Com quase 30 anos de caminhada, missões alucinantes e acrobacias insanas e impecáveis, a franquia Missão Impossível se encerra (teoricamente) com Missão Impossível – O Acerto Final (Mission Impossible: The Final Reckoning), que traz Tom Cruise em uma atuação no ápice como o agente Ethan Hunt, disposto a arriscar a vida pela última vez para cumprir o mais difícil serviço que salvará todo o planeta.
A última missão traz tensão e intensidade em todas as cenas de ação, desafios que se igualam e até superam o longa anterior, um elenco em total sintonia, firmando a equipe que dará o apoio ao protagonista em uma história sólida, alucinante e bem contada, cujo desfecho deixa o espectador com os olhos marejados. Não só vale a pena assistir, como o público merece ter esta experiência na maior tela de cinema. E isso não é exagero.
Com direção veterana e impecável de Christopher McQuarrie, Missão Impossível – O Acerto Final desenrola as consequências dos eventos vistos em Missão Impossível: Acerto de Contas (2023), em que Ethan Hunt recebe a sua última e difícil missão. Com a Entidade tomando conta do ciberespaço, controlando a tecnologia mundial e transformando pessoas em fanáticos que compartilham de sua ideologia e criam conflitos, Ethan tem em posse a chave que pode levá-lo ao local onde se encontra o objeto capaz de capturar e acabar de vez com este mal.
Mas muitas coisas não estão a seu favor, já que a missão anterior gerou perdas e consequências negativas, entre elas, o vilão Gabriel que está à solta e pronto para controlar a Entidade novamente. Além disso, as grandes autoridades dos Estados Unidos se preparam para um possível ataque, uma vez que a Entidade passa a invadir e controlar os arsenais das maiores potências mundiais.

Sob as ordens da presidente Erika Sloane (Angela Bassett), Ethan recebe uma última chance: encontrar o objeto a tempo de prender a Entidade em três dias. Se tal missão não for cumprida, o inevitável acontecerá e a Entidade poderá dizimar o mundo.
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Para isso, Ethan arquiteta o plano mais insalubre, mas o mais eficaz para obter o resultado que tanto deseja. Assim, ele vai contar com a ajuda de sua equipe que encabeça os veteranos desta história, além dos personagens adicionados recentemente, formando o melhor grupo capaz de lidar com tal situação.
Missão Impossível: O Acerto Final entrega uma sequência inicial frenética e positiva, pois a trama relembra de pontos essenciais dos filmes anteriores, a fim de conectar memórias para que o público entenda qual personagem se conecta a quem, a razão para estarem neste momento exato da história, qual será o seu papel neste final que amarra as últimas pontas.
Pode parecer corrido, mas a introdução é deliciosa de assistir (os créditos iniciais são ótimos), lembrando até uma série de TV procedural.
Com relação à narrativa, além do filme trazer flashbacks que refrescam a memória do público, o roteiro é bem explicativo, não por desmerecer a inteligência do espectador, pelo contrário, a ideia é deixar tudo bem explanado sobre cada passo dos personagens, as técnicas aplicadas e o que pode dar certo ou não. É claro que, por se tratar de Missão Impossível, todo o plano arriscado e alucinante, sendo fiel ao título que a franquia recebe. Se até hoje você não comprou essa ideia, não vai ser agora que isso vai acontecer.

E toda a história se desenrola dentro deste plano em um tempo curtíssimo, o que cria uma excelente atmosfera de tensão, intensidade e aflição tanto para os personagens quanto para quem assiste. Não é exagero, mas Missão Impossível se supera a cada filme e O Acerto Final coloca a cereja no topo do bolo construído ao longo desses anos.
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Enquanto Ethan e a equipe entra em ação, o filme se divide em blocos em que o espectador se diverte e fica hipnotizado com as sequências acrobáticas insanas. E esta, sem dúvida, é a melhor coisa do filme.
Missão Impossível: O Acerto Final faz jus a marca registrada da franquia e dá a canetada final com Tom Cruise no ápice de atuação e performance. Como o próprio filme fala, tudo aqui acontece em “um piscar de olhos”, ou seja, se você se distrair, é possível perder uma sucessão de acontecimentos, sendo algumas transcorridas paralelamente.
As sequências na festa, no subsolo do metrô, na prisão já têm dão aquela boa degustação. Mas claro que, ao longo de 2h49min, o filme sobe os degraus e infla a atmosfera de tensão cada vez mais. A sequência no mar e no submarino é bem longa, porém, é perfeita em sua execução, desde a fotografia até as acrobacias feitas na superfície e no fundo do mar.

