor que Dias de um Futuro Esquecido, mas é um bom filme. Ele apresenta ótimos efeitos especiais, ótima trilha sonora e lutas memoráveis. Uma parte dos personagens conquista e faz o público torcer por eles. Outra parte é deixada de lado, pois seu arco não revela o suficiente. Por ser o primeiro mutante, o vilão tinha tudo para dar certo, mas seu objetivo dentro da trama foi um pouco fraco, prejudicando-o em suas ações. Mesmo com alguns pontos negativos, X-Men: Apocalypse não sai prejudicado. No geral, é um filme bom que vale a pena assistir. Quem for muito fã dos filmes e dos quadrinhos, talvez não goste deste filme, mas os demais irão curtir a trama.
E aí? Quem já assistiu ao filme?
Ficha Técnica
X-Men: Apocalypse
Direção: Bryan Singer
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Oscar Isaac, Sophie Turner, Tye Sheridan, Evan Peters, Nicholas Hoult, Rose Byrne, Olivia Munn, Alexandra Shipp, Ben Hardy, Hugh Jackman, Kodi Smith-McPhee e Lucas Till.
Duração: 2h24min
Nota: 7,9
