Não podemos negar que já vimos Dwayne Johnson enfrentar muita coisa, levar muita porrada e sempre dar a volta por cima. The Rock já foi fada do dente, agente secreto, G.I Joe, veloz e furioso, jogador de futebol americano, piloto de helicóptero no meio de terremoto, salva-vidas, espião, avatar de videogame, entre outros. Quando a gente acha que já viu o extremo, The Rock retorna aos cinemas e nos surpreende novamente, de forma positiva, divertida e repleta de ação.
Resenha: Baseado em Fatos Reais
O Sessão Pipoca de hoje traz Rampage – Destruição Total, dirigido por Brad Peyton que conta a história de Davis Okoye, uma primatologista solitário que tem uma amizade profunda e sincera com George, um gorila albino raro que está sob seus cuidados desde o seu nascimento. Davis também cuida de outros gorilas e animais em uma instituição que resgata criaturas que são alvos de caçadores ilegais. Enquanto acompanhamos esse arco, o filme nos mostra que em outra região, uma grande empresa desenvolve um experimento genético não autorizado que, devido a um grande acidente, se espalha pela cidade atingindo três animais específicos: um lobo, um lagarto e, é claro, o gorila George, transformando-os em criaturas extremamente ferozes, descontroladas e de tamanho descomunal. À medida que esses superpredadores atravessam os Estados Unidos destruindo tudo o que está em seu caminho, Okoye se une a geneticista Dr. Kate Caldwell (Naomi Harris) que vai em busca de um antídoto, abrindo caminho em um campo de batalha não só para impedir uma catástrofe mundial, mas também para salvar a temida criatura que já foi seu grande amigo.
Rampage – Destruição Total conquista a atenção do público com cenas frenéticas de ação que começam desde o instante em que os animais são atingidos pelo experimento até a cidade ser completamente destruída por eles. O ponto alto do filme são os efeitos especiais de toda a destruição, fuga em helicóptero, queda de avião e, é claro, a computação gráfica dos três animais protagonistas. Dos três, o gorila é o grande destaque e o que apresenta efeitos mais reais, uma vez que o filme faz questão de enquadrá-lo em várias cenas, além de dar vários closes em seu rosto. Já o lobo e o crocodilo ganham cenas panorâmicas ou muito fechadas, destacando apenas partes do corpo que vão causar mais arrepio e medo no espectador. No geral, os efeitos são satisfatórios, mas nada que chame a atenção. Eu assisti ao filme em 3D e não vi muita diferença. Talvez, quem for assistir em IMAX tenha a chance de pegar detalhes mais nítidos dos efeitos visuais.
Amizade sincera
Outro ponto positivo de Rampage é a construção de uma narrativa bem simples, boa e gradativa mostrando a relação e amizade do homem e animal. O público ficará a par das circunstâncias que Davis conhece George e o motivo dele manter o gorila em segurança na instituição. Além disso, há simplicidade na comunicação entre os personagens, especialmente porque eles se falam através da linguagem de sinais. Dwayne Johnson traz uma atuação bem mais natural, diferente do que estamos acostumados a ver em seus outros filmes. O personagem Davis mostra medo com relação ao que precisa enfrentar, ao mesmo tempo em que coloca para fora toda a coragem que tem para salvar o amigo e os habitantes da cidade. Eu curti bastante o ator nesse filme e é necessário deixar claro uma coisa: você pode atirar, jogar uma bomba em The Rock que nada vai acontecer. Se ele é capaz de enfrentar três criaturas gigantes, acredite, ele vai enfrentar a qualquer custo.
Boa parte do filme percorre com a dupla David e a Dra. Kate, afinal, ela é a única capaz de encontrar o antídoto para frear o descontrole total dos superpredadores. A química de The Rock e Naomi Harris é divertida e bem aventuresca sem precisar recorrer a nenhum romance forçado.
Outro personagem em destaque é o Agente Russell, interpretado por Jeffrey Dean Morgan. Apesar de ter gostado bastante do agente, tenho que confessar que o ator trouxe muito da interpretação de seu outro personagem, Negan, da série The Walking Dead. O jeito arrastado de pronunciar os diálogos e até a inclinação do corpo que ele dá enquanto está falando é totalmente igual ao seu papel de vilão. Quem acompanha a série e for assistir ao filme vai notar a semelhança entre os personagens. Por um lado chega a ser algo descontraído, mas por outro é preciso ter cuidado, pois personagens com características muito fortes e marcantes acabam impregnando no ator e impedindo que ele se desvencilhe dele completamente.
O que fica a desejar
Nem tudo são flores e Rampage – Destruição Total comete alguns deslizes. Há cenas que forçam justificativas que não condizem com o que estamos presenciando ou, até mesmo, o que o próprio filme explica. Não vou dar detalhes para não dar spoiler, mas quem for assistir vai entender o que estou dizendo.
Já assistiu Jumanji: Bem-Vindo à Selva?
Outra coisa que fica muito a desejar são os antagonistas interpretados Jake Lacy e Malin Akerman. Ambos vivem os irmãos Brett e Claire Wyden, responsáveis pelo experimento não autorizado e personagens completamente caricatos. Enquanto Brett é completamente bobalhão e nem sabe o que está fazendo em boa parte do filme, Claire é a cabeça do plano maligno, porém a personagem não convence como vilã, enquanto o espectador fica na expectativa de Davis derrotá-la só com o olhar. rs
Considerações finais
Rampage – Destruição Total é adrenalina pura do começo ao fim. O público vai se divertir bastante com The Rock enfrentando três grandes predadores em sua mais perfeita forma. Os efeitos visuais são bons e o elenco de apoio funciona, porém o filme comete deslizes em justificativas forçadas, além de entregar uma dupla de antagonistas meia boca. Mesmo com essas ressalvas, Rampage é o bom e velho entretenimento do cinema que chega para divertir a galera.
Ficha Técnica
Rampage – Destruição Total
Direção: Brad Peyton
Elenco: Dwayne ‘The Rock’ Johnson, Naomi Harris, Jeffrey Dean Morgan, Joe Manganiello, Malin Akerman, Jake Lacy, Marley Shelton, P.J Byrne, Demetrius Grosse, Jack Quaid, Matt Gerard e Will Yun Lee.
Duração: 1h47min
Nota: 7,0
Fotos: Warner Bros Pictures