Aqui contamos com a ilustre participação de Tramell Tillman como o capitão Bledsoe, que comanda o submarino em quem irá colocar Ethan Hunt no maior desafio de sua carreira como agente. A cena do protagonista dentro do submarino é claustrofóbica e agoniante do primeiro ao último minuto, deixando o espectador hipnotizado e tenso na cadeira do cinema.
Outra cena marcante dentro desta sequência é a briga dentro do submarino, com direito a Tom Cruise lutando só de sunga; paralelamente com a cena da briga dentro do chalé com a equipe que se prepara para enviar as coordenadas ao Ethan no fundo do mar. O caos se instala de tal forma, que a inquietação é constante, pois qualquer erro milimétrico pode levar tudo a perder.
Outra sequência impecável e insana de Missão Impossível – O Acerto Final é do avião, com os personagens pendurados nas alturas. A descrição de tal cena não é o suficiente para explicar a experiência de assistir este momento em uma grande tela, assim como todo o filme. E junto a este momento, paralelamente vemos o grupo correr contra o tempo para impedir que o pior aconteça, enquanto a presidente e as demais autoridades precisam tomar a mais difícil decisão de todas.
Tudo aqui é dentro do limite e em uma piscar de olhos. Uma única escola, um único movimento pode mudar absolutamente tudo. Assim, é possível compreender que o filme é uma grande orquestra arquitetada com impecabilidade.
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E se todo este desenvolvimento ocorre com maestria, também é graças à ótima sintonia de um elenco cuja química é imbatível.

Junto com Ethan, Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), a equipe conta com o talento de Grace (Hayley Atwell), que roubou a cena no filme anterior e se consolida com uma excelente agente. Outras duas gratas surpresas adicionadas à equipe são Paris (Pom Klementieff) e o policial Degas (Greg Tarzan Davis), um acréscimo positivo à história.
Há participações veteranas da franquia, como é o caso do William Donloe (Rolf Saxon), visto no primeiro filme; o policial Jasper (Shea Whigham) e o chefe do IMF Eugene Kittridge (Henry Czerny). O filme também conta com novos rostos que compõe as autoridades do governo como Walters (Janet McTeer), Serling (Holt McCallany), o general Sidney (Nick Offerman), Richards (Charles Parnell), Angstrom (Mark Gatiss) e a Almirante Neely (Hannah Waddingham), que dá aquele empurrãozinho para Ethan seguir em frente com a missão.

Esai Morales retorna como Gabriel, um vilão megalomaníaco e insano em todas as suas decisões. Ele não mede esforços para usar Ethan para conseguir o que tanto deseja, colocando os dois como protagonistas da última acrobacia formidável do filme.
Claro que temos despedidas marcantes nesta reta final, o que aumenta ainda mais a emoção do público.
Considerações finais

A reta final traz um 3º ato hipnotizante até o último minuto, com a última missão finalizada e um mix de emoções que deixa o espectador com os olhos marejados de lágrimas com um final digno que o filme e toda a franquia merecem.
Missão Impossível: O Acerto Final dá o ponto final perfeito a esta franquia, com história sólida e bem contada dentro deste universo, sequências acrobáticas e formidáveis, elevando o nível de superioridade, elenco em sintonia, atmosfera de tensão que hipnotiza o público em um protagonista que encerra a sua missão com cinco estrelas.
Teoricamente este é o último filme da franquia, mas pode ser que Tom Cruise tenha uma nova ideia, afinal, em Missão Impossível tudo é possível.
Ficha Técnica
Missão Impossível: O Acerto Final
Direção: Chrstopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Esai Morales, Pom Klementieff, Angela Bassett, Tramell Tillman, Henry Czerny, Holt McCallany, Janet McTeer, Nick Offerman, Hannah Waddingham, Shea Whigham, Greg Tarzan Davis, Charles Parnell, Rolf Saxon e Mark Gatiss.
Duração: 2h49min
Nota: 4,9/5,0